Agora pela Olimpíada. A vítima dessa vez era muito mais frágil que a seleção brasileira de 2014: Fiji, sem nenhuma tradição ou qualidade no futebol profissional, dirigida por um australiano gozador, o ex-jogador Frank Farina, que na coletiva antes do jogo disse: “Se perdermos por menos de sete, seremos melhor que o Brasil”. Tomou de 10 e os alemães erraram pênalti e ainda desperdiçaram muitas oportunidades. O técnico da Alemanha é o ex-centro avante Hrubesch, do Hamburgo e seleção. Em 1982 ele jogou contra o Atlético no torneio de Bilbao. Foi 2 a 2, o Galo venceu nos pênaltis para decidir contra o Atlético local e ser campeão.
Foi um jogo até engraçado, com a maioria da torcida presente no Mineirão apoiando Fiji, vibrando com qualquer defesa que o goleiro fazia e ainda gritando “Eu acredito… eu acredito…” depois do quinto gol. Aliás, esse “Eu acredito”, criado pela massa do Galo, foi apropriado pela torcida brasileira em todos os ginásios e demais locais de disputa no Rio. Menos mal, porque assim os torcedores dão um tempo naquele chato e ridículo “eu … sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor…”.
Até antes de começar a rodada dupla no Mineirão, 25 ml ingressos tinham sido vendidos. O maior público em Beagá até agora na Olimpíada. Muito pouca gente para o esquema gigantesco de segurança, fechamento de ruas e até ponto facultativo para o funcionalismo público na capital do estado. Será que era preciso tudo isso? Gastos desnecessários e muita gente sem trabalhar, em um país atolado na crise.
A cobertura da imprensa nessa rodada tinha pouca gente. Muito menos que em qualquer jogo do Galo ou Cruzeiro pelo Campeonato Mineiro. Assim como nos jogos da seleção brasileira lá em Brasília. Mas para chegar até o estádio a burocracia é gigante. O melhor é deixar o carro no Allia Hotel (perto do Clube Jaraguá), a 2,6 Km de distância, e pegar o ônibus oficial olímpico, que sai de hora em hora. “Às 12h50, fui o único passageiro no ônibus destinado à imprensa, com 31 lugares. E três postos de parada para a polícia checar a segurança, no percurso do hotel ao Mineirão.”
Discurso mais furado tem sido o do técnico Rogério Micale, passando a mão na cabeça do Neymar. Já começou errando ao mantê-lo inicialmente como capitão, que não é a praia dele. Não este perfil, o negócio dele é jogar futebol e marcar gols. Este paternalismo exagerado é muito prejudicial ao futebol brasileiro. Disse Micale: “”O Neymar quis estar na Olimpíada e teve que assumir uma situação de protagonista, sendo muito cobrado com 24 anos. São fatos para refletirmos. O Neymar será o futuro melhor do mundo e precisamos respeitá-lo. É um jovem e pode agir de uma forma que não queremos que ele adote, mas é um jovem. Com 24 anos muitos de nós não faríamos coisas diferentes dele. Sou um treinador e preciso olhar esses aspectos para servir o meu país e formar jogadores com potencial e identificação. Confesso a vocês que não está fácil o imediatismo que estamos querendo dos nossos jogadores. Isso me preocupa muito como formador e essa conta vai cobrar um preço, já vem cobrando. Penso que podemos ter uma dificuldade ainda maior no futuro”
Jogador com 24 anos sendo tratado como juvenil, parece brincadeira do Micale. Ainda mais quando se fala de um jogador do Barcelona, que atua com Messi e alguns outros dos maiores do futebol mundial.
Prazer em rever o professor Sidney Jairo, preparador físico do Cruzeiro e auxiliar do técnico João Francisco, em 1984, ano em que a Raposa interrompeu a sequência de sete títulos estaduais seguidos do Atlético. Hoje na Secretaria Municipal de Esportes, está dando apoio à imprensa no Mineirão durante a Olimpíada.
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