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Legado das Copa: vida do torcedor só piorou e ficou mais cara para tentar assistir a um jogo em nosso maior estádio

Sem transporte público ao menos razoável, torcedor tem que ir de carro, parar longe do estádio, andar bastante e correr risco de ser assaltado no trajeto até o Mineirão.

Jogo de empurra nessa história de dificultar a vida de motoristas e torcedores que pretendem ir ao Mineirão. Os releases e comunicados enviados à imprensa dizem que “A Polícia Militar e a BHTrans farão o ponto de bloqueio nas seguintes vias de acesso: Avenida Carlos Luz com Alfredo Camarati; Coronel Oscar Pascoal com Otacílio Negrão de Lima; e Abraão Caram com Alameda das Acácias. A outra opção para quem for de carro é chegar mais cedo e parar seu carro em uma das 2.925 vagas dentro do estacionamento do Mineirão.”

Diante da repercussão negativa a BHTrans está dizendo que isso é coisa da PM. No caso de ser mesmo coisa dos militares, fica a pergunta: voltamos ao regime militar? Quem manda na cidade não é o prefeito? E quem manda no Estado e na PM não é o governador?

É o legado das Copa senhores! A vida do torcedor só piorou e ficou mais cara para tentar assistir a um jogo em nosso maior estádio.


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Comentários:
13
  • Ramon Menezes disse:

    Chico, vamos fazer uma continha básica: Considerar que 50% de um público de 50000 pagantes migre para o transporte público para ir ao estádio, num jogo como este de ontem.
    Seriam 25000 passageiros. Qual a capacidade de um ônibus lotado? 100 passageiros (não sei, estou estimando)? Então seriam necessários 250 ônibus para transportar esta quantidade. Considerando o jogo às 22:00 e considerando saídas de ônibus a partir das 18:00 até as 21:00 (partido do centro) . seriam necessárias uma partida a cada 45 segundos, aproximadamente, e os ônibus com sua capacidade máxima de lotação…
    E na saída, o torcedor não pode esperar até 3 horas para pegar um ônibus para ir para casa. Como seriam feitas estas 250 viagens em espaço de tempo menor?
    As operações da BHtrans e PM fazem contas deste tipo?
    Estão preparados para atender uma demanda deste tamanho?
    Querem que o povo utilize o sistema público mas não se preparam para tal.
    Imagine se 20 % da população largassem seus carros em casa e passagem a utilizar o transporte público no dia a dia, haveria o colapso.

  • Marcos disse:

    É duro de saber que só mesmo em BH é que se usa medidas pré históricas para organizar eventos públicos.
    Nem mesmo em estados pobres como Acre e Piauí os sinais de atraso são tão evidentes quanto se vê aqui em Minas.

  • ita disse:

    Desculpe repetir minha opinião, caro Chico.

    Quanto menos pessoas no Mineirão é mais vantajoso para a Minas Arena, menos trabalho e lucro garantido pago pelos contribuintes, fruto de um contrato nefasto propiciado pelo governo da época.

    Sem falar do projeto que mostra como foi tudo feito para o consorcio e nao para quem frequenta ou trabalha no estádio. Camarotes de frente às cameras de televisão? Quem teve essa idéia? É querer acabar com a imagem institucional do futebol mineiro, vide jogos do pirangi em 2013/2014 enquanto lider. E o posicionamento da imprensa que precisa acompanhar os fatos.

  • Flávio Pimenta disse:

    Chico Maia, mais uma vez temos o mesmo pensamento, e com referência ao decantado legado da copa
    eu não me surpreendo…já sabia que ia dar nisso.
    Mineirão e Independência prá mim…nunca mais !

  • Renato - 7 Lagoas disse:

    Legado mesmo tiveram o Democrata-SL, o América, as empreiteiras e os administradores dos estádios.

    Quanto à esplanada, concordo com o pessoal. O entorno do Mineirão era agradabilíssimo, com árvores maravilhosas e maior facilidade para estacionar e acessar o estádio. Virou isso aí.

  • Jorge Moreira disse:

    Eu votei nos dois Prefeito e Vice( de que mesmo eu escrevi á perde meus votos)
    BH trans( um bando de maus prestadores de serviço pagos com nosso dinheiro FORA CAMBADA
    Voçês ouviram a entrevista do prefeito ontem 28.07 na radio de Minas há nem

  • ivan junior disse:

    torço e muito para que o galo construa mesmo a sua arena. Se isto ocorrer teremos um futuro com otimas perspectivas

  • Ricardo disse:

    Projeto ruim do Mineirão. A esplanada fica insuportável em dias quentes. O horário do jogo às 22 horas é outro fator que atrapalha e muito a ida do torcedor ao estádio. Dificultam o máximo a vida do torcedor sempre que podem e agora os bloqueios nas vias de acesso. A responsabilidade é da Prefeitura de BH e o órgão responsável.

  • dan disse:

    Essa esplanada é a coisa mais grotesca de todo projeto do Novo Mineirão. Totalmente devastada, nos jogos a tarde é impossível ficar nela, calor absurdo.

    Outra questão que impressiona é o matadouro que eles inventaram para o torcedor entrar no estádio, grades que limitam o acesso do torcedor. Na entrada e saída, tumulto e empurra-empurra. Interessante é lembrar que no velho Mineirão, com públicos que eram o dobro, as coisas fluíam mt melhor.

