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Vem coisa boa aí: Eduardo Costa, o jornalista, lança livro de suas histórias neste sábado

Importante destacar que é ao grande jornalista que estou me referindo. Nessa foto, ele à direita, depois de interromper a caminhada vespertina dele, nas Seis Pistas, em Nova Lima, para um rápido “chá com torradas” conosco, de Conceição do Mato Dentro, no Dorival, um dos melhores bares/restaurantes que conheço. À esquerda o brilhante advogado, Dr. Guilherme Mattos, empresário Christiano Lages, eu e o também empresário Otacilinho Costa.

***

Durante a Copa do Mundo de 2018 eu fazia minhas caminhadas pelas belíssimas ruas de Moscou ouvindo o Junior Moreira no “Café com Notícias”, da Itatiaia. A telefonia lá já dava de mil a zero na nossa aqui. Aplicativo da rádio, show. Som perfeito, sem cair a transmissão.

Por volta das 10h30 na capital russa, 4h30 em Belo Horizonte, entrava o Eduardo Costa com o comentário dele. Num determinado dia ele falava sobre o avanço rápido da tecnologia e fim de algumas atividades profissionais em função disso. Citou como exemplo o movimento dos trocadores de ônibus que protestavam contra as negociações da PBH e Sindicato do setor, que articulavam o fim do dinheiro vivo e a utilização só do cartão para o pagamento das passagens. Alertava que era apenas questão de tempo e que os trocadores precisavam se qualificar e pensar em outras atividades futuras. Enquanto eu caminhava ele citava várias outras profissões que corriam risco. Em certa hora, vi um senhor fardado, andando devagar pelas vias, olhando as placas dos carros estacionados. Às vezes ele dava uma paradinha e digitava alguma coisa numa espécie de smartphone. Para matar a curiosidade, gastei o meu inglês “escorreito”, me apresentei como repórter brasileiro e abordei o cidadão, perguntando do que se tratava aquilo. Num inglês pior que o meu, me respondeu que ele era fiscal de trânsito e que estava conferindo quem estava com o “faixa azul” em dia, multando aqueles que não estavam. Tudo digital! Não demorou muito e a BHTrans implantou o mesmo sistema na capital de todos os mineiros.

Por causa do comentário do Eduardo, passei a prestar mais atenção no dia a dia de Moscou e seu avanços tecnológicos. Na mesma caminhada, alguns quarteirões à frente, vi uma espécie de trator, um “tratorzinho”, bem pequeno, trafegando rente ao meio-fio. O danado aspirava um tipo de lixo e triturava outro, com apenas um operador, ao invés de vários varredores e varredoras, como é comum por aqui.

No apartamento em Moscou, na TV, uma propaganda/demonstração de uma pequena máquina que aspirava e lustrava o chão, sem operador, movida à bateria. Nos jornais impressos, foto dela e o preço “promocional”, que não passava de 50 rublos, em torno de R$ 100.

A partir desse dia vivo me lembrando dos alertas do Eduardo e pensando na metamorfose pela qual a nossa profissão de jornalista também vem passando. Para não dizer que está quase acabando.

Dez dias atrás eu estava no aeroporto de Belfast/Irlanda do Norte e vi máquina da mesma marca de Moscou, porém, bem maior e desempenhando mais funções, sozinha, sem operador. Além de aspirar e lustrar, essa ventila, solta ar quente ou frio, com vários aromas. De meia em meia hora ela se dirige, sozinha, até uma enorme tomada de energia, para alguém recarregá-la. Eliminou muitos postos de trabalho. E vida que segue!

Este preâmbulo todo para dizer que o Eduardo Costa sempre foi à frente do tempo da maioria dos jornalistas. Que não se atém a um ou dois temas; que se informa de tudo, curioso, “chato”, como todo repórter “da gema”, que ama a profissão. Além de ser uma figura humana fantástica.

Dito isso, lembro que amanhã ele lança, “O Ascensorista”, contando histórias da vida e de seus 46 anos de profissão. Como ele fala bem, escreve bem e tem história demais pra contar, o livro é imperdível. Só lamento que ele me obrigou quebrar minha rotina de pegar estrada toda quinta ou sexta-feira para a roça, pois o lançamento será amanhã, sábado, de dez ao meio dia, na Casa do Jornalista (Álvares Cabral, 400, Centro/BH).

Mais informações no site do Sindicato dos Jornalistas:

Eduardo Costa lança livro com suas histórias de repórter”

O jornalismo entrou na vida do jornalista Eduardo Costa em 1976, quando ele decidiu fazer o curso de Comunicação, e não saiu até hoje. Ao longo desses 46 anos  na profissão, ele colecionou dezenas de histórias do mundo do jornalismo. Estas histórias foram reunidas no livro O Ascensorista, que ele lança no próximo dia 1º de julho, sábado, na Casa de Jornalista, na avenida Álvares Cabral, 400, em Belo Horizonte.

