Esta o José Eduardo Barata vai gostar demais, já que é a história de alguém que apenas ama um time de futebol, sem cursos de psicologia, sem mestrado, doutorado ou coisa assim, sem dados estatísticos e sem bla, bla, bla…
Mas soube motivar um grupo de jogadores, só com a emoção e simplicidade, que andam faltando no mundo do futebol. Escrevi em minha coluna no jornal Sete Dias, de ontem:
* A carta do sete-lagoano Rafael
Repercutiu muito na mídia a carta enviada pelo nosso conterrâneo Rafael, filho do médico Antônio Lobo e da professora Teresa, ao Capitão do América, Rafael Lima, para que ele lesse aos colegas de time que estavam prestes a conquistar a Série B, se vencessem o CRB no Independência. Texto carregado de emoção, escrito por um engenheiro com veia de poeta, lido brilhantemente pelo Bruno Azevedo no programa Rádio Esportes, da Itatiaia, com o hino do Coelhão ao fundo. Confira:
“Capitão, estou te escrevendo enquanto me preparo para sair e comprar o ingresso para o jogo de sábado. Quero te mostrar e pedir para você explicar para o resto dos jogadores, o quanto esse título é importante para nós, torcedores do América.
Primeiro que não é nada fácil torcer pelo Coelho. A gente não escolhe. A gente herda esse amor. Eu herdei do meu pai. Ele me levava aos jogos quando pequeno e com isso o amor nasceu. Já vi o América calar as maiores torcidas de BH mas já vi, muito mais, a nossa torcida ser calada. E termos que ir embora engolindo o orgulho. Cabisbaixos e fingindo não ligar.
Não é fácil torcer para um time que já amargou a série C, que já deixou de disputar o campeonato mineiro. Não é fácil ouvir as outras torcidas comemorarem 6 pontos garantidos na série A do ano que vem. Não é nada fácil…e a gente sofre com isso há tanto tempo que não sei como conseguimos. Realmente é um time para poucos.
Por isso eu peço que entenda e explique aos outros jogadores. Quando nossa torcida ficar calada, impaciente, começar a chiar e ameaçar algumas vaias… isso não é falta de apoio, não é falta de reconhecimento por todo trabalho e esforço de vocês durante o ano. Isso é excesso de SOFRIMENTO. É toda angústia, dor, humilhação que está entalada na garganta. É o medo de ter que ouvir calado novamente. É ansiedade pra gritar CAMPEÃO, coisa tão rara em nossa história.
Pensa que não estarão nos dando só o título. Pra nós é muito maior que isso. Vocês vão me dar o direito de, daqui a 10 ou 15 anos, sentar com meu filho, colocar os melhores momentos na TV e mostrar pra ele o momento que um grupo de jogadores devolveu pra nossa torcida o orgulho de ser americano.
Quando vocês entrarem em campo (nossa casa não vai estar lotada, mas vai estar cheia), olha pra nossa torcida e pensa o quanto nós temos que amar esse time para passar por tudo isso. Pensa em todos os anos de sofrimento que tivemos, pensa em tudo que a imprensa fala do nosso Coelho, pensa em como o Inter entrou no campeonato considerando o título garantido e aí vão entender a importância desse título pra gente. E guarda isso tudo no coração, debaixo dessa camisa maravilhosa (a mais bonita do Brasil). Debaixo desse escudo que já foi tão castigado. E, se em algum momento do jogo o cansaço bater, olha pra gente. A gente vai estar lá roendo unha, ou xingando, ou gritando, ou calado, chorando ou sorrindo…mas a gente vai estar lá. Com vocês. Contra tudo e contra todos. Te escrevo pois sei que além de capitão você é o líder desse grupo. Te escrevo para agradecer esse campeonato maravilhoso com quebra de recordes e campanha irretocável. Mas peço que no sábado, só no sábado, jogue como se nada disso valesse. Como se nada disso importasse. Como se o nosso ano, os nossos últimos 20 anos, estivesse em jogo nesses 90 minutos. ACREDITA, ACREDITA, ACREDIIIITA AMÉRICA!!!!!!!”
O América convidou o Rafael para ir ao CT Lanna Drumond para conhecer pessoalmente o Capitão Rafael Lima e demais jogadores, além de ganhar uma camisa autografada.
Americanos queridos, felizes e nada raros nos estádios como dizem as más línguas: Tereza, Dr. Antônio Lobo, Thaís e Rafael, prestigiando o Coelhão, a caminho da Série A, em dia de jogo no Independência; A Tereza é “infiltrada”, cruzeirense, para dar força ao marido, filho e nora.
* http://www.setedias.com.br/coluna/chico-maia/chico-maia-ecos-do-passado/100/18061/chico-maia
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