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A vida como ela é, mas que não deveria ser: um fato revoltante e dois muito tristes

Léo Batista, em foto do acervo/Globo

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Revoltante e inaceitável o assassinato com requintes de crueldade de um congolês no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, no Rio. Os assassinos usaram porretes e um taco de beisebol para matar um rapaz que só queria receber o que tinha direito, por dois dias trabalhados. No reino da impunidade, que é o Brasil, que mais essa não fique apenas nas estatísticas.

Domingo, a lamentável notícia da morte da esposa do legendário Léo Batista, apresentador da Globo. E o susto que ele passou ao se deparar com ela, morta, dentro da piscina da casa da família. Força a ele, que está com 89 anos de idade. Ela tinha 84.

Ontem, fiquei chocado com a informação da morte de um fotógrafo, em Paris, que fazia a caminhada diária dele, passou mal, caiu, não conseguiu se levantar e morreu de frio, numa das regiões mais movimentadas da noite parisiense. As pessoas passavam por ele e pensavam que fosse “mais um” morador de rua da capital francesa. E quem tentou socorrê-lo, foi justamente um morador de rua, que achou estranho, aquele senhor estar tanto tempo imóvel, no chão. E atenção: antes de malhar os franceses é bom fazer uma reflexão sobre o comportamento de qualquer um de nós quando nos deparamos com moradores de rua em nossas cidades.

Mais informações desses fatos, que passam quase que desapercebidos em nosso dia a dia, nos sites do jornal O Tempo, da revista Quem, e portal R7:

* “Fotógrafo morre de frio após cair em rua de Paris e ser ignorado por 9 horas

Notícia foi dada por seu amigo jornalista Michel Mompontet numa série de publicações em uma rede social

René Robert, um fotógrafo suíço conhecido por suas fotos de algumas das estrelas de flamenco mais famosas da Espanha, morreu de hipotermia no dia 19 de janeiro depois de escorregar em uma de suas caminhadas noturnas pelo movimentado bairro de Paris onde morava e ficar nove horas estatelado no chão esperando ajuda. Ninguém parou para socorrê-lo.

A notícia foi dada por seu amigo jornalista Michel Mompontet numa série de publicações em uma rede social na última quinta-feira (27). Segundo ele, Robert sofreu a queda na Rue de Turbigo, entre a Place de la République e Les Halles. “Ele sofreu uma tontura e caiu”, disse Mompontet no Twitter.

“Incapaz de se levantar, ele ficou enraizado no local no frio por nove horas até que um sem-teto chamou os serviços de emergência. Muito tarde. Ele tinha hipotermia e não conseguia se agarrar à vida. Ao longo dessas nove horas, nenhum transeunte parou para verificar por que esse homem estava deitado na calçada. Nenhum”, lamentou o amigo do fotógrafo.

Robert fotografou lendas do flamenco em preto e branco, incluindo Camarón de la Isla e Paco de Lucía. O bairro onde ele morreu é agitado, com restaurantes e cafés e também movimento de turistas. Ele era acostumado a dar passeios noturnos, e caiu pouco depois das 21h, entre uma loja de vinhos e uma ótica. Foi levado já sem vida para o hospital Cochin por volta das 6h do dia seguinte.

Em uma entrevista para a televisão francesa, Mompontet afirmou que seu amigo foi “morto por indiferença”, e disse ainda que ele próprio não tem 100% de certeza de que não se afastaria de um sem- teto deitado em uma porta.

O jornalista o havia conhecido no final dos anos 1980, quando ambos iam juntos a shows de flamenco em Paris. Robert era “muito atencioso com os outros, engraçado, mas era um homem de poucas palavras”, descreveu Mompontet. “Ele falava em voz baixa. Ele não gostava de falar muito, como muitos fotógrafos. Sempre usava um chapéu. Durante anos ele sempre carregou o cigarro na boca, depois o largou”.

Seu comentário se deu porque a morte do fotógrafo ocorreu em uma área onde muitos sem-teto dormem na rua. De acordo com associações que prestam assistência a grupos nessa condição, cerca de 600 pessoas morrem nas ruas da França todos os anos. A morte de Robert provocou um debate sobre responsabilidade cívica e decência humana no país.

https://www.otempo.com.br/mundo/fotografo-morre-de-frio-apos-cair-em-rua-de-paris-e-ser-ignorado-por-9-horas-1.2604597?utm_term=Autofeed&utm_medium=Social&utm_source=Twitter#Echobox=1643631803

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“Muita covardia”, diz parente de jovem congolês assassinado no Rio

Moïse Kabamgabe, de 24 anos, foi espancado até a morte no quiosque onde trabalhava, na altura do Posto 8, na Barra da Tijuca

 

Os familiares do congolês Moïse Kabamgabe, de 24 anos, espancado e morto em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, cobraram justiça.

O crime aconteceu há cerca de uma semana, quando ele foi até o quiosque onde trabalhava como ajudante de cozinha para cobrar duas diárias que fez.

