Disse o conterrâneo jornalista Gustavo Zubreu que “pasto seco, moita verdinha; boi não sai de perto de jeito nenhum”. No futebol é desse jeito. Federações e CBF são tradicionalmente comandadas por quem não é do ramo do futebol. Ricardo Teixeira, por exemplo, um dos mais longevos, era do mercado de capitais e caiu de paraquedas lá por imposição do então sogro, João Havelange, que o “elegeu”. É grana e poder demais envolvidos. Poucas atividades no Brasil são tão atraentes assim.
O americano Márcio Amorim sintetizou o que cada vez mais gente pensa sobre a fórmula do Campeonato Mineiro e demais,, que ano após ano se repetem, com uma mudança ou outra, que na prática dá na mesma. É a realidade de todos os estaduais porque é o que ainda justifica a existência das federações e da própria CBF, que manobra os clubes e quem mais precisa por meio de interesses financeiros. O futebol brasileiro vive esta situação inacreditável: clubes de pires da mão e as entidades que “organizam” os campeonatos cada dia mais ricas. Todas inúteis, desnecessárias, porque se os clubes se unissem, eles mesmos administrariam estes bilhões que geram, organizando eles mesmos as competições.
Como os clubes não se entendem entre eles a CBF fica à vontade, mantendo essa ciranda. Vejam que o Del Del, cassado e acuado feito uma “ratazana prenhe”, como diria Nélson Rodrigues, elegeu o sucessor dele, que obviamente manterá tudo como está. Com o apoio unânime das federações e quase total também dos clubes, cada um precisando de um tipo de “favor” da CBF.
Os clubes grandes vão se apequenando, rolando suas dívidas, e os pequenos, do interior, agonizando e morrendo.
Esta discussão fica longe da pauta do dia a dia da imprensa já que os veículos de comunicação também têm seus interesses. Além do mais o torcedor de modo geral não gosta deste tipo de assunto, e a audiência cai. Prefere ficar batendo boca por questões menores. Como escreveu certa vez aqui no blog o Stefano Venuto Barbosa: “igual a mães que ficam discutindo qual filho é mais bonito, atleticanos e cruzeirenses discutem quem é o melhor entre eles”. Obviamente nunca chegarão a um acordo porque paixão é paixão e fim de papo.
E vida que segue. Veja o que escreveu o Márcio Amorim, com o qual concordo plenamente:
“Em princípio, sempre condenei este regulamento que nada mais é do que uma cópia piorada de vários anteriores. Conseguiram piorar, porque este impõe aos times, principalmente aos do interior que vivem de pires na mão, uma sequência desumana de jogos e viagens longas (Todos sabem que Minas é maior territorialmente do que a França e a Alemanha). No final das contas, eliminam-se dois e rebaixam-se outros dois.
O resultado disto é que os da Capital menosprezam o torneio e, em pleno mês de fevereiro, estão colocando time B, para “preservar” os atletas. A classificação deles,, entre 8 passa a ser uma obrigação. Se são ameaçados, resolve-se de outras formas.
Felizmente, pelo menos o Cruzeiro cobrou preços compatíveis com a qualidade do espetáculo, dada a fragilidade dos adversários. Sei que o América também reduziu bem o preço, talvez porque soubesse que Juninho e Renan estariam em quase todos os jogos. Com esses dois, 1,00 ou um quilo de alimento não perecível seria bem pago.
Estou “zoando” meu time porque não gosto de mexer com o time dos outros. Aliás, não citei o preço praticado pelo Atlético por total desconhecimento. Agora, vamos pensar coletivamente: Pelo que leio aqui no blog, todo time tem um ou mais atletas que não têm a mínima condição de vestir camisas tão respeitadas.
Tenho faltado a seguidos jogos do América por problemas de saúde já sanados. Entretanto, ficar afastado, tem-me feito pensar se vale a pena sacrificar por esse campeonato. Estou muito desiludido com o que tenho visto. Alguns árbitros (juiz é outra coisa), alguns auxiliares e alguns diretores da Federação e de clubes perderam completamente a compostura. Não pretendo abrir mais discussão sobre isto. Aprendi muito, lendo comentários de pessoas inteligentes, mas aprendi também com comentários completamente fora do bom senso.
Não acho legal, EU (Márcio Amorim) usar um espaço deste para “soltar os cachorros” e não apresentar soluções. Mesmo sabendo que jamais serei ouvido.
Sabemos que, em Minas, há em torno de umas 20 cidades com bons estádios ociosos e todas com mais de 200.000 habitantes. Será tão difícil inserir, no espaço de 2/3 anos, estas cidades no contexto? Seria o tempo dado para que todas se preparassem.
Estádios ociosos. em ótimas cidades (digo em relação ao Campeonato Mineiro): Pouso Alegre, Ipatinga, Muriaé, Nova Serrana, e a nossa querida Sete Lagoas. Alguns que eu possa ter-me esquecido já estão no campeonato, como Tombense, Patrocinense.
Poder-se-iam criar dois grupos de 10 que jogariam entre si no turno e contra os do outro grupo no returno.
Os dois primeiros colocados se enfrentariam em uma final, sem a menor vantagem de um sobre o outro.
Queria ver alguém colocar reservas de baixo nível e cobrar caro.
Responder as perguntas que adviriam desta ideia é o serviço para as intermináveis reuniões que se fazem e, ao final, conseguem parir um lixo de regulamento como estes últimos.
Abs.
* Márcio Amorim
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