O olho eletrônico do VAR vê tudo o que quer. Este soco do goleiro do Palmeiras, por exemplo, ele não viu, muito menos o árbitro, que estava em cima do lance, na cara dele. (Foto: @gambetas)
É muito bom poder assistir a um jogo de futebol sem grande envolvimento emocional, quando não há muito interesse na vitória de um ou de outro, quando o que importa é o espetáculo. Depois da grande vitória do Palmeiras sobre o River Plate em Buenos Alves, a habitual arrogância de muitos da imprensa paulista voltou a se aflorar, o que poderia atrapalhar ao time deles, já que mexia com os brios dos argentinos. No próprio Palmeiras, havia respeito o tempo todo, por parte de jogadores, diretoria e comissão técnica. Nenhuma declaração prepotente, de “já ganhou” ou coisa assim. Mas, na imprensa, estava de lascar.
Ontem pela manhã, o ex-lateral do Cruzeiro, Sorin, twittou uma frase de incentivo ao River, o clube das raízes mais profundas dele: Juan Pablo Sorin @jpsorin6: Los hinchas d@RiverPlate desde todas partes del mundo, creen agradecen, alientan y pasan su energía para los jugadores y el cuerpo técnico ! Que lindo es el fútbol! Se viene la semifinal de vuelta @Libertadores y será un partidazo ! https://youtu.be/wkpCfj7jIsc”
Lembrei-me de um amigo, grande jornalista, fã do River e o copiei com esta mensagem: @chicomaiablog: Nunca se deve duvidar da capacidade de reação de qualquer time argentino, principalmente de um River Plate, não é, caro @gambebas?
Pois, à noite, não deu outra. À moda típica argentina, o River só não saiu do estádio com um placar de 4 ou 5 a zero, porque o VAR não deixou. E com grande dose de razão, diga-se, já que pelo olho mecânico, dúvidas gigantes permanecem até agora. E, seguindo os preceitos jurídicos, “in dubio pro reo”. Então, na dúvida, derrota só de 2 a 0 do Palmeiras, que, com isso, foi para a final da Libertadores. Não existisse VAR, não haveria gol anulado nem pênalti desmarcado a favor do River.
No mais, um jogo ótimo, dois grandes times em campo, dois treinadores brilhantes, com destaque para o Marcelo Gallardo, um dos melhores do mundo. E destaque também para o árbitro uruguaio Esteban Ostojich, corajoso e seguidor das regras, bem acobertado pelas leis da bola, VAR principalmente, para justificar suas decisões.
O futuro do Palmeiras na competição, ninguém sabe dizer o que será, mas pode ser até campeão do continente e do mundo, dentro da imprevisibilidade que é o futebol. Se isso ocorrer, a gratidão ao VAR terá que ser eterna. Este instrumento, que considero suspeito, prejudica seriamente a uns, mas ajuda de forma gigante a outros, como nesta decisão entre River e Palmeiras. Depende do jogo, depende das circunstâncias, depende de muitos fatores, inclusive extracampo.
O VAR dá oportunidade a criações engraçadas como essa, mesmo com toda a maldade que ela sugere.
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