Foto: twitter.com/Cruzeiro
Opinião do Fernando Rocha, na coluna dele no Diário do Aço, de Ipatinga:
* “Keno decisivo”
Por Fernando Rocha
Apesar da opinião contrária de alguns colegas, achei um bom jogo este clássico América 0 x 2 Atlético, no Independência, que recebeu pouco mais de 5 mil torcedores, o que só ratifica o desinteresse dos torcedores pelo estadual.
Pelo menos não teve encebação, cera técnica, nada disso. Os dois times estiveram determinados em busca da vitória e utilizaram o que tinham de melhor nos seus elencos.
O equilíbrio prevaleceu até a metade do 2º tempo quando os treinadores começaram a mexer nas equipes e, por possuir jogadores com mais qualidade o Galo levou a melhor, sobretudo após a entrada de Keno, que fez a estreia na temporada em alto estilo com duas assistências para os gols alvinegros.
Outro que desequilibrou foi Nacho Fernandez, que teve outra atuação estupenda, com grande movimentação e assistências especialmente para Hulk, que não estava numa tarde inspirada e perdeu muitos gols.
No fim das contas placar merecido, que dá ao Galo um impulso extraordinário visando a decisão da Supercopa no próximo domingo contra o Flamengo, com grandes chances de levantar a taça pela primeira vez.
Santo de barro
O Cruzeiro foi a Tombos com o time formado em sua maioria por jovens da base, e bateu com facilidade o “Gavião Carcará” por 3 a 0 na noite de sábado.
Vários jovens da base se destacaram, mas o nome do jogo foi Daniel Júnior, 19 anos, canhoto, que começou a partida pela primeira vez como titular e teve atuação destacada, marcando ainda o primeiro gol da Raposa, que abriu o caminho para esta importante vitória e a manutenção da liderança do Campeonato Mineiro.
A molecada da Toca deu conta do recado, não decepcionou, mas é preciso ir “devagar com o andor pois o santo é de barro”, não sendo recomendável colocar sobre os ombros desses jovens a responsabilidade de decidir, resolver a parada, uma vez que o time tem apenas um mês de treinos e passa por uma profunda reformulação interna.
FIM DE PAPO
- O Atlético volta a campo nesta terça-feira, à noite, no Mineirão utilizando provavelmente um time alternativo contra o Athlétic de São João Del Rey, que faz uma campanha surpreendente, ocupa a 3ª colocação com 13pg, mesma pontuação do alvinegro. Mas, as atenções estão voltadas mesmo para a decisão da Supercopa, domingo na “Arena Pantanal” contra o Flamengo, confronto que ao longo dos últimos 95 anos teve muita polêmica, jogos históricos, verdadeiras batalhas de bastidores, decisões, classificações emocionantes em fases de mata-mata, goleadas como o 6 x 1 aqui no Ipatingão em 2004, atuações nefastas da arbitragem como a de José Assis Aragão na decisão do Brasileiro/1980, e de José Roberto Wright, na Libertadores de 1981.
- Atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil, o Atlético vai encarar o Flamengo em uma decisão direta depois de 42 anos. O Flamengo vai disputar esta decisão porque foi o vice-campeão brasileiro. De acordo com o regulamento, se um mesmo time vencer as duas competições como foi o caso do Galo, o segundo colocado do torneio de pontos corridos entra na disputa. A premiação é de R$ 5 milhões para o campeão e o vice fica com R$ 2 milhões, mas o que vale mesmo é a rivalidade das torcidas, talvez a maior entre clubes de diferentes estados.
- Lembro-me muito bem das polêmicas decisões envolvendo Atlético e Flamengo na década de 80, que deixaram marcas eternas principalmente do lado alvinegro, inconformado com erros de arbitragem e a parcialidade da CBF, que beneficiou o rubro-negro carioca nos bastidores. Passados 42 anos chego à seguinte conclusão, que a meu juízo explica tudo o que aconteceu: o Atlético tinha um timaço com Reinaldo, Éder, Luizinho e cia, mas o Flamengo de Zico, Adílio, Junior e outros também era um grande time. O que fez a diferença a favor dos cariocas foi a sua força política nos bastidores da CBF, que lhe deu inúmeras facilidades todas muito bem aproveitadas.
- O colunista do jornal “O Globo”, Lauro Jardim, foi quem deu a notícia em primeira mão. Um pouco mais de um mês após deixar o Cruzeiro, o goleiro Fábio acionou extrajudicialmente o novo gestor do clube, o ex-atacante Ronaldo, cobrando uma dívida que gira na casa de R$ 20 milhões, referente a premiações, luvas e salários atrasados. Na semana passada, o filho do goleiro, que treinava nas categorias de base do Cruzeiro, se desvinculou do clube, dando indícios de que Fábio iria acionar a Justiça cobrando a dívida. Só reforça o que costumamos dizer aqui nos nossos grotões: “quando casa é “meu bem”; quando separa é “meus bens”.(Fecha o pano!)
* Por Fernando Rocha – Diário do Aço – Ipatinga
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