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Mais sobre Atlético x Flamengo. O quê e quem tem feito diferença no Galo

O Emanuel Carneiro sempre disse que há partidas de futebol que duram uma semana inteira, porque dão motivos demais para comentários e discussões. Este Atlético 2 x 2 Flamengo (8 x 7) pode ser incluído na lista. Na segunda-feira, no programa “Bem Amigos”, o Galvão Bueno disse: “… não existe rivalidade maior em nível nacional, do que Atlético x Flamengo. Dois grandes clubes, de grandes elencos e momentos…”.

Revendo com calma, lances decisivos e os gols, fiquei impressionado com a intensidade dos dois times, em princípio de temporada, parecendo que era a final do Brasileiro ou da Libertadores da América. Dois timaços, dois treinadores astutos, que mexeram bem as peças desse xadrez e o “sobrenatural de almeida” (viva Nélson Rodrigues), presente do princípio ao fim, até na cobrança dos pênaltis, a favor e contra os dois lados. O goleiro Hugo, por exemplo, começou como vilão ao dar o rebote para o Nacho fazer 1 a 0, poderia ter terminado como herói. Mas, bateu pênalti para fora e está sendo xingado até hoje pelos flamenguistas. Pelo lado alvinegro, Everson poderia ter terminado mal com a massa, por, também, ter batido para fora, mas defendeu a cobrança final, do Vitinho, e saiu ovacionado.

Escrevi aqui e mostrei no facebook (https://www.facebook.com/blogdochicomaia/videos/313160080846374), a genialidade e força do Hulk para marcar o segundo gol, quando a situação era muito difícil para o Galo. Ademir e Vargas, que tinham acabado de entrar, armaram a jogada e entregaram para ele. Marcado em cima por dois defensores, impossíveis de serem batidos, mas ele ajeitou com o joelho, para ele mesmo, se deslocando quase um metro adiante, para soltar uma bomba, sem chances para o goleiro. Ou seja, gol como este, é impossível para jogador comum. Para craque, fica parecendo fácil.

As TVs têm um grave defeito na edição da maioria dos reprises dos gols. Mostram apenas a última troca de passes e a bola entrando. Recebi do jornalista Eduardo Ávila, os dois gols do Atlético desde a origem das jogadas, até o balanço das redes. Nas imagens da TV Galo, vale a pena ver de novo e postei também no facebook: https://www.facebook.com/blogdochicomaia/videos/1314266625721705

Que pinturas. Mostram a troca perfeita de passes, posicionamento dos jogadores e os deslocamentos nos momentos certos. Um time organizado taticamente, lembrando os melhores momentos dos tempos do Jorge Sampaoli, que iniciou essa estruturação, que foi mantida e recebeu acréscimos do Cuca e, pelo visto, mantida também pelo Mohamed, que que sua vez, está acrescentando mais coisas da sua forma de trabalhar e enxergar o futebol.

Vendo e revendo os lances, constatei que fui generoso demais com o Godin, no que escrevi logo depois do jogo. Na primeira grande chance que o Gabigol teve, o Arrascaeta passou como quis por ele e cruzou. Momentos depois, Fabrício Bruno quase marcou de cabeça, em cima dele. No segundo gol do Flamengo ele se perdeu num lance que parecia tranquilo e ficou observando o Bruno Henrique virar a partida. Até pôs as mãos na cabeça, numa forma de pedido de desculpas pela falha. Nem falemos do pênalti batido por ele, né? Acredito que seja questão de entrosamento, já que na seleção uruguaia ele continua sendo o mesmo ótimo zagueiro dos tempos do Atlético de Madri.

No mais, a bola que o Galo está jogando anda empolgando até quem ninguém esperava. Para surpresa geral, o presidente do Cruzeiro velho, Sérgio Santos Rodrigues, curtiu post da CBF, exaltando o título, logo depois da partida. Depois, disse que foi coisa de um dos filhos:

-Pessoal, venho esclarecer que a curtida no post da CBF não foi minha. Meus filhos têm acesso ao meu celular, como tiveram hoje, portanto é a resposta ao ocorrido. O fato está revertido. Sigamos firmes e unidos…

Na segunda-feira, Ronaldo, o presidente do novo Cruzeiro, em sua fala semanal ao mundo azul, sem rodeios parabenizou, na lata, ao Atlético pela conquista, elogiando novamente o trabalho que vem sendo no Galo e o alto nível de competitividade dos times que decidiram a Supercopa em Cuiabá. Atitude nobre dele, porém, que desagrada a muitos cruzeirenses.


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