Os próximos passos do presidente Daniel Nepomuceno serão importantíssimos na vida dele, do Atlético e de muita gente mais. O sucessor de Roger Machado, se der certo, vai garantir a reeleição do próprio Daniel no fim do ano e garantirá um bom cacife político a ele para as eleições partidárias de 2018. Essa escolha não é fácil: aposta em um nome jovem é arriscada pelo atual momento; um mais velho, está difícil no mercado; meio-termo idem. Do exterior, mais arriscado ainda; até o sujeito se acertar na cidade e no clube, a temporada já era!
O Galo está em três disputas importantes; elenco dos mais caros, torcida acostumada com títulos e disputas na cabeça; na pior das hipóteses, cadeira cativa na Libertadores da América nos últimos anos.
As especulações são muitas, algumas soam como malucas. Os mais chutados até agora: Micale, Giacomini, Cerezo, Ney Franco, Vagner Mancini, Bauza, Rueda, Eduardo Baptista, Oswaldo Oliveira… Pode pintar um deles, ou não!
De acordo com o jornalista Cândido Henrique, do portal O Tempo, o ambiente também é ruim para o Superintendente André Figueiredo. Perguntei ao diretor de comunicação Domênico Bhering, e ele disse que não tem nada disso.
Mas o Candinho é ótimo repórter, conheço-o bem. Se não houvesse alguma fumaça e ele não tivesse boas fontes não publicaria o que publicou esta tarde. Confira:
* “Reunião é quente entre dirigente e atletas e muda planos de presidente”
Lideranças do grupo alvinegro questionam atuação de André Figueiredo, que perde prestígio e dificulta vinda de Micale e efetivação de Giacomini; diretoria e superintendente negam clima ríspido
Quem será o novo técnico do Atlético? Esta é uma pergunta que o presidente do Galo, Daniel Nepomuceno, não sabe responder agora. Ele anunciou a demissão de Roger Machado no início da tarde desta quinta-feira, tem nomes em pauta, mas a reunião com os jogadores, na Cidade do Galo, pode mudar os rumos pensados.
O superintendente de futebol, André Figueiredo, que assumiu uma posição estratégica depois da morte de Eduardo Maluf, antigo diretor de futebol do clube, foi questionado por lideranças do clube. Em um momento de bronca no elenco, figuras importantes como o goleiro Victor e o zagueiro Leonardo Silva pediram que Figueiredo “medisse suas palavras”.
Assim, figura importante na condução da contratação de um novo treinador perde poder, o que muda os rumos que a diretoria já pensava. Dois nomes agradavam Nepomuceno e sua cúpula: Rogério Micale, técnico campeão olímpico com a seleção brasileira em 2016, e Diogo Giacomini, auxiliar técnico permanente do clube.
No entanto, estes dois nomes são fortemente ligados a André Figueiredo, que perdeu prestígio. Ele tem a sua função no time profissional em xeque, podendo retornar ao posto de figura principal das categorias de base do Galo, cargo que ocupa há mais de uma década no clube.
Posicionamento do clube
O diretor de comunicação do Atlético, Domênico Bhering, e o superintendente de futebol, André Figueiredo, negam o ocorrido e reproduzem o diálogo com os jogadores. “Isso não aconteceu. O Roger conversou com os jogadores e, depois, o André disse que o presidente subiria para conversar com os atletas”, disse Bhering.
Figueiredo reforça que o ambiente no clube é bom e que não houve diálogo ríspido. “O ambiente no clube sempre foi bom. A gente preza por isso. Lógico que, neste momento, estamos tristes. Quem falou isso falta com a verdade”, reforçou André Figueiredo. A direção do Atlético também rechaça qualquer volta de Figueiredo para as categorias de base.
Ligação para Micale
A reportagem de SuperFC entrou em contato com duas pessoas que já trabalharam com Micale e que são bem próximas ao treinador. Os dois falaram da boa possibilidade de o treinador campeão olímpico aceitar uma proposta do Atlético. Ele havia recusado muitos convites desde que deixou a seleção, no início de 2017, e espera uma proposta como a do Galo.
Micale tem tributos que agradam a diretoria alvinegra. Primeiro: ele conhece bem o clube. Micale trabalhou por oito anos nas categorias de base do Atlético e deixou o clube para comandar, justamente, a seleção brasileira sub-23, que acabou com a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
O treinador conhece bem o estilo vertical de jogo que a torcida do Atlético gosta, o que contrasta com a proposta de manutenção de posse bola implantada por Roger Machado, uma das maiores críticas ao antigo trabalho no clube.
Um contato entre a diretoria e Micale, neste momento, no entanto, será mais difícil e ele não teria disponibilidade para comandar o time logo. O treinador está na China, onde ministra palestras sobre o futebol brasileiro. Ele chegou nesta quarta-feira e tem evitado atender telefonema até de pessoas bem próximas a ele.
Efetivação de Giacomini
Outro nome que chegou a agradar a diretoria é o de Diogo Giacomini, atual auxiliar técnico permanente do clube. A boa resposta que Corinthians e Flamengo tiveram efetivando Fabio Carille e Zé Ricardo faz com que a diretoria alvinegra pense nesta possibilidade. No entanto, depois da reunião com os jogadores, há um temor de como isso pode ser visto.
A própria entrevista coletiva dada por Daniel Nepomuceno também indica que o clube vai ao mercado em busca de um novo treinador, diminuindo as chances de Giacomini ser efetivado neste momento.
Vágner Mancini
Outro nome ventilado é o de Vágner Mancini. Técnico do Cruzeiro que venceu o Galo por 6 a 1, na Arena do Jacaré em 2011, Mancini deixou a Chapecoense há pouco tempo e é pai também do zagueiro reserva do time, Matheus Mancini. Seu nome é ligado ao empresário Fábio Mello, que tem bom trânsito com a diretoria do Galo, um ponto que ajudaria na negociação.
Perto de decisões
No entanto, o momento é de pensar muito nos próximos passos. Até, por isso, Daniel Nepomuceno disse à imprensa que não anunciará nomes nesta quinta-feira. O Galo tem pela frente semanas decisivas. Na quarta-feira que vem, dia 26 de julho, o Atlético faz o segundo jogo das quartas de final da Copa do Brasil contra o Botafogo. O primeiro jogo acabou com vitória atleticana por 1 a 0.
O jogo mais importante, no entanto, acontece no dia 9 de agosto, quando o Galo encara o Jorge Wilstermann, da Bolívia, no jogo de volta das oitavas de final da Copa Libertadores da América. O Atlético precisa da vitória por dois gols de diferença, já que perdeu o jogo em Cochabamba, na Bolívia, por 1 a 0.
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