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Se a primeira impressão permanecer, a Copa do Catar entrará para a história como uma das melhores

Chegando em Doha, que por cima e por baixo parece um presépio. Iluminadíssima e muito bonita.

Amigos e amigas que nos acompanham, desde a África do Sul, quando a FIFA resolveu acabar com a exclusividade da realização da Copa pela Europa e América do Sul, grande parte da imprensa, especialmente a Europeia, sempre detona os países alternativos anfitriões, focando no lado negativo de cada um e fazendo previsões das mais catastróficas. Para os europeus, o Mundial de futebol só deveria ser disputado lá, dentro de suas fronteiras. A imprensa inglesa dizia meses antes da Copa da África que quem fosse lá correria o risco de retornar às suas famílias dentro de um caixão. Mesmo sendo o Brasil, um país da América do Sul, não escapou da pancadaria. O mínimo que se dizia é que não entregaríamos os estádios a tempo e à altura e fracassaríamos na realização do mundial de 2014.

A Rússia foi acusada de “comprar” os delegados da FIFA que votaram nela para sediar 2018. Também que o país estava desperdiçando dinheiro ao construir estádios e que o presidente Vladimir Putin se beneficiava da popularidade gerada pela Copa para se perpetuar no poder.

Desde a indicação, em 2010, o Catar só tomou porrada. Acusado de corromper delegados da FIFA a explorar trabalho escravo e não se preocupar com os direitos humanos.

Exageros e verdades à parte, a África do Sul, o Brasil e a Rússia, fizeram copas muito, mas muito acima do esperado pelos mais críticos.

De tudo que vi do Catar e seu povo até agora, eles serão mais um anfitrião a calar de forma solene, a boca dos que lhe desceram e ainda descem a lenha.

Da chegada ao aeroporto, passando pela cidade e em todos os cantos do gigante centro de imprensa na cidade de Doha, tudo funcionando com perfeição e tudo feito em alto nível de qualidade e beleza. Sem falar na simpatia e prestatividade de todos. O Centro de Imprensa é frequentado por cerca de 10 mil seres humanos, de todas as partes do planeta, listados entre os mais chatos do mundo, que são os jornalistas e radialistas. Turma que cobra muito, exige perfeição e só dá porrada, na primeira oportunidade.

Até agora, só elogios pelo que estão vendo no Catar. Se o país mantiver este nível de organização e excelência fora das quatro linhas, ganhará nota máxima dos críticos por 2022, já que, com a bola rolando, as previsões são de que teremos um grande espetáculo, com nível técnico elevadíssimo e muitos jogadores surgindo para substituir os craques que começam descer a ladeira nesta realização do Catar.

A única reclamação até agora, e grande, é que o governo ao invés de amaciar nas rígidas normas contra a venda de cerveja, como se esperava, está é aumentado as dificuldades e proibiu a venda da gelada no entorno dos estádios onde estiver havendo partidas.

Tenho postado vídeos e fotos, o dia todo, no twitter/chicomaiablog, no Instagram/chicomaiablog. E estarei com a minha coluna todos os dias no jornal Hoje em Dia. Confira lá.

Também poderei ser ouvido de segunda a sexta-feira na Band News FM 89,5, num bate-papo descontraído com o Lucas Catta Preta, Murilo Rocha e Luciana Vianna. Ontem, inclusive, fizemos um treino, ao vivo, muito legal.

Estou feliz demais em conviver novamente no ambiente profissional com os amigos do Grupo Bandeirantes, ainda que seja só no mês da Copa do Catar. Uma casa onde só fiz e deixei amigos nos mais de 16 anos em que lá trabalhei.


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Comentários:
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  • Mauro Lopes disse:

    Independente das delicadas questões de raça, gênero, religião e exploração trabalhista, tudo que vi desse lugar até agora é de um artificialismo que me causa mal estar. Sou daqueles que não suporta ficar muito tempo dentro de um shopping. E essa copa parece estar sendo realizada dentro de um.

  • Marcelo Satch disse:

    A Copa no Qatar ( ou Catar ?… ahhh va catar coquinho rsrs ) vai nos dar a oportunidade – além de ver bons jogos, imagino, de exercitar nossa hipocrisia e um pouco de arrogancia tb….. Criticamos o modo de vida deles, mas, duvido que qualquer empresa que participou da construção daquele novo universo tenha perdido um segundo de sono pensando na condição vivida pela força de trabalho alocada pras obras. Da mesma forma, aqueles paises ali são objeto de desejo turistico de muita gente ao redor do mundo….. mesmo os “sem din din” se encanam com a paisagem artificial daquelas terras de muito sol, pouco vento e aguas clarinhas ( um amigo, profissional da Ed.Fis trabalhou lá nos anos 90 e contava que os carros ficavam ligados no estacionamento dos mercados para não desligarem o ar condicionado e que seu filho não aprendia a soltar pipa porque la não venta srsr ).
    Muitos que criticam seus costumes, e se sentem confortaveis em não respeitar as regras da casa do anfitrião, se incomodam em ver uma mulher de hijab passeando pelo shopping da sua cidade – é facil ouvir de europeus que o visitante é que deve se adaptar a regra do país….. ou alguem que ja foi a Paris, por exemplo, viu algum atendente lhe abrir um largo sorriso se perguntado qualquer coisa em ingles….. Enfim. é do jogo……. E, ainda que o futebol seja algo meio universal, os costumes não são e tendemos a ver as coisas apenas pelo nossos olhos e pelo que nos interessa naquele momento….. E, uma máxima, se algo ali te afronta, não vá…. simples assim….. vale pra muita coisa na vida e seria mais honesto com voce mesmo

  • Alisson Sol disse:

    Acho que é preciso separar as coisas. Ninguém jamais duvidou que a infra-estrutura para os visitantes seria ótima. Quando alguém gasta quase 300 bilhões de dólares numa festa que a Alemanha fez com 5 bilhões e o Brasil com 15 bilhões, seria inútil discutir se ia ficar bom.

    O problema são os meios pelos quais se construiu a infra-estrutura do Catar, com trabalho semi-escravo na cara do mundo inteiro, com grande parte da imprensa mundial ignorando, por bem ou por força de anunciantes e pressão da FIFA. E o problema segue com o fato de que todo mundo adora visitar países lindos onde a infra-estrutura foi construída e é mantida por trabalho semi-escravo, e a imprensa não é livre para divulgar.

    O atendente de um bar na Suiça, brasileiro de nascimento, uma vez me disse que morria de vontade de voltar para o Brasil. Mas não iria fazer isto pensando nas filhas que tem toda uma condição de vida estabelecida na Suiça. Já o atendente de qualquer bar no Catar provavelmente não pode levar a família e está com seu passaporte apreendido. Este é o grande problema que a FIFA não quer que ninguém discuta.

  • Raul Pereira disse:

    Ah Chico, para.

    Copa praticamente sem cerveja ? Nāo existe.

    O lugar pode ser lindo, mas é tudo fachada. Isso aí é uma bosta, isso sim.