Reinaldo sofria a maioria das faltas para Eder e Nelinho balançar as redes e todos ganharem a Bola de Prata da revista Placar ao fim das temporadas
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A bola volta a rolar hoje no Brasileiro e vamos ver quem se aproveitou melhor da pausa de 10 dias por causa das eliminatórias. Galo e Inter prometem um grande jogo a partir das 19h30 no Independência. O Atlético tem o ataque mais positivo do campeonato, 51 gols, mas por incrível que pareça é um dos quatro times da disputa que ainda não tiveram nenhum gol de falta sequer. Uma semana atrás o jornal O Tempo fez reportagem sobre isso e lembrou que 84% dos gols alvinegros “tiveram origem dentro da área, enquanto outros 8% foram de pênalti. Mesma porcentagem e quantidade são válidas para os gols marcados de fora da área, que neste caso se caracterizam por chutes de longa distância, como os golaços do meia Dátolo contra Vasco e Flamengo, no segundo turno do Brasileiro.” Até 2013, com Ronaldinho Gaúcho, saíam muitos gols de falta, depois dele, minguaram.
Isso me fez lembrar do saudosíssimo Elias Kalil, grande presidente do início dos anos 1980, pai do Alexandre, que não abria mão de pelo menos um cobrador de falta de qualidade no elenco. De 1982 a 1985 era sacanagem com os goleiros adversários: Nelinho e Éder. Quando a falta era pelo lado esquerdo a massa gritava: “Nelinho, Nelinho…”; quando pelo lado direito: “Eder, Eder…”. Quando era pelo meio: “É qualquer um, é qualquer um…”. E daí a pouco a comemoração do gol.
Nunca mais houve batedores de falta no Brasil como Nelinho e Eder; de vez em quando aparece um de boa qualidade. Mas esta é uma falha de preparação grave dos clubes. A excelência em cobranças de faltas está diretamente ligada a treinos, muitos treinos, à exaustão. Nelinho e Eder chegavam a ficar horas treinando, antes e ou depois dos coletivos. Para as faltas “colocadas”, Éder pendurava uma camisa na “gaveta”, entre o poste e o travessão. Enquanto não acertava sete em 10 tentativas não parava. Nelinho era quase sempre na porrada, cada uma mais certeira que a outra. Depois de uma partida em que ele marcou dois, um colega repórter o cumprimentou, pela “sorte”. Ele riu irônico, e usou frase que muitos atribuem ao astro do basquete Michel Jordan, mas que eu ouvi pela primeira vez dele: “Tá certo; quanto mais eu treino, mais a sorte me aparece”.
Sem Ronaldinho desde 2013 os gols de falta minguaram para o Galo
CLASSIFICAÇÃO | PG | J | V | E | D | GP | GC | SG | % | |
1° | Corinthians | 61 | 29 | 18 | 7 | 4 | 50 | 24 | 26 | 70 |
2° | Atlético-MG | 56 | 29 | 17 | 5 | 7 | 51 | 30 | 21 | 64 |
3° | Grêmio | 52 | 29 | 15 | 7 | 7 | 42 | 26 | 16 | 60 |
4° | Santos | 46 | 29 | 13 | 7 | 9 | 49 | 35 | 14 | 53 |
5° | São Paulo | 46 | 29 | 13 | 7 | 9 | 36 | 30 | 6 | 53 |
6° | Palmeiras | 45 | 29 | 13 | 6 | 10 | 50 | 36 | 14 | 52 |
7° | Flamengo | 44 | 29 | 14 | 2 | 13 | 39 | 39 | 0 | 51 |
8° | Internacional | 44 | 29 | 12 | 8 | 9 | 30 | 32 | -2 | 51 |
9° | Ponte Preta | 41 | 29 | 10 | 11 | 8 | 34 | 33 | 1 | 47 |
10° | Sport | 40 | 29 | 9 | 13 | 7 | 40 | 31 | 9 | 46 |
11° | Atlético-PR | 38 | 29 | 11 | 5 | 13 | 30 | 33 | -3 | 44 |
12° | Fluminense | 37 | 29 | 11 | 4 | 14 | 31 | 39 | -8 | 43 |
13° | Cruzeiro | 37 | 29 | 10 | 7 | 12 | 29 | 28 | 1 | 43 |
14° | Chapecoense | 34 | 29 | 9 | 7 | 13 | 25 | 33 | -8 | 39 |
15° | Avaí | 33 | 29 | 9 | 6 | 14 | 30 | 46 | -16 | 38 |
16° | Coritiba | 33 | 29 | 8 | 9 | 12 | 21 | 30 | -9 | 38 |
17° | Goiás | 31 | 29 | 8 | 7 | 14 | 29 | 30 | -1 | 36 |
18° | Figueirense | 31 | 29 | 8 | 7 | 14 | 28 | 44 | -16 | 36 |
19° | Vasco | 27 | 29 | 7 | 6 | 16 | 19 | 48 | -29 | 31 |
20° | Joinville | 24 | 29 | 5 | 9 | 15 | 20 | 36 | -16 | 28 |
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