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“Bando de energúmenos desocupados isto sim. Trabalhar que é bom nada, hein?”

Quem disse isso foi o Fernando Rocha, o de Ipatinga, um dos bons jornalistas da imprensa que cobre esportes em Minas, se referindo aos que foram protestar na porta da Toca da Raposa contra o time do Cruzeiro esta semana. Confira em primeira mão a coluna dele que será publicada amanhã, no Diário do Aço:

* “Coluna Bola na Área – 09/07/17 – Domingo – Fernando Rocha”

Mais maluco

O futebol sempre foi imprevisível, maluco, mas de algum tempo prá cá, com esse calendário atual, o futebol ficou ainda mais maluco, desbancando todas as previsões, números, estatísticas, esquemas táticos e elencos mais qualificados, além da influência dos técnicos chamados de “professores” ser muito maior.

Entre os muitos sinais de maluquice da semana está o do Atlético, que depois de fazer um jogo de alta intensidade, excdelente, derrotando o maior rival, Cruzeiro, três dias depois viaja à Bolívia para enfrentar um adversário muito mais fraco, e joga feio, perde, como se fosse outra equipe.

Cada jogo mais maluco do que o outro, cada um surpreendendo mais os comentaristas, técnicos, a aritmética, os pitaqueadores de plantão,  os conceitos científicos do futebol, e por aí afora.

O caso do Cruzeiro também é parecido, assolado por constantes contusões musculares no seu elenco, o que enfraquece o time, dificulta a formação de um padrão tático, o que há um mês atrás era elogiado, assim como o trabalho do técnico Mano Menezes, que agora é questionado e ameaçado de demissão.

Onde é que vamos chegar nessa toada eu não sei, mas não vejo nenhuma graça nessa maluquice que tomou conta do nosso futebol.

Nova era

Pelo que sei Cruzeiro e Palmeiras vão utilizar seis principais titulares neste clássico nacional, hoje, no Mineirão, principalmente o time celeste, que não atuou no meio da semana e precisa se reabilitar depois da derrota no clássico para o Galo.

O mesmo não se pode garantir em relação a Botafogo e Atlético, que vão se enfrentar no Rio de Janeiro, pois ambos tiveram jogos complicados e desgastantes pela Libertadores.

A cada rodada é a mesma coisa: times que brigam na parte de cima da tabela, envolvidos em diversas competições ao mesmo tempo, acabam jogando com reservas para tentar evitar ao máximo  as contusões de titulares importantes.

Este aí é o nosso futebol,  brasileiro e sul-americano, espremido e judiado entre o calendário da CBF, Conmebol, o das federações, agora também de ligas, e sei lá mais o que  virá. Jogadores, técnicos, médicos, fisioterapeutas, e todo o staff dos clubes, têm de se virar porque suas diretorias são submissas, subalternas em relação às entidades que comandam o futebol.

  • Causa espanto ver alguns colegas da crônica dizendo que Rogério Ceni é  o maior ídolo da história do São Paulo. Pode ter sido um dos maiores, mas não o maior. Isso é coisa de quem só viveu as duas últimas décadas e desconhece essa mesma história. Agora, claro que foi um desrespeito a sua demissão do cargo de treinador pela atual diretoria, que errou ainda mais ao contratá-lo sem nenhuma experiência para exercer o ofício.
  • Mas, como diz a letra de Caetano Veloso, no clássico “Sampa” da MPB, “todo narciso acha feio o que não é espelho”. Até mesmo quando resolver pedir desculpas à torcida são-paulina, Rogério Ceni desfilou sua arrogância e não desceu do tamborete: “Desculpem-me se falhei”, disse Ceni, esquecendo-se de que o time então dirigido por ele, não vence há seis jogos e foi parar na zona de rebaixamento.
  • Há um mês atrás os venezuelano Otero era reverenciado como o melhor batedor de faltas do futebol brasileiro, o que vinha lhe garantindo a condição de titular. Cazares, muito bom técnicamente, ficava no banco por conta de seus “apagões” durante as partidas. Agora tudo mudou, Otero perdeu espaço,  Cazares mesmo ainda apagando de vez em quando virou titular absoluto, e ainda lhe tirou o posto de melhor do país nas bolas paradas, ao lado do peruano Guerrero, do Flamengo. Até a fama de baladeiro do equatoriano foi esquecida. “O futebol, cheio de dúvidas e incertezas é uma metáfora da vida”. Tostão.
  • Terminados os jogos de ida das oitavas de final dá para prever quem fará as quartas? Não custa nada olhar a bola de cristal, mas a garantia é nenhuma. Os prováveis confrontos seriam:  River Plate x Atlético/MG ; San Lorenzo x Lanús; Santos x Palmeiras e Botafogo x Grêmio. O jogo de volta mais difícil dos times brasileiros é o do Palmeiras, pois este Barcelona do Equador tem aprontado fora de casa.
  • Em pleno horário de batente numa quarta-feira  gorda,  cerca de 100 torcedores (???) do Cruzeiro foram prá frente do portão da Toca II, gritar palavras de ordem e achacar os jogadores, que chegavam para treinar ou trabalhar como gostam de dizer. O evento, que mereceu destaque na mídia, foi uma forma de protesto das tais torcidas organizadas contra os últimos maus resultados. Por conta disso é que os políticos deitam e rolam neste país e chegamos onde estamos.  Bando de energúmenos desocupados isto sim. Trabalhar que é bom nada, hein? (Fecha o pano!)

