O Cruzeiro entrou na justiça contra o consórcio Minas Arena que está cobrando-lhe uma pequena fortuna em aluguéis e outras taxas que o clube considera injustas. A origem do problema é o contrato assinado pela Raposa com o consórcio, que na realidade não lhe traz vantagens que justifiquem o compromisso de ficar preso a utilizar o Mineirão por 25 anos. A diretoria cruzeirense só descobriu isso depois que viu o Atlético ganhar lá a Libertadores da América em 2013 sem pagar nada, baseado no edital da reconstrução do estádio, que dá ao Estado o direito de utilizar o Mineirão em 66 datas durante o ano. Como o Estado não tem time de futebol, na época Alexandre Kalil que tinha cada vírgula deste edital na cabeça, se aproveitou dessa brecha. Desde então o Cruzeiro também não paga mais essas taxas.
As relações do clube com este consórcio já não eram boas desde o início, quando a operação do estádio apanhou até acertar na entrada e saída do público, estacionamento e outros transtornos. Num dos jogos o nome Cruzeiro Esporte Clube foi trocado por Cruzeiro Futebol Clube nos ingressos.
Mui amigos
Numa final de Campeonato Mineiro perdida para o maior rival, foi tocado o hino do Galo no sistema de som do estádio. Isso para quem tem um compromisso de parceria que exige incontáveis reciprocidades. A torcida do Cruzeiro é quem tem garantido a sustentação do novo Mineirão. Quem tem um parceiro como este não precisa de inimigos. Por isso, o Cruzeiro quer também romper este contrato.
Demorou
Na verdade o “novo” Mineirão é mais um fruto das jogadas dos políticos detentores do poder na época dos preparativos para a Copa. Nos país e em diversos estados, petistas, tucanos, peemedebistas e “comunistas” e governantes de outras siglas deitaram e rolaram através de superfaturamentos e outros acordos, que só agora estão vindo à tona com a operação Lava-Jato e as delações premiadas.
Edital padrasto
Em Minas, o então governador Aécio Neves prometia que o “novo” Mineirão seria administrado por Atlético e Cruzeiro. Quando saiu o edital de licitação estava escrito lá que nenhum clube de futebol poderia sequer concorrer neste edital. Concorreu apenas este consórcio, formado por três empreiteiras. E as consequências estão aí.
Bola que segue!
Interessante é que até as eleições de 2014 a oposição ao governo do estado na Assembleia Legislativa lutou bravamente pela instalação de uma CPI do novo Mineirão, mas não conseguiu, por um voto. Nas eleições ela virou situação e a coisa mudou. O deputado Alencar da Silveira, que passou a ser oposição, resolveu garantir o voto que faltava para a CPI. Mas aí a turma antiga não quis mais.
Três Independências, com troco
Numas das benditas delações premiadas da operação Lava-Jato um graúdo da empreiteira Andrade Gutierrez contou que o então governador do Rio, Sérgio Cabral, levou 5% do valor da reforma do Maracanã, prevista inicialmente para custar R$ 720 milhões. Ficou em R$ 1,2 milhão, R$ 480 mi a mais. Com essa “sobra” daria para pagar três estádios Independência, cuja reconstrução custou R$ 150 milhões, e ainda sobrariam mais R$ 30 milhões.
E ainda tem gente que é contra a Operação Lava-Jato!
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