Em foto do Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press, o paraense Dewson Freitas, um dos árbitros que erraram feios contra o América no campeonato 2020.
Seu time perder ou ganhar, faz parte. Você vibra, morre de raiva ou até fica indiferente ao resultado, dependendo das circunstâncias. Horas depois aquele sentimento se vai e é substituído por outro. Bola pra frente!
Mas quando um árbitro de futebol interfere decisivamente no placar e até em uma perda de título, aí não. Quando o fato se repete várias vezes, com o seu time e com outros, a raiva vai dando lugar à revolta e na sequência ao desânimo. O futebol perde a graça; deixa de ser diversão e passa a ser um incômodo a mais na vida, já naturalmente cheia de problemas para se resolver.
Ao ver a chocante entrevista do Lisca e do Marcus Salum depois do jogo contra o Avaí, me lembrei de inúmeros jogos em que vi o apito interferindo decisivamente no resultado de jogos e campeonatos, verdadeiros escândalos. Clubes e seleções, em campeonatos locais, nacionais e em Copas do Mundo. O América cometeu seus erros durante a disputa, sim; porém, os apitadores e seus auxiliares foram escandalosos nos prejuízos que acabaram tirando a conquista do Coelho. Com regulamento por pontos corridos, todo jogo é decisivo. Campeonatos costumam ser decididos por um gol a mais ou a menos, como foi esta Série B 2020. Como não dar razão ao treinador, diretoria e jogadores do América?
E a pergunta que nunca vai se calar: a maioria desses erros foi erro mesmo ou o infeliz já entrou em campo encomendado, com o resultado no bolso? Nunca haverá resposta, principalmente no Brasil. Inventaram o VAR para evitar injustiças, mas a engenhoca gerou foi novos problemas. E não é utilizada em todos os jogos, nem em todas as competições. Mais uma esquisitice implantada no futebol.
O saudoso jornalista Hércules Santos se recusava a fazer amizade com qualquer árbitro ou ex-árbitro, por não confiar na categoria. Muitos achavam que era exagero da parte dele, eu inclusive, mas, como tirar a razão dele, se nunca saberemos se o apitador fulano, beltrano ou cicrano errou de verdade ou premeditado?
Ainda mais depois que o Walter Clark, ex-todo poderoso da Globo, escreveu o livro “O Campeão de audiência”, falando da sua experiência como vice-presidente do Flamengo nos anos 1980, soltou essa: “quem pensa que não se compram mais árbitros no futebol está redondamente enganado”.
Deixe um comentário para Roberto Junqueira Cancelar resposta