Foto: https://twitter.com/ECJuventude
Wagner Pires, Itair Machado e Serginho Nonato são lambaris na história recente do Cruzeiro. Que não venham querer culpar só a eles pelo drama que o clube está vivendo.
Só agora, depois de matematicamente oficializada a permanência do Cruzeiro na segunda divisão, acredito que é verdade. Assim como só acreditei que ele estava rebaixado, depois do segundo gol do Palmeiras, no Mineirão, ano passado.
No atual campeonato, quando venceu o América, com a ajuda da arbitragem, pensei que ali estaria começando uma reação, provocada pela união de antigos dirigentes e grandes empresários cruzeirenses, que não são poucos e todos muito fortes. Afinal de contas, é o Cruzeiro, um dos mais vitoriosos e poderosos clubes do futebol brasileiro. No jogo seguinte, novo baque e volta à realidade. Ainda assim, continuei achando que haveria alguma reação para que a Raposa conseguisse a quarta e última vaga do acesso. A duras penas, venceu o Sampaio Correia, fora de casa, e o jogo seguinte seria contra o péssimo Oeste, em Belo Horizonte. Com os resultados ruins dos concorrentes, o caminho estava reaberto para a sobrevivência das esperanças. Nova derrota, inacreditável, e no jogo seguinte, o martelo batido, com nova surra, agora do Juventude.
É verdade, o Cruzeiro foi “rebaixado”, novamente, como disse o Alexandre Simões na Rádio Itatiaia.
Lembrei-me do que me falou um grande ex-dirigente do futebol brasileiro, que previu que o Cruzeiro poderia não retornar para a Série A de 2021: “Os tempos mudaram; com a queda do antigo esquema de Joseph Blatter, da Fifa, o efeito cascata atingiu a CBF e demais associações que formavam a grande máfia do futebol, no mundo todo”. Gianni Infantino, que substituiu Blatter, está cumprindo o que prometeu quando assumiu o cargo. Deu continuidade à devassa na própria entidade e federações mundo afora e está bancando a transparência em tudo o que faz. Ricardo Teixeira continua sepultado; os sucessores do esquema dele na CBF também caíram, e foram trocados por quem está seguindo a linha do Infantino. Os subterrâneos do futebol brasileiro tomaram outro rumo.
Internamente, o Cruzeiro vem sendo sugado há muitos anos, mas as conquistas dentro de campo escondiam os sugadores. O torcedor nunca quer saber de problemas administrativos e roubalheiras. O que importa são os títulos. E não é exclusividade dos cruzeirenses. Torcedores de todos os grandes clubes brasileiros são assim. Este é o Brasil, em que se vive a “Lei de Gérson”, onde vale levar vantagem em tudo. A imprensa vai no embalo. Por conluio interesseiro ou por inocência útil, ou por paixão mesmo, de acreditar que este é o caminho correto, natural, no país da mentira, da hipocrisia e das tramoias.
Que o Cruzeiro sirva de exemplo, já que a maioria esmagadora dos grandes clubes vive dessa mesma mentira, o Atlético, inclusive. Pagar salários absurdos, de Europa, para jogadores, treinadores e demais profissionais; dar poder absolutos para dirigentes, sem fiscalizá-los, nem cobrar contrapartidas pelo exercício do cargo que ocupam, e por aí vai.
Força, Cruzeiro, mas dentro da realidade! Toda a arrogância, e mentiras, estão sendo castigadas.
Deixe um comentário para Luís Cláudio Cancelar resposta