Em primeira mão para nós do blog a coluna de Fernando Rocha, do Diário do Aço de Ipatinga, que circulará neste domingo:
“Resgate da seleção”
- Não há nenhum mal em ser time pequeno, que precisa se virar nos trinta para pagar as contas, encarar arbitragens maldosas, etc, coisa e tal. O problema é quando a arrogância, a soberba dos dirigentes, faz um pequeno pensar que é grande. Sem entrar no mérito, este parece ser o caso atual do América, que vai deixar de ganhar no mínimo R$ 1 milhão de reais, por insistir em manter o clássico com o Cruzeiro, quinta-feira próxima, no Independência, ao invés de jogar no Mineirão. “A burrice é a pior forma de loucura”. Nelson Rodrigues. (Fecha o pano!)
- Excelente a vitória de 5 x 2 do Cruzeiro sobre o Botafogo, que praticamente o garantiu nas quartas-de-final da Copa do Brasil. Do meio prá frente, onde o quarteto Robinho, Arrascaeta, Rafael Sóbis e Ramon Ábila, se entende muito bem, não há o que reparar, além das boas peças de reposição do ataque. O problema continua sendo a defesa, a segunda mais vazada do Brasileirão, 35 gols sofridos, ao lado do lanterna América. Só perde para a da Chapecoense, que levou até agora 37 bolas na rede.
- Qualquer neófito em futebol vê que o lateral Lucas marca e apóia mal. Manoel e Bruno Rodrigo estão atravessando péssima fase, falhando muito inclusive nas bolas altas. Não fosse o goleiro Rafael com suas defesas milagrosas, fazendo a torcida esquecer o capitão e ídolo Fábio, os recentes bons resultados poderiam ter sido outros bem piores. Edmar, o discreto lateral da esquerda, que chegou sob forte desconfiança, vem dando conta do recado.
- Ainda bem que o returno mal começou e ainda há tempo para recuperar os contundidos, mas a lista é muito extensa, o que pode atrapalhar os planos do Galo na busca pelo título que não ganha há 45 anos. É muita gente (sete) de fora sob cuidados médicos: Victor, Marcos Rocha, Patric, Erazo, Júnior Urso, Cazares e Luan. E mais três se queixaram de dores musculares, sendo poupados de treinamentos durante a última semana: Leandro Donizete, Ronaldo e Carlos César.
- Não pára por aí o drama alvinegro, pois outros três estão servindo seleções: o volante Rafael Carioca, o meia Rómulo Otero e o atacante Lucas Pratto, que entrarão em campo amanhã pelas Eliminatórias, na véspera do jogo com o Vitória da Bahia, no Independência.. Então, como já escrevi em colunas anteriores, chegou a hora de sabermos de fato , se o elenco do Atlético é bom mesmo, o “melhor do país”, como tem sido apregoado até mesmo pela imprensa nacional, ou se é bom… mas nem tanto.
A vitória inquestionável de 3 a 0 da seleção brasileira sobre o Equador, que marcou a estréia do técnico Tite, foi o assunto mais comentado na última semana.
Há motivos para isso. Em primeiro lugar, pelo pouco tempo de treinamento com todos os convocados, que não passou de três dias, o que vinha sendo motivo de reclamações não só de Tite, mas de todos os seus antecessores.
Outro motivo, – este bem mais justo e agradável -, foi que houve uma melhora significativa na relação, na confiança de todos, desde a comissão técnica, jogadores, passando pela imprensa e torcida.
A repercussão positiva dos 3 a 0 foi tamanha, que assistindo a imprensa festiva transmitindo a partida pela emissora oficial, tinha-se a impressão de que havíamos conquistado definitivamente a vaga para o Mundial.
Mas ainda falta muito. No entanto, é fato que essa nova seleção mostrou-se promissora. Alvíssaras! Nem tanto pelo primeiro tempo que foi bastante sem graça, ou como diria o mestre José Rodrigues do Amaral, o “Carioca”: – Inssonso, inodoro e incolor.
Mas, depois do intervalo prolongado, com quase 20 minutos, o panorama mudou inteiramente, quando então se viu claramente a diferença de quem conhece do ofício, Tite, para outro, Dunga, que só se manteve no cargo pela teimosia da direção da CBF.
A defesa se firmou, Renato Augusto começou a criar mais, Neymar também subiu de produção levando consigo o jovem estreante na seleção principal, Gabriel Jesus, autor de dois belos gols, um deles de calcanhar, além de ter sofrido o pênalti do goleiro equatoriano, que Neymar converteu e abriu o caminho para a goleada.
Desde a Copa das Confederações quando derrotamos a Espanha no Maracanã, sob o comando de Felipão, que a Seleção Brasileira não vencia e convencia, mas apesar de tudo isso devemos nos acautelar e sem otimismo exagerado esperar pelo próximo jogo.
Vem aí Manaus, na próxima terça-feira, onde enfrentaremos a Colômbia, com quem já criamos uma certa rivalidade, por conta dos lances polêmicos ocorridos em confrontos recentes, sobretudo a agressão que tirou Neymar da Copa de 2014.
De ânimo renovado, corações abertos novamente para abraçar a seleção, vamos esperar outro jogo difícil, que pelo andar da carruagem e caso continue o atual batido da lata, com todo o carinho dos amazonenses a nosso favor, não será surpresa se vier uma nova goleada.
* Fernando Rocha
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