Foto: O Tempo
A missão mais difícil de uma diretoria é acertar na contratação de um treinador. Tem que ser o cara certo para o momento certo. E ninguém tem bola de cristal para acertar 100%. É preciso medir a água e o fubá nas quantidades certas, avaliar tudo e todos: o elenco disponível, características pessoais e técnicas do possível comandante e por aí vai.
Lembrando dos grandes times de Minas, dos tempos em que eu era criança e do presente, me vem à cabeça o Cruzeiro, campeão da Libertadores da América de 1976, vice-campeão brasileiro de 1975. O técnico era o Zezé Moreira, uma espécie de Felipão na época. De muito prestígio pelo passado, porém, tido como superado, velho (tinha 68 anos então), e essas coisas. O presidente Felício Brandi foi muito criticado quando o anunciou. Na sequência, foi um sucesso fantástico.
O Atlético do fim dos anos 1970, sem dinheiro para contratar ninguém, apostou nos garotos da base também no treinador, Barbatana, técnico do júnior. Foi um dos maiores times do futebol brasileiro; aquele que foi vice brasileiro no Mineirão, invicto, perdendo nos pênaltis para o São Paulo.
O Atlético de 2012/2013, apostou no Cuca, tido como “fracassado” que não ganhava títulos. Tinha acabado de ser demitido do Cruzeiro, após ser eliminado pelo Once Caldas, apesar de ser um dos favoritos naquela Libertadores de 2011.
E nem sempre o técnico mais caro é o que vai dar certo. O Flamengo acertou a mão com o Jorge Jesus, depois gastou mais fortunas com outros estrangeiros e quebrou a cara. Calçou as sandálias da humildade e buscou o Dorival Junior, tido por muitos como “ex-treinador em atividade”. E ele está dando conta do recado.
O Palmeiras buscou em Portugal um desconhecido até dos portugueses e se deu muitíssimo bem. Abel Ferreira arrebentou.
Cuca deixou o Atlético por cima, a diretoria não teve pressa para anunciar o substituto sob o argumento muito válido de que não queria contratar de “orelhada”, para não errar. Achou este Antônio Mohamed “El Turco”, encostado no México. Sua grande credencial é que foi o treinador eliminado pelo próprio Galo nas quartas de final da Libertadores de 2013, no Independência, o Tijuana, time do Riascos, do pé esquerdo do Vitor e etecetera e tal.
Era a única coisa que se sabia sobre o trabalho dele, mas se a diretoria disse que tinha feito um “pente fino” na avaliação de prós e contra, “bievenido”, señor!
Mas, não deu. Não era o sujeito certo e logo depois do Campeonato Mineiro deveria ter sido demitido. Ou então, na melhor das hipóteses, depois daquela goleada do Fluminense no Maracanã. Aquela foi demais. Vida que segue. Talve dê tempo de salvar alguma coisa ainda este ano porque o elenco é um dos três melhores do Brasil, se não for o melhor.
Quem seria o substituto ideal? O melhor do continente, para mim, é o Marcelo Gallardo, do River, também o mais caro, muito difícil. Disponível, Renato Gaúcho. Quem sabe? Mas de repente, os dirigentes pensam em algum brasileiro que esteja fora do foco geral, tipo o Flamengo fez com o Dorival.
Sei lá. Assunto deles. Bora Galo! A luta continua.
O humor de alguns atleticanos em relação ao Turco, depois do empate com o Cuiabá, ontem, aqui no blog:
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