Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Errou em manter o Tite depois da eliminação nas quartas de final na Rússia em 2018. Errou ao aproveitar as datas FIFA para fazer amistosos contra adversários fracos, da prateleira de baixo, que não acrescentaram nada para testar o time visando a Copa. Mesmo depois de eliminatórias contra seleções horrorosas, sem vencer a única forte, exatamente a Argentina.
Aliás, o site da própria CBF, exaltou, no dia 29 de março deste ano, uma façanha “fantástica”: “Brasil bate recorde de pontuação nas Eliminatórias Sul-Americanas – Com vitória sobre a Bolívia, Seleção Brasileira supera marca da Argentina e conquista melhor campanha desde que o torneio assumiu este formato”.
Pior é que o habitual oba-oba verde e amarelo nunca se restringe aos sites oficiais. A revista Placar não ficou atrás. No dia 2 de junho, e ajudou a inflar o balão: “Uma trajetória incrível, do começo ao fim. Nesta terça-feira, o Brasil alcançou a melhor campanha da história das Eliminatórias Sul-Americanas. Com a vitória por 4 a 0 sobre a Bolívia, a Seleção Brasileira chegou a 45 pontos em 17 jogos e fez a maior pontuação desde que a competição assumiu esse formato…”
Pois é! Depois, goleada de 5 a 1, na Coreia do Sul, em amistoso. Enquanto isso a Argentina, campeã da Copa América sobre a seleção de Tite, no Maracanã, tacava 3 a 0 na Itália, campeã da Eurocopa.
No Catar, deu no que deu.
Tite é passado, mas com lobbies de todos os lados, a CBF corre o risco de errar feio novamente na escolha do sucessor. Empresários, agentes, patrocinadores, atuais e ex-jogadores, e dirigentes de clubes apresentam seus candidatos. Carlo Ancelotti, Zidane, Fernando Diniz, Pep Guardiola, José Mourinho, Dorival Junior, Abel Ferreira e até Rogério Ceni foram e têm sido falados. Nome mais forte antes do tenebroso retorno ao Atlético, Cuca sumiu de todas as listas de prováveis, mas, no futebol tudo pode acontecer.
A pressão por um estrangeiro é muito forte. Para mim, tanto faz, desde que conheça bem o nosso futebol, tenha personalidade e seja honesto, não se sujeitando a imposições de dirigentes e patrocinadores em qualquer convocação. E não chame parentes ou convoque só por amizade quem quer que seja. Se for estrangeiro, que seja um que trabalhe no Brasil, pois não precisará se informar com ninguém sobre convocáveis, dentro e fora de campo.
Destes nomes todos falados, vejo o do Abel Ferreira como o mais qualificado. Certamente ele convocaria os melhores, que jogam no exterior e principalmente no Brasil. Fosse ele o convocador para o Catar, seguramente não deixaria de fora um Gustavo Scarpa, por exemplo. E sabedor da importância dos laterais no futebol, jamais levaria um Daniel Alves, aos 39 anos de idade, que há dois anos já não joga em alto rendimento.
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