Ótimo artigo da Úrsula Nogueira, diretora de esportes da Rádio Itatiaia:
* “O clássico do ‘mimimi’”
Semana de clássico é sempre “mais do mesmo”. Toda vez é a mesma coisa. Infelizmente! Na contramão da civilidade, alguns dirigentes de Cruzeiro e Atlético fomentam, mais uma vez, uma série de polêmicas desnecessárias.
A “bagunça” começou no último domingo (26) quando o repórter Thiago Reis informou que o clássico teria 90% de cruzeirenses e apenas 10% de atleticanos no Mineirão. A famosa polêmica da divisão dos ingressos.
Na última terça-feira (28) a diretoria do Atlético encaminhou um ofício à Federação Mineira de Futebol pedindo o afastamento do árbitro Ricardo Marques Ribeiro. Em entrevista à Rádio Itatiaia, o diretor jurídico do Atlético, Dr. Lásaro Cândido, alegou que o pedido foi feito pelo histórico de jogos do Cruzeiro mediados pelo árbitro. “O que ocorreu ontem, no jogo contra o Uberlândia, praticamente reafirmou essa incapacidade (de Ricardo Marques) de gerir um espetáculo respeitando as regras, pelo menos em jogos envolvendo o Cruzeiro”, disse Cândido.
Se o Atlético tivesse sido prejudicado pela pontuação alcançada pelo Cruzeiro, o pedido de afastamento do árbitro teria um embasamento mais lógico. Mas não foi isso que aconteceu! O clube alvinegro, que já tinha a classificação e a liderança do Campeonato Mineiro assegurada, resolveu colocar lenha na fogueira. Digo isso porque, se tem um clube prejudicado, esse time foi o Uberlândia, que não pediu nenhum afastamento do árbitro.
O curioso é o fato de o clube alvinegro não ter tomado a mesma providência, quando se sentiu prejudicado na partida entre Atlético e URT, entendendo ter um gol mal anulado pelo árbitro Ronei Cândido Alves.
Não bastando, o Cruzeiro vetou a presença do mascote do Atlético. Além disso, estão proibidos também bandeiras e instrumentos musicais dos atleticanos. O engraçado é que estavam presentes na reunião da FMF, representantes dos clubes e órgãos competentes para o evento. Era difícil resolver tudo nessa reunião? Aliás, esse era o objetivo deste encontro, resolver toda logística do jogo. E não deixar que “confusões” sejam alimentadas após a ata publicada.
O Cruzeiro ainda queria proibir as crianças atleticanas de entrarem no gramado, mas o regulamento da competição não permite. Gente, fala sério! Talvez estas crianças conseguiriam contribuir para um clássico mais harmonioso. Lembrem-se: elas são a nova geração dos times de futebol. Precisam ser tratadas a pão de ló. Precisam ser cativadas e convencidas que vale a pena pagar ingresso e ir ao estádio torcer pelo time do coração.
Ao invés de estarmos discutindo sobre prováveis escalações, esquema tático, quem volta do DM ou quem fica no banco, estamos perdendo tempo falando sobre essas “picuinhas”. Tem tanta gente competente, inteligente e com anos de experiência nas diretorias dos clubes que quero acreditar que estão procurando fazer sempre o melhor. Muita coisa faz parte de um evento tão importante. Mas história do superclássico é muito grande pra ficar marcada por brigas de vaidades. Não podem perder o foco que é dentro das 4 linhas. A torcida dividida não foi bem sucedida na Primeira Liga? Foi um espetáculo à parte. Torcedores encheram as arquibancadas e trouxeram, de novo, o brilho que o clássico havia perdido.
Sem contar na hipocrisia de depois lançar a campanha do #ClassicoDaPaz. O exemplo precisa vir na preparação do evento por todos os envolvidos na organização. Menos mimimi e mais futebol.
http://www.itatiaia.com.br/blog/ursula-nogueira/o-classico-do-mimimi
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