Mano Menezes surpreendeu a todo mundo ao deixar Ramon Ábila no banco. Preferiu apostar em Willian. O Cruzeiro teve mais volume de jogo no primeiro tempo, mas o Grêmio foi quem propôs este tipo de jogo porque o placar lhe interessava. O comentarista de todo pós-jogo do Cruzeiro no blog, Alexa Souza, avaliou:
* “A classificação do Grêmio jamais foi colocada em perigo pelo Cruzeiro. O time gaúcho soube se defender bem e o Cruzeiro, mesmo mudado em sua formação, só viu algum resultado positivo com a entrada de Romero, improvisado na direita na vaga de Lucas, deu resultado. Álisson e Willian Bigode, nas vagas de Sobis e Ábila, apareceram muito pouco na partida, bem como Robinho e De Arrascaeta. Na mesma toada ruim estiveram os que vieram do banco (Sobis, Alex e Ábila). Muito pouco para quem precisava jogar bem e desfazer uma vantagem de 2 a 0. O ônibus que conduzia a delegação do Cruzeiro foi recebido a pedradas na Arena do Grêmio. Não houve feridos; restaram danos materiais. Não deveria, contudo, é o tipo de episódio que costuma ser patrocinado por todas as torcidas e conta com a ousadia de poucos e a conivência da maioria. É mais um caso que vai parar na lista das idiotices do futebol e que um monte de antas adora dizer que é “coisa de torcedor”.
PREVISÍVEL – Muita correria, chutões, marcação cerrada e nervosismo no início da partida na Arena do Grêmio. Era o esperado pelas circunstâncias do jogo anterior. O Cruzeiro entrou precisando tirar uma grande vantagem e o Grêmio, por sua, retraiu-se para tentar sair só na boa. Sem vacilos de lado a lado no começo e poucas oportunidades.
ABAFA – O Cruzeiro foi, aos poucos, encurralando o Grêmio e tentando chegar ao gol. Grohe defendeu bem um chute de longa distância dado por Robinho, a defesa gaúcha passou aperto em sequência de escanteios do time mineiro, Cabral deu um bom chute, de longe, com a bola batendo no travessão do gol gaúcho, depois de troca de passes no meio-campo. Um curto momento de mais resolução do time azul em campo.
CORTA O ÁRBITRO – No momento mais agudo da pressão do Cruzeiro o confuso árbitro entrou mal posicionado num lance e impediu uma conclusão de Willian Bigode. Zagueirão. Ao longo da partida esteve sempre mal colocado e interferiu fisicamente em vários lances (levou bolada, entrou na frente de jogadores, impediu finalização).
CONTRA-ATAQUES – Na etapa final continuou a forte marcação e a repetição de faltas. De emoção apenas um contra-ataque do Cruzeiro com Robinho e finalização de Álisson, para boa defesa de Grohe; e um contra-ataque do Grêmio e finalização de Pedro Rocha, para boa defesa de Rafael.
ADMINISTRANDO – O jogo caiu muito de ritmo na etapa final. O Cruzeiro se cansou e as entradas de Sobis, Ábila e Alex, além da presença de Álisson, deixaram a equipe muito lenta; o Grêmio, sem se expor, posicionado atrás da linha da bola, apenas apertava a marcação e matava lances com falta. Raramente saía para tentar algo no ataque.
COTOVELADA, PENAIS RECLAMADOS E CERA – Kannemann (1º TEMPO) entrou numa disputa pelo alto com o braço projetado e acertou o rosto de Willian Bigode, que teve um corte e sangramento. A arbitragem fez que não viu. Falta seriedade: Um jogo cheio de catimba, lances fortes, faltas táticas e nem um cartão amarelo foi exibido. Como não concluir que houve orientação para “pegar leve” e evitar desfalques nas finais? O Cruzeiro reclamou um penal em seu favor, de Marcelo Oliveira em Henrique (agarrou o jogador com uma gravata e derrubou); o Grêmio também, em lance em que Bruno Rodrigo derrubou Ramiro. Duas marcações claras não assinaladas pela arbitragem.
CATIMBA GAÚCHA – Marcelo Grohe catimbou à vontade. Caiu, pediu atendimento, caiu de novo. Simulou contusão e foi até o fim da partida. Só por causa dele o jogo ficou paralisada quase 5 minutos. Some-se a isso o retardamento das cobranças de falta e as 6 substituições realizadas. O problema é que a arbitragem vê tudo, é conivente e não aplica a regra do acréscimo necessário. E olha que os gaúchos melhoraram: Nos anos 70 e 80, quando estavam vencendo os jogos, recolhiam gandulas e desapareciam com as bolas reservas em todas as partidas.
SEM GÁS – O Cruzeiro correu muito quando precisava jogar. Pouco para quem precisava jogar bem para reverter o marcador desfavorável. Fez um primeiro tempo intenso e dominou o jogo; sumiu no tempo final. A opção de Mano por Álisson nada resolveu: ficou perdido no meio da marcação, omitiu-se no momento decisivo e em nada contribuiu. Willian até que tentou ajudar, mas saiu para dar lugar a Alex, que nada fez. Sóbis substituiu De Arrascaeta e ambos não justificaram suas presenças, assim como Robinho (muito mal) que saiu para dar lugar a Alex. Despedida melancólica da Copa do Brasil.
PERSPECTIVAS – Onde estão os que diziam que este seria o ano de De Arrascaeta? Onde estão os que gostam de falar do potencial de Álisson e Elber? Onde estão os que teimaram que o reserva Willian Bigode era o comandante de ataque adequado? Como remontar o time se a maioria dos jogadores possui contrato até 2018, 2019 ou 2020? Quando houver uma diretoria mais competente talvez estas coisas possam ser respondidas; papo-furado e justificativas nunca se deram bem no Cruzeiro. Pelo menos mais um ano será necessário tolerar essa turma.
FICHA DA PARTIDA
Grêmio: Grohe; Edílson, Geromel, Kannemann e Marcelo Oliveira; Walace, Maicon, Ramiro (Jailson), Pedro Rocha (Everton)e Douglas (Rafael Thyere); Luan – Técnico: Renato Gaúcho
Cruzeiro: Rafael; Lucas, Bruno Rodrigo, Léo e Edimar; Henrique, Lucas Romero, Robinho (Ábila), De Arrascaeta (Sobis) e Álisson; Willian Bigode (Alex) – Técnico: Mano Menezes
Arbitragem: Thiago Duarte Peixoto (SP) auxiliado por Tatiane S. S.Camargo (SP) e Danilo Ricardo S. Manis (SP)
Cartões Amarelos: Não houve
Público/Renda: 52.363 e R$ 1.708.865,00
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