Dois ex-nadadores queimaram os respectivos filmes por excesso de vaidade. Mentiram para a autora de um livro e foram desmascarados pouco depois que a obra foi lançada. Notícia de edições da Folha de S. Paulo:
* “Ex-nadadora admite farsa em livro e deixa cargo de diretora no COB”
A ex-nadadora carioca Christiane Paquelet, 59, admitiu ter mentido para a professora e pesquisadora Katia Rubio, autora do livro “Atletas Olímpicos Brasileiros”, o que fez com que seu nome fosse incluído na obra lançada no último dia 25 de agosto. Diretora cultural do COB (Comitê Olímpico do Brasil), após a repercussão do caso, Christiane pediu para deixar o cargo que exercia desde 2000 na entidade nesta quinta-feira (1º).
A informação foi passada pelo próprio COB, em nota. “Christiane Paquelet admite que não compareceu aos Jogos Olímpicos de Munique 1972, não sendo, portanto, atleta olímpica e, por esse motivo, já apresentou suas desculpas à Professora Katia Rubio”, diz o texto. “Por iniciativa própria, ela deixou o cargo de Diretora Cultural, não tendo mais, a partir de hoje, vínculo com o COB”.
* “Ex-atleta que mentiu em livro culpa ‘fogueira das vaidades’”
O ex-nadador José Cláudio dos Santos “Zequinha”, 51 anos, admitiu ontem que mentiu para a professora e pesquisadora Katia Rubio, da USP, e assim teve o nome incluído no livro “Atletas olímpicos brasileiros”, lançado em agosto. “Momento de surto psicótico”, afirmou o carioca, por telefone, à reportagem. “Caí na fogueira das vaidades. Aí você sabe os riscos que corre. Todos já foram execrados. Acabou. Já pedi desculpas à Katia e à comunidade da natação. Caso encerrado. Fui execrado e já me manifestei a quem devia. Não gostaria mais de falar”, explicou Zequinha. O ex-nadador do Fluminense e do Flamengo relatou em depoimento gravado em vídeo que foi aos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980, como reserva da equipe de revezamento 4 x 100m livre.
Mas ele não foi à Olimpíada russa assim como também não esteve nos Jogos Pan-Americanos de 1979, em San Juan, em Porto Rico, como disse à autora do livro.
Katia Rubio o procurou, há cerca de três anos, porque Zequinha faz parte do Instituto Atleta Rubro Negro e seria uma fonte para contatar esportistas olímpicos do Flamengo. Ele, então, disse que havia sido reserva em Moscou. A pesquisadora gravou a entrevista no ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro.
Hoje, Zequinha trabalha como fotógrafo. Ele conta que não estava acompanhando o caso, que ganhou notoriedade nesta semana devido à revelação que a ex-nadadora Christiane Paquelet, 59, havia mentido e estava no livro sem nunca ter sido atleta olímpica.
Zequinha diz que ficou sabendo do assunto por meio de mensagens e críticas de amigos nas redes sociais.
“Entendo esse caso como mais uma situação onde ocorreu uma falsa memória, ou seja, é uma lembrança que se diferencia parcial ou totalmente da realidade que foi vivida”, explicou Katia Rubio.
Capa do livro.
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