Blog do Chico Maia

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A vida em dois tempos!

Obrigado ao João Batista Cruz “JB Cruz”, participante dos primeiros tempos do blog, que muito nos honra com a sua colaboração, que nos brindou com este texto:

* A VIDA EM 2 TEMPOS:
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PRIMEIRO TEMPO…

telefone-preto
Vocês podem não acreditar; mas, sou do tempo em que geladeira era branca e telefone era preto..
Vocês podem não acreditar: Mas houve um tempo em que o leiteiro deixava as garrafas (de vidro) de leite do lado de fora das casas,seja no pé da porta,seja na janela..A gente ia de uniforme AZUL e BRANCO para o grupo escolar, de manhãzinha, passava pelas casas e não ocorria que alguém pudesse roubar aquilo..
Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que o padeiro deixava o pão na soleira da porta ou na janela que dava para a rua..A gente passava e via aquilo como coisa normal…

Leiteiro
Você pode não acreditar: mas ouve um tempo em que não havia guardas na porta de bancos, nem dentro..não havia casamatas no interior das casas bancárias..Você entrava e saia livremente..Assalto a bancos era coisa de filme americano..
Você pode não acreditar:Não havia carro forte blindado,aqueles seguranças super-armados, para recolher dinheiro, nem se anunciava aos ladrões que a chave do cofre não estava com o motorista ou que o carro estava sendo sendo monitorado por satélite..
Você pode não acreditar:mas houve um tempo em que você saia à noite para namorar e voltava andando pelas ruas da cidade, caminhando displicentemente, sentindo cheiro de jasmim e alecrim, sem olhar para trás e sem temer as sombras..
Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que as pessoas se visitavam airosamente..Chegavam no meio da tarde ou da noite, contavam casos,tomavam café, falavam de saúde, tricotavam sobre a vida alheia e voltava de bonde às suas casas..
Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que o HOMEM de BEM, não assinava promissórias e nem cheques pré-datados, bastava tirar um fio do bigode ou empenhar simplesmente a sua palavra e aquilo valia como promessa de pagamento no prazo ajustado e marcado..
Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os jovens tinham que estar casa ás dez horas da noite..
Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que o namorado primeiro ficava andando com a moça numa rua rua perto de casa, depois passava a namorar no portão, depois tinha ingresso na sala da família..Era sinal que já estava praticamente noivo e seguro..
Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que a Professora ou Professor, quando entrava na sala de aula, os alunos se levantavam e ficavam ao lado das carteiras para recepcioná-los..
Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os colégios mistos; as moças sentavam-se nas cadeiras da frente e o recreio feminino era separado do recreio masculino; os adolescentes ficavam se olhando á distancia..
Me sinto feliz por ter vivido esse tempo..

2_) Atualmente vivemos sufocados, desconfiados e intranqüilos..Não vivemos a vida; contamos dias, com algumas alegrias artificiais..
Nas ruas, sempre alerta..O perigo está em toda parte…”

GELAD

JBCruz


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Comentários:
15
  • Sençacional, é a pura verdade. Parabéns ao J B Cruz, nota 100. Realmente
    era assim que funcionava. Bons tempos onde havia respeito e sinceridade.

  • Claytinho do Nova Vista disse:

    Merecida homenagem ao J.B. Cruz !!!

  • Raul Otávio da Silva Pereira disse:

    Às vezes fico pensando se os jovens de hoje terão algum tipo de recordação desse tipo que vocês citaram (e ficaram tantas ainda por citar…) quando forem adultos. Espero que sim !

  • Marcos disse:

    Os avanços tecnológicos não trouxeram só rosas. Trouxeram também os espinhos.

  • João Brito disse:

    Parabéns, J.B. Cruz!
    Como é bom ler um texto com essas reflexões!

  • Alan disse:

    Houve um tempo em que as pessoas se visitavam airosamente..Chegavam no meio da tarde ou da noite, contavam casos,tomavam café, falavam de saúde, tricotavam sobre a vida alheia e voltava de bonde às suas casas..

    E chico ate ler esta parte imaginava que o problema era minha familia….

    que de um tempo pra ca nao nos visita mais…….. E quando ligamos fazendo convites nao fazem mais questao….

    e infelismente aquele tempo era maravilhoso não tinhamos acesso a financiamento facil de carro, e de outras coisas mais mas eramos felizes tinhamos familia unida hoje e cada um querendo ser melhor que o outro….

    fim dos tempos infelismente….

  • Tom Vital disse:

    Bem poético…Um belo texto!

  • Claudio Santos disse:

    Muito bom o texto do JB Cruz, eu sou do tempo que “se xingar minha mae espere um soco ” #EuSouFrancisco.
    Hoje querem nos passar que xingar nosssa mae e liberdade de expressão.

  • Com todo respeito, mas finalmente J. B. CRUZ nos blindou com um texto simplesmente realista.
    – Verdadeiro e belo texto, “rapaz”!

  • Renato - 7 Lagoas disse:

    Boa, JB! Sensacional! Não sou desta época, mas brinquei com amigos na rua, fui pra escola de bicicleta, namorei à noite e à pé sem ser importunado por malandros… alguns destes hábitos ainda perduram nas pequenas cidades deste Brasil afora. Nas médias e grandes, contudo, vivemos a era do toque de recolher. E vamos nos adaptando para sobrevivermos o mais que pudermos.

  • Stefano Venuto disse:

    Parabéns, JB, muito bom seu texto.

  • J.B.CRUZ disse:

    Caro CHICO: Creio que você também “pegou” uma beiradinha daqueles velhos tempos, pois acompanho-o desde o seu ingresso na RÁDIO CAPITAL, sob o comando de CELSO MARTINELLI e GIL COSTA, pois não?…
    Sem bajulação e puxa-saquismo, VOCÊ, EMANUEL CARNEIRO, ROBERTO ABRAS, ALBERTO RODRIGUES é que ainda hoje conseguem alavancar as belezas do futebol(tão mercenário), mesmo com as gozações de praxe, que as vezes irrita o adversário, mas, mas não a ponto de transformar aquela “raiva esportiva’, em ódio, que alguns jovens de hoje teimam em praticar contra o seu adversário..
    Valeu !!…Galera !!!..

  • geovany altissimo disse:

    bons tempos, acho que algum dia a gente vai voltar a viver assim

  • Alisson Sol disse:

    JB Cruz,

    Se vê todo o efeito de ter vivido estes bons tempos no seu eterno otimismo!

    Só acrescentaria que, exceto pelas evoluções tecnológicas, o que você viveu ainda existe neste tempo, mas em outros lugares. Só é preciso um esforço não apenas dos políticos, mas também da comunidade, que não pode aparecer só para votar de 4 em 4 anos, e ficar reclamando nos outros 1460 dias.

    E, ainda que preservando sempre a liberdade das pessoas mudarem de opinião, é preciso um pouco de coerência. Vejo um enorme aumento no número de notícias sobre a execução de um brasileiro na Indonésia. Vivem no Brasil dizendo que a solução para a criminalidade no país é a pena de morte. Agora, quando há uma execução de alguém, que com mais de 40 anos, cometeu um crime sabendo das possíveis consequências, há editoriais e mais editorias sobre o “absurdo”. E a velho argumento de há outros casos muito mais graves sem a mesma punição, na Indonésia ou fora. Ora, se for assim, nunca nenhum país com pena de morte jamais irá executar ninguém!

    Sou filosoficamente contra a pena de morte. Agora, se a lei foi aceita, que se cumpra. Não adianta agora apontar outros problemas na Indonésia e no mundo a serem resolvidos. Resolva-se este, e “ande a fila”…