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Na raça, Tóquio abre Jogos Olímpicos 2020. Que seja um sucesso esportivo, pois o prejuízo financeiro já é grande

A abertura oficial foi agora cedo, mas já foram registrados oficialmente 100 infectados pelo coronavirus, entre atletas, dirigentes e funcionários das delegações e organização dos Jogos.

Oito anos atrás, quando a delegação japonesa comemorou a vitória sobre Madri e Instambul para sediar os Jogos de 2020, ninguém imaginava que o mundo estaria enfrentando uma pandemia terrível no ano da realização do evento. A concorrida eleição foi na 125ª Assembleia do Comitê Olímpico Internacional, em Buenos Aires. Na época o Japão estava apreensivo por causa da descoberta do vazamento de alta radioatividade na usina nuclear de Fukushima, mas longe de ser problema para 2020. A comemoração pela vitória em Buenos Aires foi grande.

Tomara que os japoneses sejam recompensados com grandes resultados em todos os esportes em disputa. Que muitos recordes sejam batidos e a história registre feitos inéditos. Eles merecem. Que esforço para realizar uma Olimpíada em plena pandemia, já atrasada em um ano e quase cancelada. Investimentos fabulosos, mesmo com 86% da população contra a sua realização. O povo teme uma nova onda ou uma nova variante da Covid-19, em função de tantos estrangeiros na cidade e no país no período.

A cidade está sob estado de emergência, não haverá público nos estádios. nem movimentação de pessoas na Cidade Olímpica, que é uma das maiores atrações de qualquer Olimpíada.

Em entrevista à revista Exame, o professor de Economia da Faculdade Estácio, Marcelo Pereira, apresentou perspectivas terríveis em termos de baque financeiro para Tóquio e o Japão com a realização dos Jogos: “Com prejuízo estimado em mais de 100 bilhões de reais, será difícil recuperar os investimentos, pois não haverá turistas consumindo os 90 dólares médios diários no país, caso pudessem ingressar no Japão e comparecer à programação de todos os jogos. O Rio de Janeiro, por exemplo, recebeu 1,17 milhão de turistas, sendo 410 mil estrangeiros”, disse.

Ainda de acordo com o professor Marcelo Pereira, os investimentos na infraestrutura não impediram as grandes perdas econômicas com o adiamento e mudança do perfil do evento. Em 2020, a JP Morgan já estimava perdas de 1,1 trilhão de ienes, mesmo com os Jogos ocorrendo na data prevista. Com a pandemia, os setores beneficiados pelos jogos, sofreram quedas maiores.

Com investimento de 11,5 bilhões de euros (1 euro = 130,12 Iene), sendo 150 bilhões de ienes saídos do Estado japonês, com a pandemia, o país deixou de receber 600 mil estrangeiros no ano passado, com isso, 240 bilhões de ienes deixaram de ser gerados por estrangeiros no país. “A receita proveniente virá dos direitos de transmissão e dos patrocinadores e apoiadores, como o COI. Sem contar os gastos para adequar todo o país e, notadamente, todos os lugares para receber com segurança sanitária todos os turistas e profissionais. Até então a retração no PIB foi de 5,1%”, comenta Marcelo Pereira. Segundo ele, as pequenas e médias empresas foram as mais atingidas pela redução do consumo no período pandêmico e do adiamento dos Jogos.

Desfile da delegação do Uruguai. A do Brasil terá apenas quatro pessoas, que é o número mínimo exigido de atletas e oficiais, pelo Comitê Olímpico Internacional: os porta-bandeiras Bruninho (voleibol) e Ketleyn Quadros (judô), o Chefe de Missão Marco La Porta e por mais um oficial administrativo. O país terá 302 atletas competindo nas diversas modalidades.


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Comentários:
1
  • Fred disse:

    Não deveria estar acontecendo a Olimpíada. Em primeiro lugar, devido ao risco sanitário. Em segundo lugar, porque o mundo está de luto, “não há motivo para festa”. Em terceiro lugar, porque um evento bonito desses merece ter público presencial. Deveriam ter feito algo semelhante ao que ocorreu com os eventos esportivos na segunda guerra, aquele hiato: Rio/2016 e Japão/2024, depois seguiria a ordem já definida, com 2020 sendo pulado. Acontece que tem gente perdendo grana demais com contratos e patrocínios, fizeram pressão pra ter o evento assim mesmo, que se danem a história e a saúde dos participantes. É uma pena.