Ele estava em um canto, caladinho, torcendo pra que ninguém se lembrasse dele, enquanto o Rio de Janeiro decreta calamidade pública e a situação se complica às vésperas da Olimpíada.
Mas a Polícia Federal e a Justiça não se esqueceram dele. Além, óbvio, da memória eletrônica da imprensa:
Hoje, no Uol:
* “Odebrecht afirma que Sérgio Cabral recebeu propina em obras da Copa”
… o ex-governador tinha como regra cobrar da empreiteira o pagamento de 5% do valor total dos contratos das obras.
O nome de Cabral já havia aparecido em planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal, em março, na casa do próprio Silva Júnior.
Os documentos indicariam que o ex-governador teria sido beneficiário de R$ 2,5 milhões em propina pagos pela empresa em razão de obras da linha 4 do metrô do Rio.
Já a reforma do Maracanã, sede da final da Copa, foi orçada inicialmente em R$ 720 milhões, mas acabou custando mais de R$ 1,2 bilhão….
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“… o uso de helicópteros oficiais para fins particulares, investigado e arquivado pelo Ministério Público … o governador e a família usavam a aeronave para ir, em fins de semana, a Mangaratiba, na Região Metropolitana do Rio, onde têm casa de praia. As viagens custariam, por ano, R$ 3,8 milhões aos cofres públicos. Na época, o governador negou irregularidades (veja a reportagem no vídeo).
Relações com empreiteiro…
As informações sobre Cabral fazem parte do roteiro que a Odebrecht tem feito a investigadores da Lava Jato na tentativa de firmar um acordo de delação premiada.
ANDRADE
Os relatos da Odebrecht sobre a reforma do Maracanã coincidem com os de dois ex-executivos da empreiteira Andrade Gutierrez.
No final de março, também em delação premiada, Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo afirmaram aos procuradores da força-tarefa da Lava Jato que Cabral exigiu 5% do valor total do contrato para permitir que a empresa se associasse à Odebrecht e à Delta no consórcio para a reforma do estádio.
Eles disseram que, naquela época, em 2009, havia um acerto informal para que as empresas disputassem o consórcio e Nora Sá chegou, inclusive, a se reunir com Benedicto Júnior, da Odebrecht, para discutir o assunto.
Em 2012, a Delta deixou o negócio depois que a Polícia Federal começou a investigar seu envolvimento no esquema de corrupção de Carlinhos Cachoeira. A parte da Delta nas obras foi então absorvida pela Odebrecht…
No G1, em abril de 2014, quando ele estava deixando o governo para uma possível candidatura ao Senado, que acabou não se concretizando:
* “… o uso de helicópteros oficiais para fins particulares, investigado e arquivado pelo Ministério Público … o governador e a família usavam a aeronave para ir, em fins de semana, a Mangaratiba, na Região Metropolitana do Rio, onde têm casa de praia. As viagens custariam, por ano, R$ 3,8 milhões aos cofres públicos. Na época, o governador negou irregularidades (veja a reportagem no vídeo).
Relações com empreiteiro
A proximidade com o empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta Construções, investigada pela Polícia Federal, também gerou polêmica. Em abril de 2012, foram divulgadas no blog do deputado federal Anthony Garotinho (PR) fotos em que Cabral e Cavendish aparecem simulando passos de dança na calçada, à frente de um hotel em Paris. Em outra imagem, o empresário aparece ao lado de dois secretários estaduais com guardanapos na cabeça. As imagens, segundo a assessoria do governo, foram feitas em missão oficial à França, em 2009.
Em junho de 2011, a queda de um helicóptero que transportava convidados para a festa de aniversário de Cavendish em Trancoso, Bahia, provocou a morte de sete pessoas, incluindo a namorada do filho de Cabral. O governador havia embarcado em um voo anterior.
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