    • LEANDRO FABRICIO disse:

      O meu amigo, concordo plenamente, tomara que se o estádio do atlético realmente for feito, que pegue esses mal exemplos de construções e façam uma coisa bem melhor pra nós…

      trabalho diretamente nos jogos dos times mineiros tanto no mineirão como no independencia, quando é dia de trabalhar no mineirão todo mundo dá vontade de voltar pra casa tamanha falta de organização e dificuldade de locomoção naquela aberração de estádio…

  • André Corrêa disse:

    Dentro de campo a Copa’2014 foi espetacular. Fora dele, terrível.

    Aproveitaram a oportunidade para tentar transformar jogo de futebol em evento cult. A maior prova disso eu vi na Arena Pernambuco. Em junho, durante as férias, fui lá conhecer o estádio e assistir Náutico 1×1 Paysandu. Vi na arquibancada um cartaz tão inacreditável que não vou nem contar o que estava escrito; vou te mandar a foto que tirei, Chico, por e-mail.

    Com tudo isso os promotores do nosso futebol queriam atrair aos estádios as classes mais nobres, média alta e alta, dispostas a pagar R$ 150 em um ingresso, R$ 10 em um copo de refrigerante e mais uns R$ 15 num pão com salsicha. No início até deu certo, mais pela curiosidade em conhecer essas arenas.

    Esqueceram de considerar que quem pode pagar caro por entretenimento também está acostumado a exigir conforto, segurança, tratamento decente. Mais do que exigir, eles têm consciência de que tudo isso não é um up, é obrigação de quem vende o espetáculo.

    E não se vê nada disso em Belo Horizonte. O resultado é que, aos poucos, estão sendo obrigados a popularizar as coisas outra vez. O Atlético está lotando o Mineirão cobrando R$ 60 para todos os setores e o Cruzeiro, com públicos bem minguados, insistindo em cobrar caro. Claro que os momentos dos times têm impacto sobre a presença de público, mas em 2013 o Atlético era Campeão da América e, a esses preços, não foi um sucesso de público. A final da Copa do Brasil’2014, sob os mesmos parâmetros, também não deu muito certo.

    Mais uma vez BH caminha contramão das coisas. A linha de ônibus mais próxima pára a cerca de 3 ou 4km do estádio, na Antônio Carlos; o trânsito estará fechado; o estacionamento é pequeno e caríssimo; metrô? melhor nem comentar… Tudo isso e as nossas ôtoridades empurrando as culpas, sob as desculpas mais estapafúrdias de sempre.

    Lembrando que é só aqui que o maior clássico do estado não pode mais ser assistido por duas torcidas.

    Assim que as coisas funcionam na cidade em que os viadutos caem, não são reconstruídos e ninguém paga a conta. Na cidade que não tem metrô (o de verdade, subterrâneo). Na cidade em que viadutos terminam em semáforos e o anel é cheio de estreitamentos burros; Nesse lugar em que as vias mais movimentadas têm velocidade-limite de 60km/h, uma arapuca armada pra pegar otário.

    Ou seja, tudo feito para complicar. Fazem isso porque sabem que as coisas, simples como devem ser, podem ser compreendidas com facilidade e são sempre mais baratas. A corrupção, a bandidagem e as safadezas estão casadas com a bagunça, a desordem e a complicação. É onde está escondido o queijo dos ratos.

    Bem-vindo a Belo Horizonte!

  • Stefano Venuto disse:

    Chico Maia, o Dr.Jarbas Lacerda publicou em seu twitter, que essa esplanada horrorosa do Mineirão custou mais de 250 milhões de reais, um monstrengo que vai na contra-mão de tudo que se prega em termos de arquitetura moderna e ecologicamente correta, que deveria ter mais espaços pra infiltração de água, áreas verdes, fizeram um microondas de concreto, que não serve pra nada, só pros praticantes de patins.
    Sinceramente eu já desisti desse país, o modo como tratam o dinheiro público é absurdo. Outro dia vi uma reportagem onde eles mostravam uma prefeitura do interior de São Paulo, onde eles compraram um sistema eletrônico para espantar pombos, a primeira imagem que mostraram foi a de um pombo bem em cima do aparelho, a coisa não funciona.

    • Alisson Sol disse:

      Stefano: o importante é não desistir, e deixar tudo para os aproveitadores.

      O fato de que estas coisas iam acabar deste jeito foi previsto. Vide comentários neste post. Continuo perguntando: quantas escolas deixaram de ser construídas para se gastar com esta copa? Eu gosto de esporte, pratico, assisto. Mas era claro que fazer Copa e Olimpíadas não passava de armação de empreiteiras. Projetos com dispensa de licitação. Obras superfaturadas. Viadutos caindo.

      É não desanimar e protestar contra os gastos excessivos das Olimpíadas. O povo, se souber protestar, consegue as coisas. Outro dia não houve uma cidade no Brasil onde um protesto evitou o aumento de salários de prefeitos e deputados? Nos EUA, os moradores de Boston protestaram tão veementemente contra a candidatura da cidade à Olimpíada de 2024 que o comitê teve de retirar a candidatura. O prefeito se recusou a assinar o documento em que se comprometia a garantir qualquer “custo extra” com os jogos. E os figurões do comitê ficaram à mingua (vide link).