A preparação física deficiente, o excesso de contusões, os muitos desfalques, a divisão do grupo e tantas ouras hipóteses têm sido levantadas para explicar o péssimo começo do Atlético na Libertadores da América. Não tenho a menor dúvida de que há um pouco de tudo isso, porém, o que me deixou intrigado mesmo foi a entrevista do Levir Culpi no dia seguinte à derrota para o Atlas, no Independência. De cabeça fria, quase 24 horas depois do jogo, o sempre didático e firme treinador se mostrou inseguro e com as mesmas dúvidas de todo torcedor ou analista. Se o comandante não tem certeza de nada é porque o problema é muito sério e a diretoria precisa ajudá-lo a resolver. O presidente Daniel Nepomuceno está muito calado e neste momento a voz que o torcedor quer ouvir é a dele, a instância maior do clube. Quando o time está vencendo e tudo está bem, é que ele pode ficar no canto dele, sumido.
Da vitória sobre o Guarani, o que chamou a atenção foi o fraco desempenho do Cárdenas, substituído no intervalo. Foi uma aquisição cercada das maiores esperanças dos atleticanos para a arrumação do meio campo. Até agora, muito abaixo do esperado. Vitória sobre os times do interior no Campeonato Mineiro dizem muito pouco. O mesmo pode ser dito sobre o passeio dos reservas do Cruzeiro sobre o Tupi em Juiz de Fora. Valeu para mostrar que a Raposa tem boas peças de reposição, que jogam com o mesmo espírito dos titulares. Os gols marcados pelos novatos Neilton e Henrique também foram fatores animadores. O jovem ex-santista estava em débito; o ex-palmeirense apresentou suas credenciais logo na primeira exibição.
Jemerson e Lucas Cândito (foto) fizeram os gols dos 2 a 0 sobre o Guarani – Foto do site da Itatiaia
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Fábio Junior insiste em continuar jogando futebol profissional e se arrasta em campo pelo segundo ano consecutivo, defendendo um clube do interior. Ano passado teve atuações apagadas como a de ontem contra o Atlético, porém, pelo Minas, de Sete Lagoas, que contou com a ajuda dele para ser rebaixado.
No futebol, a idade chega e põe fim à carreira de qualquer um, por maior que seja a insistência. Mas Fábio Júnior tem o direito de insistir. Não pode é, futuramente, fazer o mesmo papelão do Gilberto Silva, que acionou o Atlético na Justiça do Trabalho, alegando que ficou incapacitado de jogar lá. Com 37 anos de idade e problemas na cartilagem do joelho, nem o Super Homem seria aprovado em qualquer exame médico para jogar bola profissionalmente.
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