Semana passada escrevi que apesar de gostar muito de futebol jamais pagaria de R$ 400 a R$ 700,00 por um ingresso de qualquer jogo, entre quaisquer times e em qualquer estádio. Considerava um absurdo estes valores para a primeira partida da final da Copa do Brasil entre Atlético e Cruzeiro. O que dizer agora de R$ 1.000,00 para o segundo jogo? Apenas repetir o que também sempre digo quando o assunto é fanatismo: a razão passa longe dos fanáticos e de quem os comanda; seja no futebol ou na religião, responsáveis por massacres mundo afora em nome de uma crença.
Aí vem a pergunta que o bom senso manda fazer: quem ganha com isso? A resposta, óbvia: ninguém. E quem mais perde é o próprio futebol, outrora um esporte popular, hoje elitizado e a cada ano mais desacreditado.
Atlético e Cruzeiro ao invés de unirem suas forças, gigantes, para se fortalecerem, querem é aniquilar um ao outro e correm o risco de algum dia afundarem juntos. Estiveram perto disso em 2011, e quase acompanharam o América para a Série B. Se esqueceram rápido demais: o Atlético foi 15º, o Cruzeiro 16º e o América 19º. Ações como essas para prejudicar o outro prejudicam é o espetáculo, principalmente a imagem de ambos e o faturamento futuro.
Somos um país muito atrasado e o futebol expressa bem esta situação. Não só em estados como Minas, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia onde apenas dois clubes disputam a hegemonia. No Rio e São Paulo, onde quatro são candidatos a protagonistas, os dirigentes também tomam medidas estapafúrdias e roubam as cenas dos noticiários, que deveriam ser dos jogadores.
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Terrível é lembrar que sempre foi assim e quando você pensa que haverá mudanças positivas, com os novos tempos e as novas pessoas que chegam, a situação piora. A vaidade e a intolerância só aumentam. Isso enquanto estão envolvidos dirigentes honestos, como agora. Quando gatunos estão no poder os interesses inconfessáveis é que falam mais alto, sob outros pretextos.
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Tanto antes do primeiro jogo, quanto este, do dia 26, os maiores espaços das rádios, TVs, jornais e internet são dedicados aos dirigentes e advogados dos clubes, como se tivessem algum valor de mercado ou agregassem às vendas de produtos dos times. Jogadores e treinadores viraram segundo plano.
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