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As perspectivas mineiras no Brasileiro e a surpreendente demissão de Rodrigo Fonseca, treinador da base do Cruzeiro

Em primeira mão a coluna do Fernando Rocha, que será publicada amanhã, no Diário do Aço, de Ipatinga:

* Um terço

Ao entrar na 13ª rodada, o Brasileirão atinge neste fim de semana um terço dos jogos realizados, já sendo possível visualizar as tendências de campanhas dos clubes nos dois extremos da tabela de classificação.

A goleada de 5 x 3 sobre o Botafogo, independentemente do adversário estar na zona de rebaixamento, põe definitivamente o Galo na briga para entrar no G-4, obviamente como um sério candidato ao título.

Fazer cinco gols numa só partida neste Brasileirão não é tarefa fácil, mas o Atlético conta com a boa fase do equatoriano Cazares, além dos experientes Victor, Erazo, Leonardo Silva, Dátolo, Robinho, Fred, sem falar dos que ainda se recuperam de contusões e brevemente voltarão, como Lucas Prato e Luan.

Porém, há problemas na defesa, que levou 19 gols em 12 jogos, contra 21 marcados pelo ataque, o que coloca o alvinegro em desvantagem no saldo de gols,  em relação a todos os  seis times, que estão à sua frente na classificação

Já o Cruzeiro, que terá hoje o apoio maciço de sua torcida no Mineirão, tem a obrigação de derrotar o Vitória, para não correr o risco de se aproximar novamente da zona de rebaixamento.

Os atacantes Rafael Sóbis e Ramón Ábila, ainda não estarão à disposição, mas a China Azul espera ver um time com a mesma disposição, daquele que derrotou de forma incontestável o líder Palmeiras, e não o apático, sem ambição, da derrota de 3 a 2 para a Chapecoense, na última rodada.

O próprio técnico Paulo Bento reconheceu a má atuação em Santa Catarina e citou outro problema grave: o Cruzeiro atual joga bem contra equipes grandes e deixa a desejar contra os considerados pequenos, pois isso a palavra “reação” se justifica, como a mais usada hoje no vocabulário cruzeirense.

  • Se quiser finalmente quebrar o jejum de 45 anos sem ganhar o título da maior competição nacional, o Galo precisa melhorar seu rendimento fora de casa.  Até agora a única vitória obtida como visitante foi no 1 a 0 sobre o América, domingo passado, num Independência que tinha maioria absoluta da sua torcida presente nas cadeiras. Por isso a meta agora estipulada pelo técnico Marcelo Oliveira está mais do que certa: 75% de aproveitamento dentro de casa e alcançar 50% fora, a começar hoje com um triunfo contra o Figueirense, que pode valer a volta ao G-4.
  • O trabalho desenvolvido nas categorias de base pela extinta Associação Atlética Aciaria, em Ipatinga, tem reflexos positivos até hoje. Titular absoluto do Botafogo, onde é chamado de “xerife”, o zagueiro Renan Fonseca, hoje com 25 anos,  1,90m de altura, natural de Ouro Fino no Triângulo Mineiro, foi uma das últimas revelações do clube ipatinguense, extinto pela Usiminas em 2009. Elias Pandú Siqueira, o “Elias da Aciaria”, ex-diretor de futebol da agremiação, lembra que Renan Fonseca, natural de Ouro Fino no Triangulo Mineiro, chegou ao clube acompanhado de outro conterrâneo, o meia Ariel, que hoje joga no catarinense Marcílio Dias.
  • Tomara que o técnico português Paulo Bento não escale hoje contra o Vitória este Federico Gino, Bruno Ramires, Pisano, Lucas e outros pernas de pau, que o torcedor cruzeirense quer ver em qualquer outro lugar menos na Toca II. Não é possível que nas categorias de  base o clube não tenha alguma jovem promessa melhor do que esses aí.
  • Sobre a base do Cruzeiro, a imprensa azul da capital não deu destaque a um fato relevante, ocorrido há uns quinze dias, que foi a demissão de Rodrigo Fonseca, treinador do Sub-17. Fonseca foi destaque dirigindo o Botafogo de Ribeirão Preto na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2015. Por conta disso a diretoria do Cruzeiro o contratou, mas inesperadamente o demitiu alegando um motivo esdrúxulo: seu “perfil” não encaixa na filosofia do clube de formador de atletas e não de resultados.
  • No entanto, quem conhece Rodrigo Fonseca garante que sua filosofia é exatamente o contrário, a de formador de jogadores,  além de ser muito estudioso, merecendo inclusive elogios de Tite, que disse numa entrevista recente ao programa “Bem Amigos” do Sportv,   que copiou uma das jogadas do Botafogo de Fonseca, que originou um dos gols do Corinthians num clássico  contra o São Paulo. Outro detalhe sobre Rodrigo Fonseca é que não permite a  influência de empresários no seu trabalho. Ah! Agora entendí… (Fecha o pano!)

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Comentários:
5
  • Julio disse:

    Boa matéria!
    Mas não acho que possa julgar o motivo da demissão do Rodrigo Fonseca como exdrúxulo, técnico formador? Você sabe qual o perfil do Cruzeiro? Ou a filosofia implementada pelo clube? Está acusando de ter esquemas com empresários? Alguma prova?

    Muito fácil criticar o trabalho dos outros quando não se está inserido nele! Você como um bom jornalista devia pesquisar mais.

  • Marcão de Varginha disse:

    Apesar de sua irretocável matéria, Ouro Fino fica na região do Sul de Minas, perto daqui de Varginha, Pouso Alegre, Borda da Mata…
    – #benecyeternomito

  • Silvio T disse:

    Perfeita a observação sobre essa eterna caipirice do galo de tremer fora de casa contra qualquer adversário. R10 foi o único que, com seu talento e universalidade, quebrou essa sina. Já era prá ter faturado os 3 pontos com tranquilidade contra o Atletico PR e Sport, mas a caipirice entrou em campo. Se abala com o time adversário, encolhe com o barulho da torcida adversária, se desestabiliza com as arbitragens. Não é possível q cai continuar assim!

  • José Eduardo Barata disse:

    Coisa boa , Chico , abrir o blog e ter posts para ler
    e entreter .
    O melhor blog das Minas Gerais , quiçá do Brasil .

  • Aldemar Antônio de Paiva disse:

    Sou cruzeirense mas gosto muito dos seus comentários. Isenção, imparcialidade , bom senso. Parabéns