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Vale a pena ver de novo: “O Atlético raiz, que assim como os demais grandes, não existe mais”

Escrevi no portal BHAZ: https://bhaz.com.br/noticias/esportes/viagens-para-distancias-ate-700-km-eram-feitas-de-onibus/

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Da esquerda para a direita, em pé: João Leite, Palhinha, Jorge Valença, Cerezo, Luizinho, Reinaldo, Alves, professor Lacerda, Heleno, Chicão e Geraldo. Agachados: Dr. Neylor Lasmar, Fernando Roberto “Mastiguinha”, Osmar Guarnelli e o motorista que “não é o Chiquinho”.

No dia 3 de agosto recebi esta foto do grande atleticano Wagner Vilanueva, da Petrovila, que a recebeu de um amigo dele, ex-viação Itapemerim. Nos dias seguintes passei a receber de outros amigos e pelas redes sociais, com diversos tipos de comentários e muita gente errando alguns nomes de quem está nela.

Comentários todos saudosos e carinhosos com este grupo espetacular, do melhor time que vi do Atlético e, melhor ainda, que tive o privilégio de ser repórter setorista da Rádio Capital. Além de ficar amigo de alguns destes jogadores. Hoje, isso é impensável. As “estrelas” de hoje, não se relacionam nem com os ex-jogadores dos próprios clubes em que atuam.

Minha única dúvida nesta foto era quanto a um que está bem discreto, quase invisível, em pé, à direita, entre o preparador físico Lacerda e os volantes Chicão e Geraldo. Parecendo com o Heleno, prata da casa, atleticano “da gema”, um ótimo volante, meia ou o que qualquer treinador quisesse que ele fosse.

Negócio dele era jogar, se matar em campo se preciso; amor à camisa, “Galo na veia”. Só não jogava no gol. Mesmo assim por ser baixinho. Como sempre foi um sujeito de muito bom senso, sabia que no gol, seria mais complicado para ele ajudar o time.

Chamado pelo Vilibaldo Alves de “formiguinha”, porque era incansável, e aparecia em todos os lugares do campo. Os colegas de time o chamavam e ainda o chamam de “Camarão”, por ser branquelo e terminava com a pele vermelhíssima depois das partidas em dias de sol.

Mandei mensagem para ele, que retornou prontamente:

“Fala meu caro, tudo bem?

Quando vai pagar o almoço? Pode ser café também. Ou cerveja, melhor ainda. Me ajude aí: este entre o Lacerda e o Chicão, por acaso é vossa excelência?”

“Olá Chico bom dia!

O dia que você marcar eu pago.

Sim, sou eu bem escondidinho

Grande abraço.”

“Opa! Que beleza!

Você se lembra de mais detalhes dessa viagem? Pra onde foi? Quanto foi o jogo? Que campeonato? Quem era o técnico? Que ano foi?

Abraço”

“É 1980 porque Chicão e Palhinha estavam e o Alves ainda estava. Veio Nelinho logo depois É campeonato mineiro. Técnico deve ser Procópio”

“Alguém escreveu que o motorista do ônibus seria o Chiquinho. Outro escreveu que o ônibus era da Itapemirim. Sabe se procede?

Use essa memória de elefante aí”

“Não é o Chiquinho e era Itapemirim mesmo”

“Este é o Camarão, sempre bem informado! Obrigado meu caro.

Vamos marcar de encontrar breve.

Grande abraço!”

“Ok aguardo suas ordens.

Abraço”.

Naqueles tempos, jogador de futebol, por mais famoso que fosse era um ser humano normal. Os times viajavam de ônibus para distâncias “normais”, até uns 700 quilômetros, como mostra esta foto. Minas Gerais é um país à parte, com os seus costumes e em extensão territorial, maior que muitos países importantes da Europa.