* Por Fernando Rocha – Diário do Aço


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Comentários:
3
  • Amaury Alkimim disse:

    Chico, Boa Noite! Acompanhei zapeando os jogos Vasxco x Flamengo e Corinthians x Ponte. Olha Mengão e Corinthians, assim como Palmeiras e Grêmio estão muito, mas muito acima do nível do meu Cruzeirão e demais times do Brasileirão/17. O Flamengo talvez tenha o melhor time do país e timão o mais organizado; talvez. Amanhã será um novo dia para o meu Cruzeiro querido? Espero; mas o sistema defensivo desde janeiro tem falhado sistematicamente, jogo após jogo, salvo pouquíssimas exceções. Mudando de assunto, que coisa triste foi aquela batalha campal no final do clássico carioca há poucas horas! Como a humanidade está belicosa e agressiva! O futebol não precisa ser assim; aliás, não deve! Tudo que envolve futebol logo descamba para agressões. Vc ver aqui no blog que há agressões verbais até entre torcedores do mesmo time. É uma necessidade de ofender, de querer aniquilar com o adversário para que ele deixe de existir. Bobagem. Já disse aqui e repito: se o Cruzeiro acaber na parte da manhã o Atlético morre à tarde e vice versa. Um precisa do outro, ganhando e perdendo. E quando perdemos não devemos quebrar estádio, agredir e até matar nossos adversários. Penso que contribuímos negativamente quando fomentamos por meio de palavras também aqui no blog essa cultura de guerrilha e violência.Sempre respeitei e admirei muita coisa no Atlético em que pese minha paixão ser o CRUZEIRÃO (o melhor time do mundo, para mim, claro!). Ah!, outra coisa, torci demais para o América ontem à noite que jogou um futebol de muita qualidade e achei aquela camisa do coelho de ontem linda! Como quero que o América de consolide no cenário nacional, subindo e ficando na série A como a Ponte Preta, AtléticoPR e outros tantos; assim como torço para o Boa se manter na B e Tupi, Caldense e Vila desempenharem boas companhas com acesso nas competições que disputem. Assim quem ganha é Minas Gerais, no mundo da bola e economicamente, pq não?

    • Marcão de Varginha disse:

      Ambos podem até precisar um do outro, mas o diferencial é que somente o radicado comprou arbitragem colocando em dúvida a lisura de conquistas de vários campeonatos… desse jeito até a sala de troféus do Boa fica recheada, né? Mais moleza, impossível!
      – #benecyeternomito

  • Marcão de Varginha disse:

    Concordo em GNG com o Fernando Rocha… com a desculpa de “protesto”, esses projetos de torcedores que não tem nada para ocupar seu tempo vão aos CT’s para fazer algazarra, ameaçar, destruir bens particulares e agredir profissionais dos clubes. Esses cabeças ocas com certeza não manifestam contra as atuais aberrações políticas, nem participam de passeatas em prol da vida e dos bons costumes, e desocupados que são tem tempo suficiente para atrapalhar a vida de quem está trabalhando… punição e cadeia neles!
    – Interessante também é que quando souberam da declaração espontânea de um dirigente de seu clube que disse em alto e bom tom para o Brasil ouvir ter comprado arbitragem para beneficiar seu time, esses arruaceiros não foram à porta da toca da raposa e até esta data não manifestaram seu descontentamento com essa situação que colocou em dúvida a lisura de vários campeonatos conquistados pelo CEC nos últimos 50 anos… coniventes, irresponsáveis e covardes que estão à caça de holofotes!
    – #benecyeternomito