Filho e auxiliar do Tite, durante o empate com a Venezuela.
Copa América no país. Dentro das quatro linhas a seleção da CBF ganhou com dificuldades da Bolívia e empatou sem gols com a Venezuela. As duas piores seleções da América do Sul. O conceituado jornalista e escritor argentino, Jorge Barraza, twittou depois do 0 a 0 de ontem: @JorgeBarraza “Los más indignados con el VAR son los hinchas de los equipos que durante 80 años se robaron decenas de campeonatos. Para los otros es una bendición. Hoy el árbitro, sin VAR, hubiese validado los 2 goles de Brasil, pero la cabina lo fiscaliza, no puede hacer cualquier cosa.”
Não sei se durante 80 anos, mas, dos anos 1980 para cá, lembro-me de muitos jogos em que a seleção brasileira foi ajudada pelas arbitragens. A mais escandalosa foi pelas oitavas de final da Copa do Japão/Coréia2002, contra a Bélgica. Em 17 de junho eu estava lá no Wing Stadium de Kobe/Japão e vi o árbitro jamaicano Peter Prendergast anulando gol de cabeça do Wilmots, sob o argumento de ele cometera falta no zagueiro Roque Junior. Só o jamaicano enxergou essa falta. Se houvesse VAR o gol teria sido validado. Uma vergonha. O time belga mandava no jogo e a partida estava zero a zero.
Fora de campo, fatos sintomáticos que mostram porque não evoluimos, começando pela falta de renovação de quem manda em nosso futebol. Os chefões que mandavam na época dos 7 a 1 da Alemanha foram afastados oficialmente do poder pelo FBI e pela justiça brasileira, mas escolheram seus sucessores, que estão lá.
O país criou até leis anti-nepotismo, que são dribladas nos poderes públicos. No futebol, que é privado, mas que também é público, o bom senso deveria prevalecer e os exemplos deveriam vir de cima. Aí leio o jornalista gaúcho Marcos Bertoncello: @mbertoncello: “Repórter: “Você não acha antiético ter seu filho como auxiliar na Seleção? É um bom exemplo para a sociedade brasileira?” Tite: “Tenho muito orgulho da capacidade do Matheus. Ele tem condições para a posição na qual está. E foi campeão brasileiro no Corinthians comigo.”
Fica a pergunta: para quê isso Tite? Desgaste desnecessário para os dois e para a seleção. Ele poderia estar seguindo o caminho dele em qualquer grande clube, já que é competente, e até chegar à seleção pelo próprio trabalho, em outro momento. Mas…
Pra concluir, o ex-goleiro e atual treinador da Venezuela, reclamou da organização brasileira da Copa América, começando pelo gramado, como fez o técnico da Argentina semana passada e disse mais: “Quando vamos para uma Copa no Brasil, imaginamos o melhor cenário possível, mas fomos surpreendidos. A estrutura logística e de hotéis não está à altura de uma Copa América, muito menos no Brasil. É uma crítica construtiva.”
Continuamos mal, e há espaço para piorar mais.
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