Na verdade, se trata de trecho da manchete do Hoje em Dia, de hoje, que na íntegra, é: “Cruzeirenses armam emboscada contra ônibus de atleticanos e deixam 11 feridos no Barreiro, em BH”.
Mas, concordo com o Procópio Cardozo, que twittou em resposta: “@procopiocardozo Não são cruzeirenses. São bandidos. Bandidos não tem time. Eles usam o futebol para cometer crimes”.
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Todos os clubes têm este tipo de gente, que usa o futebol para cometer crimes e ficar impune. A solução seria a aplicação das leis que existem para travar essa cambada, mas as autoridades competentes fingem não ver. Se a imprensa passar a pressionar mais e com mais veemência, talvez se movam e resolvam. Em 11 de fevereiro de 2015, escrevi aqui no blog sobre o assunto e peço a atenção de quem não leu na época:
* “A conivência e impunidade que sustentam a ação dos marginais nos estádios”
Toda semana a mídia dedica grandes espaços à discussão sobre causas, efeitos e conseqüências da selvageria de torcidas país afora que afugentam milhões dos nossos estádios. O origem de tudo foi muito bem detalhada numa ótima reportagem do Guto Rabelo, ano passado, para a Globo Minas, que deveria ser repetida todos os dias em rede nacional para que a Justiça brasileira se tocasse e resolvesse ou diminuísse de vez o problema. As entrevistas e imagens feitas por Guto e equipe mostram a vergonhosa impunidade, a mãe dessa violência. Em Minas uma lei inspirada na Inglaterra prevê que todo marginal desses, apenado pela Justiça, tem que se apresentar a uma delegacia de polícia para aulas educativas, durante o horário dos jogos do time para o qual ele torce. Estrutura preparada, professores e monitores a postos, aguardando os “cidadãos infratores” e simplesmente ninguém aparece. Os sujeitos fazem a todos de bobos, não sofrem conseqüências e continuam aprontando. Cadê a Justiça para mandar que suas determinações sejam cumpridas?
Há muito jogo de “faz de conta” também por parte dos clubes. O presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, mostrou coragem ao romper publicamente com as duas torcidas do próprio clube que brigavam entre elas. Deram grandes prejuízos financeiros e morais ao Cruzeiro. Porém, todo grande jogador contratado que chega, é recebido no Aeroporto de Confins, e já sai de lá com um boné de uma delas na cabeça, sob os olhos passivos e sorridentes de seguranças e funcionários do clube. E aí? O Dr. Gilvan dá permissão? suas ordens não são obedecidas? ou ele é conivente? O mais recente jogador a passar por isso foi o uruguaio De Arrascaeta. Ou este boné na cabeça dele é ilusão de ótica?
Foto: www.mg.superesportes.com.br
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Agora a notícia completa do Hoje em Dia, sobre essa embosada absurda de ontem:
“Cruzeirenses armam emboscada contra ônibus de atleticanos e deixam 11 feridos no Barreiro, em BH”
Ao menos 11 pessoas ficaram feridas depois que um grupo de torcedores do Cruzeiro atacou um ônibus Move ocupado por atleticanos nesse domingo (28). Informações da Polícia Militar indicam que os torcedores voltavam do Mineirão quando foram alvo de uma emboscada dos rivais na região do Barreiro, em BH. Segundo a PM, cerca de 30 membros de uma torcida organizada do Cruzeiro armaram a armadilha contra aproximadamente 45 atleticanos, que estavam no Move da linha 6350. Assim que os cruzeirenses fizeram o veículo parar, começaram a depredar a lataria e atirar coqueteis Molotov dentro do ônibus. Os artefatos causaram princípio de incêndio dentro do coletivo, e alguns passageiros precisaram ser socorridos pelo Samu – um homem foi levado a um hospital particular, outros dois foram levados ao HPS João XXIII, na região Leste de BH, enquanto outras oito vítimas foram encaminhadas pela PM para a UPA Barreiro. O estado de saúde das vítimas ainda não foi divulgado.
Testemunhas contaram aos militares que os autores usaram carros para cercar o ônibus. A PM localizou um dos veículos, e prendeu seis suspeitos. Com eles, foram apreendidos um soco inglês, um porrete e artefatos explosivos caseiros. Um dos presos estava ferido e também foi levado à UPA Barreiro.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH), “a empresa informou que foram quebradas várias janelas e todo o para-brisa do ônibus, além de danos sérios nas portas, que irá ficar fora de operação por vários dias. Os prejuízos foram calculados em cerca de R$ 30 mil reais”.
A reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda retorno sobre o caso.
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