João Dória Jr. que não tem nada a ver com o futebol, “chefiou” a delegação brasileira na Copa América, posando com Dunga, que não deveria ter sido nomeado novamente técnico da seleção.
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Senhoras e senhores, nada contra os valorosos paraquedistas, muito pelo contrário, mas cada um na sua, e a metáfora é apenas para justificar uma frase surrada, mas sempre válida: em tudo na vida, cada um na sua. A cúpula do futebol brasileiro está cheia de “paraquedistas”, gente que não tem competência ou ligação com o futebol, mas que desceu de para-quedas na área.
Dunga voltou a ser treinador, mesmo com dezenas de profissionais mais qualificados para a vaga. Falou mais bobagens na véspera da eliminação do time dele da Copa América e cutucou indevidamente a geração de Zico. Que por sua vez falou verdades sobre o atual comando da seleção e está sendo ameaçado de processo por Gilmar Rinaldi, empresário de futebol até outro dia, que não deveria estar no cargo de chefe do futebol da CBF.
Não dá para comparar a credibilidade de Zico com essa turma que está mandando na entidade e na seleção. Um pequeno exemplo está nessa reportagem do Uol:
* “Virou piada: Dória e palestrante deixam seleção em baixa após Copa América”
A derrota para o Paraguai nos pênaltis (4 a 3) no último sábado tirou a seleção brasileira da Copa América e deixou a moral da equipe ainda mais abalada após um novo fracasso em competições oficiais. Jogadores e comissão técnica, no entanto, não foram os únicos a deixarem o Chile em baixa após a competição. O chefe de delegação, João Dória Júnior, e o “motivador” do grupo, Evandro Motta, também saíram do torneio com a imagem desgastada. Pelo menos com jogadores e alguns membros do estafe da equipe.
Sem qualquer ligação técnica de futebol com o grupo, ambos eram utilizados para preparar palestrar e tentar motivar a equipe em momentos de dificuldade. A recepção entre os boleiros, porém, não foi das melhores. Em certos momentos, Dória e Evandro foram tratados como piada internamente.
Na véspera da estreia da Copa América – contra o Peru, em Temuco –, João Dória comandou uma palestra de pouco mais de 45 minutos e deixou alguns jogadores incomodados. Muitos questionavam a presença do chefe de delegação que só marcava presença em dias de jogos.
Depois foi a vez de Evandro. O engenheiro especializado em palestras motivacionais para grupos empresariais tentava repetir o trabalho já feito na seleção em Copa do Mundo (1994) e em clubes da Europa. Mas parecia não encontrar resposta nos jogadores da seleção atual. Muitos evitavam o contato e brincavam que ninguém queria ficar perto do “motivador” em refeições e deslocamentos em ônibus.
Indicação do coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, Evandro Motta também não gozava de muito prestígio entre membros da comissão técnica. Para alguns da delegação, o ambiente da seleção deveria ser exclusivo para técnico, auxiliares, preparadores e roupeiros.
A exceção era o diretor de marketing da CBF, Gilberto Ratto. Ao lado do secretário-geral da entidade, Walter Feldman, o dirigente acompanhou a delegação durante todo o torneio e tinha a simpatia de praticamente todos os jogadores e membros da comissão técnica.
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