A narrativa do livro começa nos anos de 1960, quando Eduardo ainda era criança em Inácia de Carvalho, na época um distrito de Vespasiano, e o pai tinha um caminhão que fazia o recolhimento de leite nas fazendas da região. E termina nos dias de hoje, com seus relatos sobre seu trabalho na rádio Itatiaia e na Band Minas, para o qual foi convidado em fevereiro último.

O título do livro remete ao seu primeiro emprego, o de ascensorista em um hotel localizado no centro da capital, e à própria condição de trabalho do jornalista. “O ascensorista sobe e desce sem reclamar; em questão de segundos conhece a empatia e a grosseria das pessoas que entram e saem do elevador e, principalmente, fica com a sensação de que o melhor está por vir”, afirmou Eduardo Costa.

O livro descreve a primeira experiência profissional de Eduardo, o de estagiário da rádio Guarani destacado para acompanhar a equipe de jornalistas da emissora que foi cobrir o acidente com um ônibus ocorrido entre Congonhas e Conselheiro Lafaiete, na região Central de Minas. Nessa cobertura, ele fez sua estreia no microfone ao narrar a lista das pessoas que perderam a vida no acidente.

Em “O Ascensorista”, Eduardo conta como era a sua dura rotina de estagiário, na Guarani e no extinto jornal Diário da Tarde; descreve sua transferência, em 1985, para a rádio Itatiaia, onde está até hoje; e sua estreia na TV, como apresentador na Record Minas. Do trabalho como repórter na Itatiaia está a maior parte das histórias que ele relata no livro.

Entre os casos descritos estão os do sequestro do coronel Edgard, em 1990, quando, por pouco, tornou-se refém dos sequestradores; o quase tapa que levou do então governador de Minas, Itamar Franco; e a viagem do Papa João Paulo II, em 1997, quando teve a oportunidade entrevistar o pontífice no avião que o trouxe ao Brasil. O livro traz também histórias de Eduardo Costa como correspondente internacional da Itatiaia, nas coberturas em Cuba, Índia e na China, entre outros países.

O livro é composto não só de boas histórias. Nele estão também as histórias de Eduardo Costa que só os muito próximos dele conhecem, como quando teve que tratar de um câncer; quase perdeu a visão por causa de uma cirurgia de catarata que apresentou complicações no pós-operatório; e sofreu com internação por Covid durante a pandemia.

Eduardo Costa descreve, ainda, como foi a transferência do comando da Itatiaia, de Emanuel Carneiro para o atual controlador da emissora, Rubens Menin, e afirma que hoje, aos 67 anos de idade, sua missão no jornalismo está perto de ser concluída. Sobre o futuro, Eduardo Costa não se considera nem um otimista bobo, nem um pessimista chato, mas, como ensinou o escritor Ariano Suassuna, um “realista esperançoso”.

http://www.sjpmg.org.br/2023/06/eduardo-costa-lanca-livro-com-suas-historias-de-reporter/


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Comentários:
5
  • ANTONIO PEDRO DA SILVA MELO disse:

    Acompanho o trabalho de “DUDU COSTA” como jornalista há muitos e muitos anos. Tenho a honra de ter sido entrevistado por ele por ocasião do plebiscito acerca da possibilidade de se implantar o regime Monarquista no Brasil, quando eu estava no exercicio da Promotoria de Justiça Eleitoral na Comarca de São João del Rei. Aliás, função que ainda exerço na vizinha Comarca de Prados. Só espero a colocaçao à venda para adquirir um exemplar. Pena que não terei a chance de receber um autografo dele no exemplar. Parabéns, Dudu, Vc é fera.; Antônio Pedro da Silva Melo, lºPromotor de Justiça das comarcas de São João del Rei e Prados.

  • Jerônimo disse:

    Caro Chico,

    Infelizmente, em Minas Gerais, não existe jornalismo político ou econômico. Temas esses de grande importância, mas como a própria política e economia mineira foram se esvaindo com o tempo.

    Em Minas Gerais os únicos temas jornalísticos que ainda existem são o esportivo e o policial. Temas que deveriam, aliás, ter bem menos destaque na vida dos mineiros, mas que são elevados a enésima potência, quem sabe….para distrair a população da política e da economia.

  • Raws disse:

    Eduardo Costa, é um dos melhores da minha geração.

  • Márcio Luiz disse:

    Sugestão para um título paralelo do livro do ilustre jornalista:
    “Em cima do muro, SEMPRE”.

    • Silvio Torres disse:

      O título é bom, mas acho que não reflete totalmente o modus operandi do “jornalismo” mineiro. Minha sugestões são: Maria Vai Com as Outras ou O Patrão Manda, Eu Obedeço. E a SAF do Galo, hein? Sinto pelos meus fãs raivosos, mas o papai aqui acertou mais uma.