A PM informou que não foi acionada no local e que, no dia 24 de janeiro, agentes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) avistaram uma ambulância e foram verificar o ocorrido. A vítima já estava sem vida no local.

Os parentes de Moïse fizeram uma manifestação pacífica no último sábado (29), em frente ao quiosque. Eles cobraram investigações mais rígidas sobre o caso.

Em entrevista à Record TV Rio, Yannick Kamanda, parente de Moïse, falou sobre as imagens violentas a que assistiu, que foram gravadas por câmeras de segurança do quiosque.

“Muita covardia, muito sangue-frio. Para ser bem sincero, foi muita maldade.”

Ao ser questionado se os agressores tiveram motivação xenofóbica (aversão a estrangeiros), Yannick afirmou “que aquele sangue-frio que tiveram, de revezar a tortura, passando o taco de baiseball um para o outro, tem a ver com xenofobia”.

Yannick falou ainda sobre a conversa com o dono do quiosque após o crime.

“Após conversamos, o dono do quiosque levantou e foi buscar o carro para irmos à delegacia. Quando ele voltou, estava acompanhado de dois agentes da PM. Os dois mesmos agentes que aparecem no vídeo, no dia do assassinato.”

Ao comentar a ação dos policiais, ele respondeu ter se sentido pressionado e que os PMs só levaram os familiares à delegacia, mas não levaram o dono do estabelecimento. A Polícia Militar não comentou a ação dos agentes.

Yannick contou também que, após a Divisão de Homicídios recolher as imagens do quiosque, o proprietário ligou para oferecer ajuda.

Ao lembrar de Moïse, Yannick falou que era um garoto alegre e prestativo. “Ele tiraria a própria roupa do corpo, mesmo sem ter nada.”

O caso está sendo investigado pela DHC (Delegacia de Homicídios da Capital), que analisa as imagens de câmeras de segurança da região e fez uma perícia no local.

https://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/muita-covardia-diz-parente-de-jovem-congoles-assassinado-no-rio-31012022

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Do site da revista Quem:

* “Mulher do apresentador Léo Batista é encontrada morta na piscina de casa”

Segundo boletim enviado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, Leyla Belinaso foi encontrada já sem vida pelo marido; ela sofreu um infarto

Leyla Belinaso, de 84 anos, mulher do apresentador da TV Globo, Léo Batista, de 87,  foi encontrada morta pelo jornalista na piscina de sua casa em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, neste sábado (29). A informação foi dada primeiramente pelo colunista Léo Dias e confirmada para a Quem pela  assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar.

O comunicado informa que Léo mergulhou para retirar Leyla da piscina e percebeu que ela já estava sem vida. Em seguida, o jornalista ligou para a Globo e a PMERJ foi acionada em seguida.

Procurada pela Quem, a Comunicação da Globo informou que Leyla morreu após sofrer um infarto e lamentou o ocorrido. Já a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio de Janeiro disse que o caso está sendo investigado. “De acordo com a 32ª DP (Taquara), um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte. A perícia foi realizada no local e o corpo encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) do Centro. As investigações estão em andamento”, informou em comunicado.

Leia o comunicado da PMRJ na íntegra:

“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que uma equipe do 18°BPM (Jacarepaguá) foi acionada até a Rua Arco Íris, no Anil, em Jacarepaguá, na zona oeste, para uma ocorrência de afogamento, neste sábado (29/01).

De acordo com o marido da vítima, a mesma estava à beira da piscina e ele, no interior da residência e ao sair, se deparou com a mulher segurando um macarrão-bóia e com a face dentro d’água.

De imediato, mergulhou para retirá-la, mas  já estava em óbito. Os familiares fizeram contato com o médico da vítima com o intuito de atestar o óbito e liberar o corpo.

https://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2022/01/mulher-do-apresentador-leo-batista-e-encontrada-morta-da-piscina-de-casa.html


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Comentários:
3
  • Rodrigo Galodoido disse:

    Lamentáveis episódios. O do jovem congolês é mais revoltante. Os demais… oriundos de mal súbito. A nova “pandemia”, instituída pela Ç$iên$$ia.

  • Luiz disse:

    Vida avessa das metrópoles. A mesma cidade que acolhe é que discrimina, Belo Horizonte se inclui entre elas. Convivemos com todo tipo de gente. Essa história que não tem racismo, discriminação, que está acabando, é conversa pra boi dormir. Imagina quando se fala em cotas raciais nas universidades públicas. Os ricos vem com sete pedras na mão com o discurso negativista de sempre. Aqui è o dinheiro pelo dinheiro. Direitos são apenas dos mais ricos À medida que a escala social vai descendo os dentes dos mais abastados vão aparecendo e ameaçando os miseráveis. A vida é assim! Até Nelson Rodrigues deve estar se revirando no túmulo!

    • Edson Dias disse:

      Prezado Luiz

      Endosso em absoluto sua opinião, meu caro. E veja… um post como esse tem UM comentário apenas (o seu!) e parece que não sensibilizou ninguém. Triste…