O grande lateral esquerdo do Atlético nos anos 1980, Jorge Valença, tinha pavor do que ele chamava de goleiro “chama gol”; aquele cuja maioria das bolas chutadas contra ele entra. Ou então o coitado fechava o gol, mas tomava pelo menos um, o da derrota. Me lembrei dele nesta partida do Atlético no Equador contra o Del Vale. Certamente ele incluiria o Uilson na lista dele dos “chama gol”. No 1 a 0 dos equatorianos a bola do despretensioso chute do Cabezas pegou no Marcos Rocha e entrou. Porém, quatro minutos depois o Galo empatou, através do Junior Urso. Mas daí a pouco, Uilson posicionou muito mal a barreira, ficou atrás dela e tomou o segundo gol, para desespero do zagueiro Erazo que o xingou ostensivamente.
O time estava irreconhecível, envolvido pela correria do Del Vale, com duas avenidas abertas: a Marcos Rocha pela direita e a Douglas Santos pela esquerda. Numa das jogadas pela direita, a bola cruzada na área pegou no braço muito aberto do Leonardo Silva e o árbitro argentino Dario Herrera deu pênalti. Três a um para o Del Vale, com justiça.
Diego Aguirre pagava pelo erro de ter abandonado a formação com três volantes e ter deixado Leandro Donizete no banco. Corrigiu no intervalo, colocando-o no lugar do Cazares, que fez um jogo muito ruim. Logo de cara Lucas Pratto teve a camisa puxada dentro da área e o árbitro viu. Pênalti batido com perfeição pelo próprio Pratto, diminuindo o placar e com isso garantido a volta do Atlético ao primeiro lugar do grupo. Mesmo número de pontos do Del Vale, 10, com um gol a mais de saldo.
Com a bola curta desta noite de todo o time, ficou de bom tamanho só 3 a 2. Agora é vencer o fraco Melgar no Mineirão na semana que vem e se garantir nas oitavas. O resto é perfumaria e desculpa esfarrapada: gramado ruim, altitude, ter deixado Erazo e Cazares lá depois dos jogos deles pela seleção do Equador, exagero na marcação do pênalti do Leo Silva e bla, bla, bla… Tudo conversa pra boi dormir!
O negócio é reconhecer os erros individuais, coletivos, do treinador e pensar no jogo seguinte.
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