E imaginar que este Carlos Miguel Aidar (direita) se apresentava como um dos dirigentes mais sérios do futebol brasileiro!
É daí pra pior, na maioria dos clubes, pequenos, médios e grandes. Depois, sociólogos e pseudo intelectuais ficam dando explicações dos motivos da queda de público e do afastamento paulatino das pessoas do mundo do futebol. E imaginar também que muitos torcedores sacrificam até as próprias famílias para ajudar o clube do coração.
Do Globoesporte.com:
* “Ataíde divulga gravação que detonou renúncia de Aidar no São Paulo”
Vice mostra conversa em que ex-presidente sugere comissão por refotrço da Portuguesa e admite tentativa de comissão da namorada
O vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, divulgou nesta quinta-feira a gravação da conversa que teve com o ex-presidente Carlos Miguel Aidar e que detonou o processo de renúncia do dirigente no mês de outubro.
Nela, Aidar oferece uma comissão a Ataíde na contratação do zagueiro Gustavo, da Portuguesa.
A gravação também expõe dúvidas sobre um contrato da Under Armour, fornecedora de material esportivo do clube, com Cinira Maturana, namorada do ex-presidente.
Aidar admite que ela tentou negociar, mas diz que o contrato não foi feito.
Aidar também afirma, na gravação, que Douglas Schwartzmann, vice-presidente de comunicações de sua gestão, estava “pedindo comissão em tudo”.
Na última terça-feira, o São Paulo nomeou um novo presidente do Conselho de Ética e Disciplina, órgão do clube responsável por apurar os casos de briga entre Aidar e Ataíde, além da gravação da conversa que motivou a renúncia do antigo mandatário.
O desembargador José Roberto Opice Blum foi o escolhido pelo presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Abranches Pupo Barboza, para substituir o Wilton Brandão Parreira Filho, que se desligou do cargo por problemas de saúde.
Formado por cinco integrantes, o Conselho de Ética também teve outras três mudanças: saíram Antonio Luiz Belardo, Mário Lourenço e José Moreira, e entraram Ricardo Haddad, Newton Flavio Bittencourt e Alberto Bugarib. O único remanescente da antiga formação é Renato de Albuquerque Ricardo.
Confira abaixo a transcrição da gravação e volte em instantes para conferir o áudio:
Ataíde: E esse negócio do Gustavo (zagueiro da Portuguesa), quando a gente pode fazer?
Aidar: Ah, amanhã.
Ataíde: Mas não é outro batom na cueca, p****?
Aidar: Ele me paga honorários. Ele paga honorários pra mim. Só isso. E eu repasso a você em dinheiro. Não é nem cheque, não tem rastro nenhum, nem pra você, nem pra mim.
Ataíde: Pô, Carlos Miguel, e eu não quero esse dinheiro também não. O que eu não quero é que você vá mexer no futebol. Vou te contar uma coisa que ninguém sabe. Caiu nas minhas mãos o acordo que a Cinira fez com a Under Armour. Ela recebeu um milhão e dez parcelas de 500, a última termina em julho de 2019. Eu não abro isso pra ninguém, eu não vou falar pra ninguém, mas eu quero que me deixe mexer no futebol, eu quero seriedade no futebol, eu não quero dinheiro de nada. Eu sou um duro, mas nunca fiz nada de errado. Eu fiquei triste quando você me ofereceu dinheiro você achou que eu topava essas coisas, eu não topo nada, não quero nada. E outra coisa, esse da Cinira, da mesma forma, maneira, que eu tenho, qualquer dia alguém pega.
Aidar: A Cinira tentou fazer um negócio com a Under Armour e não conseguiu. Ataíde, ela não tem contrato com a Under Armour.
Ataíde: O cara falou que tinha.
Aidar: Não tem contrato com a Under Armour.
Ataíde: Então tá bom, melhor pra você.
Aidar: Deixa eu falar uma coisa, quem tem contrato com a Under Armour é o tal do Jack, que é o Douglas (…)
Ataíde: E como é que o Douglas faz reunião lá?
Aidar: Não sei. Faz reunião onde?
Ataíde: Na casa dele pra ir contra você.
Aidar: A Cinira não tem nenhum contrato com a Under Armour.
Ataíde: Mas chegou a fazer, né?
Aidar: Isso é verdade. Ela negociou. Mas naquela época que o Douglas (…)
Ataíde: Eu não quero nada.
Aidar: O negócio da Under Armour estava perdido. Vieram uns caras para cá que falam inglês, nós fizemos uma reunião no meu escritório, almoçamos, desfizemos o negócio, e eles foram embora. Não teve negócio nenhum, nenhum. Depois eles voltaram via Jack. Agora, como é que o Jack voltou eu não também não sei, Ataíde. Mas chegou porque eu conheci o cara aqui.
Ataíde: O Julio contou aquele dia pra nós isso.
Aidar: Eu estive com o cara, isso é verdade, o cara esteve comigo. Assinou o contrato. Agora, se tem rolo aqui juro por Deus que não sei e também não quero saber.
Ataíde: Agora tem outra coisa, sabe o negócio da hamburgueria aí, tem um negócio da hamburgueria? Fez contrato com o Palmeiras, fez contrato com o Corinthians, fez contrato com o Grêmio. E o advogado do Palmeiras falou que está fazendo contrato com o São Paulo, mas o que atrapalhava é que o Douglas pediu 15%…
Aidar: O Douglas tá pedindo comissão em tudo. Ele veio aqui e descaradamente.
Ataíde: Por que você não acaba com isso, pô? Vamos acabar com isso, pô!
Aidar: Ataíde, eu tô com o seguinte problema, bem. Se eu mandar o Douglas embora, vai o Dedé junto. Você não percebe que eu tô acuado? Completamente acuado? Eu tô a ponto de largar isso aqui a qualquer hora. Eu tô de saco cheio. Eu não preciso disso. Se eu voltar pro escritório pra mim é muito melhor.
Ataíde: Ah, eu estou tão nervoso com essas coisas todas, rapaz, mas tão nervoso…Esse negócio do Iago foi uma merda né?
Aidar: Mas, porra, o que você queria?
Ataíde: E por que você fez essa confusão toda?
Aidar: Porque, Ataíde, você não queria o jogador? Queria ou não queria?
Ataíde: Não queria assim! Pra pagar, não, ele vinha de graça.
Aidar: O cara nunca veio de graça. Aí apareceu a porra lá na (…). Taí a Cinira, pergunta pra ela!
Ataíde: Dois filhos da puta aqueles dois, o Walter e o Raul.
Aidar: No Juan Figuer, o Raul trouxe operação de crédito, dinheiro do exterior. Esse Raul eu conheci no Centro de Treinamento como se fosse amigo do Osorio.
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