Fred, único da prateleira de cima do Galo em campo hoje pelo Brasileiro
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A sempre ótima coluna do Fernando Rocha, hoje, no Diário do Aço, de Ipatinga:
* “Em campo”
A falta de planejamento e desorganização do Atlético, abordados numa entrevista coletiva por um de seus principais jogadores , Rafael Carioca, – precisou de um jogador de futebol falar a verdade -, se refletem nesta penúltima rodada do Brasileirão.
Ainda com chances reais para chegar ao G-3, caso vença o São Paulo e o Flamengo perca para o Santos, mesmo assim irá colocar em campo hoje um time totalmente reserva para enfrentar o São Paulo, no Independência, quando deveria escalar força máxima para tentar a vaga direto na fase de grupos da Libertadores, já que através da Copa do Brasil virou algo improvável.
Aliás, não é só o Galo que demitiu o seu treinador ( demorou a tomar essa decisão) durante a última semana, pois o São Paulo também trocou Ricardo Gomes pelo ainda ídolo da sua torcida, Rogério Ceni, uma medida de alto risco, considerando que o ex-goleiro ainda não dirigiu sequer um time de botões.
No Galo, o interino Diogo Giacomini, técnico da categoria de base, vai comandar o time, com todas as atenções voltadas para a decisão com o Grêmio na próxima quarta-feira, em Porto Alegre, na esperança de um novo milagre.
A saída de Marcelo Oliveira, que já não tinha o controle do grupo faz tempo, gerou uma situação inusitada, onde a diretoria transfere aos jogadores toda a responsabilidade de reverter a larga vantagem dos gaúchos, que podem perder até por um gol de diferença que ainda serão campeões.
Não se pode duvidar da capacidade de superação do Atlético, que tem jogadores além de muito experientes, com qualidade para reverter este quadro adverso, mas é fato que a situação ficou muito difícil, em razão das escolhas erradas feitas pelo técnico anterior, culpa que deve ser também dividida com a diretoria, que contratou bastante do meio prá frente, mas não contemplou o sistema defensivo com as mesmas opções de qualidade e quantidade.
· Já o Cruzeiro vai a Porto Alegre enfrentar o desesperado Internacional. O Inter está em situação delicadíssima e, este sim, precisa de um verdadeiro milagre para não ser rebaixado. O técnico Mano Menezes, preterido pelo atual presidente colorado no início da temporada, leva o que tem de melhor no momento para este jogo no Beira-Rio. O receio é que a torcida gaúcha reaja com violencia, caso o time do sul perca e seja rebaixado neste domingo, como aconteceu recentemente com os torcedores do Coritiba. O pavio foi acesso e toda cuidado é pouco.
· Os erros cometidos pela diretoria celeste nos últimos dois anos não podem se repetir em 2017, como por exemplo as apostas erradas em treinadores, e a contratação de jogadores medianos ou medíocres, sem a mínima condição de vestir a camisa celeste. Nada de apostas, este deve ser o lema para a próxima temporada, ou pelo menos é o desejo da sua torcida. E os nomes de possíveis reforços já começam a surgir, como por exemplo Elias, volante do Sporting de Portugal, que se consagrou em conquistas recentes no Corínthians. Se é ou não especulação isso não importa, pelo menos agora está sendo cogitado um nome que vale a pena, e não um desses cabeças de bagre, do tipo que foram trazidos no início deste ano, que só deram prejuizo ao clube.
· Ainda sobre o vareio que o Atlético tomou do Grêmio na última quarta-feira, a superioridade tática dos gaúchos foi tanta, que no primeiro tempo parecia existir só um time em campo. Poucas vezes ví o time alvinegro tão perdido, sendo facilmente dominado, sobretudo no meio de campo. Já o setor defensivo, cuja deficiência já era conhecida, voltou a fazer sua parte com a fragilidade de sempre.
· No pronunciamento do técnico Marcelo Oliveira, após a demissão na Cidade do Galo, ficou no ar várias questões, mas uma de suas afirmações me chamou a atenção, por ser uma meia verdade. Marcelo disse que deixava o Atlético “com vaga garantida na Libertadores”. Na verdade, o que está garantido mesmo é a disputa da pré-Libertadores, onde ainda terá de eliminar um concorrente, em dois jogos de mata-mata, para aí sim chegar à fase de grupos da maior competição do continente.
· Com o atual elenco, que não é nenhuma Brastemp como apregoa a imprensa festiva nacional, apesar do grande número de contusões, algo que precisa ainda ser melhor expliado, e notória carência de defensores com mais qualidade e quantidade, era obrigação do treinador ao menos garantir a vaga na disputa de grupos da Libertadores, sem ter de prestar vestibular.(Fecha o pano!)
* Fernando Rocha
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