O nosso campeonato estadual chegou a ter quatro times do Triângulo Mineiro numa mesma edição: Uberaba, Nacional de lá, Uberlândia e Araguari ou Frutal ou Ituiutaba. O Sul de Minas tinha Caldense, Rio Branco de Andradas e Alfenense ou Pouso Alegre.

Por questões de bom senso, logística e economia a Federação Mineira de Futebol procurava marcar os jogos do Atlético, Cruzeiro e América nessas regiões de tal forma que eles pudessem fazer uma viagem só, jogando num domingo, quarta-feira e no domingo seguinte, às vezes na outra quarta-feira.

O clube fretava o ônibus, que ficava por conta da delegação para as idas aos jogos, treinos e muitas ações sociais e de marketing nas cidades em que jogava. Visitas a hospitais, creches, escolas e etecetera e tal.

Para nós da imprensa que íamos cobrir era o melhor dos mundos. As rádios e jornais mandavam as equipes que também ficavam por lá. Às vezes ficávamos de 15 a 20 dias nessas cidades maravilhosas, sendo recebidos com “honras de chefes e estado” pelos colegas locais e torcedores.

E ainda recebendo gordas diárias que costumavam superar os salários em termos de valores.

Por essas e tantas outras amo demais o nosso estado, o meu país à parte! Viva Minas, viva figuras como essas dessa foto, de tempos que não voltam mais!

https://bhaz.com.br/noticias/esportes/viagens-para-distancias-ate-700-km-eram-feitas-de-onibus/


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Comentários:
6
  • Marlon Brant disse:

    Chico, bom dia. Lembro deste time, apesar de ser Cruzeirense, meu primo era cozinheiro da concentração do casarão do Bairro Planalto (Você deve lembrar bem disto) e muitas das vezes fui lá. Lembro que uma vez, estávamos almoçando na mesa, eu, meu Pai e meu primo e vieram e sentaram conosco, Chição, Palhinha, Cerezo e João Leite. Eles ficaram me zuando porque meu Pai (Paulo Brant) e Primo (Raimundo Almeida Brant) falaram para eles que eu gostava do Cruzeiro. Era criança, tinha entre 09 e 11 anos, mas o que me chamou a atenção foi a simplicidade daqueles caras, muitos já com rodagem e fama, mas simples com o tratos com as pessoas. Hoje, melhor nem comentar!!!! Grande abraço !!!

  • Jean Marcel disse:

    O motorista também não sei quem é..rs

  • Jean Marcel disse:

    Show de bola! Dessa turma aí não lembro do Geraldo e o “mastiguinha”. O Lacerda não reconheci . Os outros foram tranquilos, mesmo o Heleno escondido na foto. Estão na minha memória. Deu saudade desse tempo…

  • Jesum Luciano da Silva disse:

    Hoje eu quero saber do galo só quando ganhar, meu sócio torcedor tá vencendo e vou renovar é nada, ingresso caro e parece que já acabou, só quando tão lascado é que lembram do torcedor raiz, e fazem promoção, depois que ouvi elogiarem o turco falando que é bom técnico fiquei mais assustado ainda, único técnico que montou time no galo que ganhou brasileiro e copa do Brasil foi o sampaolli que deixou uma base para o cuca, e tinha ainda o Alexandre Mattos que falem o que quiser, mas é um baita diretor, os outros técnicos ninguém conseguiu consertar o estrago, vou dar a mal a palmatória pois defendi e apoiei o Felipão, mas ele foi contratado para blindar diretoria.que sejam feliz com a ARENA, nunca vi tanto desmancha e conserta, na época do gramado todos que opinavam a respeito da grama eram taxados de não conhecer nada do assunto pois a firma que ia implantar o gramado era melhor e mais tecnológica no assunto, agora vão trocar, dinheiro sobrando é outro patamar

  • Edson disse:

    Este time era espetacular!!! Uma verdadeira seleção!!! Mas, dos que eu vi, considero o de 1977, o melhor.

  • Júlio Soares disse:

    Timaço, comandava o futebol em Minas. Não ganhou mais títulos por causa do sistema.