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O acerto do Tombense em levar jogo contra o Cruzeiro para o Ipatingão. Bom também para a Raposa

Foto: Prefeitura de Ipatinga/divulgação

Só a torcida cruzeirense do Vale do Aço já lota o estádio. Comandado por empresários competentes, o mandante cedeu quase 100% da carga a que tinha direito para o clube da capital.
Resultado financeiro mais que garantido. Ipatinga e cidades vizinhas, além de densamente povoadas (só Ipatinga tem 227.731 habitantes, pelo Censo 2022), têm população que torce prioritariamente para Atlético e Cruzeiro e qualquer jogo deles lá é sucesso de bilheteria, festa para receber as delegações, motivação total. Bem diferente de outras regiões de Minas, Uberlândia, por exemplo, para onde o Cruzeiro costuma levar suas partidas.


Dentro de campo, vai prevalecer quem correr mais e souber aproveitar melhor as oportunidades. No papel, o Cruzeiro tem mais time e é favorito. Mas estes fatores nem sempre funcionam no futebol, especialmente quando se trata de decisão.
Mas quem faz essas avaliações com mais propriedade que qualquer outro jornalista de Belo Horizonte, é o Fernando Rocha, que conhece tudo do Vale do Aço. Confira na coluna dele, no Diário do Aço, de Ipatinga:

“Decisão no “Gigante””
Depois de seis anos, o Cruzeiro volta ao Vale do Aço para jogar no Ipatingão, contra o Tombense, desta vez na condição de visitante, em partida de ida pela semifinal do Campeonato Mineiro.
O time da pequena Tombos acertou em cheio outra vez, ao tomar a iniciativa de jogar no Ipatingão, de olho na renda, em razão do grande número de torcedores da Raposa na região, pois a expectativa é de casa cheia com todos os 22.500 ingressos vendidos.
O “Gigante do Parque Ipanema” torna-se neste domingo o centro das atenções do futebol estadual, o torcedor celeste agradece e mostra sua força.
Por ter feito a melhor campanha geral na fase de classificação, a Raposa tem a vantagem de jogar por dois resultados iguais, além de decidir sempre em casa no segundo confronto, até caso chegue à final.

  • Esta é a terceira vez que o Tombense, visando arrecadar mais com bilheteria, transfere um de seus jogos pelo Campeonato Mineiro, ao Ipatingão. A primeira vez foi em 2015, quando enfrentou o Atlético, perdeu de 3 x 0, mas os 18 mil pagantes proporcionaram uma boa arrecadação. Em 2018, retornou para enfrentar o Cruzeiro, perdeu de 2 x 1, com outro excelente público de 14.251 torcedores. Hoje, se todos os 22.500 ingressos forem vendidos, sendo 13.500 inteiras a R$100 e 9.000 meias-entradas a R$ 50,00, a renda chegará a R$ 1,8 milhão, recorde absoluto do estádio e do interior mineiro.
  • Uma falha da SAF/Cruzeiro é não valorizar, desconhecer ou até subestimar a força da sua torcida no Vale do Aço. Nos últimos dois anos, em litígio com a administração do Mineirão, o Cruzeiro jogou como mandante em Uberlandia, Sete Lagoas, Cariacica, Brasília, menos no Ipatingão, dando as costas para sua enorme torcida na região, que desde o início deste século sempre acolheu o time e o abraçou, como fez agora ao esgotar todos os ingressos colocados à venda.
  • Faltou também interesse e mobilização por parte dos atuais responsáveis pelo esporte na atual administração municipal, a fim de mostrar gestores não só da SAF/Cruzeiro, mas também ao Atlético, o potencial da região para produzir grandes espetáculos esportivos, devido ao enorme contingente de torcedores dos dois clubes na região.
  • Outro dificultador é o sucateamento do Ipatingão, que depois da grande reforma realizada em 1998, na gestão do ex-prefeito Chico Ferramenta; da colocação de cadeiras e troca do gramado nos governos de Sebastião Quintão e Robson Gomes, não recebeu novos investimentos, de maior vulto, ficando atrás ou perdeu a concorrência para outras arenas similares do país. Esta modernização do “Gigante do Parque Ipanema”, que passa pela troca do atual obsoleto sistema de iluminação, reforma de vestiários, banheiros, placar eletrônico e cobertura das arquibancadas, será um dos grandes desafios da próxima administração, a ser eleita em outubro próximo. Clássico terça

FIM DE PAPO
Na próxima terça-feira será a vez do clássico regional entre Ipatinga x Democrata/GV, com expectativa também de um bom público, no Ipatingão.
A situação de ambas as equipes é complicada, bem parecida, pois fizeram as piores campanhas do estadual, ao lado do Pouso Alegre, sendo obrigados a disputar um patético triangular, apelidado de “Torneio da Morte”, de onde só um escapará e dois serão rebaixados à segunda divisão no próximo ano.
Há pouco mais de uma semana, os dois rivais se enfrentaram no Ipatingão, registrando-se vitória do Tigre por 2 x 0, mas agora a pressão pelo resultado é ainda maior dos dois lados, prevendo-se uma partida nervosa, muito disputada e sem favoritismo.
(Fecha o pano!)
Por Fernando Rocha – Diário do Aço – Ipatinga


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Comentários:
5
  • Marco Rocha disse:

    Vários destaques positivos no jogo ontem, mas pra mim o Arana foi o melhor em campo. Se continuar assim vai voltar pra seleção, jogou demais!!!

  • Leonardo Silva disse:

    O Tombense está mais que correto. Em condições normais de temperatura e pressão, o Cruzeiro é favorito em qualquer campo, melhor faturar uma grana que pode ajudar bastante o clube. O mesmo deveria ser feito pelo América, na penúltima partida contra o galo, o campo estava vazio, pois a torcida mandante não costuma ir e o América não libera uma carga maior para o Galo nem para o Cruzeiro. A gestão americana é muito compentente, mas, nesse ponto, acho que deixa a desejar

  • Pedro Vitor disse:

    Bom dia, veja como o Atlético foi outro time ontem diante do América, até duas semanas atrás, era tido como uma equipe de maior entrega de qualidade com resultados, no futebol mineiro, obviamente depois da eliminação na Copa do Brasil para uma equipe inferior às coisas mudaram.

    Na minha opinião o América tentou fazer como no jogo anterior, marcar a saída de bola do Atlético, fazer que acontecece um erro, para aproveitar desse erro e sair na frente, tem essa vantagem no campeonato mineiro então, quase conseguiu, o jogador americano que no primeiro confronto fizera o gol, dessa vez, titubeou.

    Notem que após o América perder este gol sem goleiro, tentou agredir mais, e deu ao Atlético o contra ataque, foi aí que nasceu o gol do Paulinho.

    Notem que até os 30 minutos, o Atlético tentou duas ou três jogadas pelo lado do Álisson, que estava atento como em outras oportunidades. Esse menino não pode se iludir com “elogios “, e isso é um trabalho para o Felipão, colocar na cabeça do Álisson, que ele só renderá sobre forte pressão, assim como todos os outros jogadores entram pressionados a serem “decisivos “, enfim, serve de aprendizado.

    Hulk e Paulinho, bem, arana e Rubens também em grande sintonia, e Scarpa distribuindo muito bem o jogo, junto com o Battaglia, acho que vai encontrando o time base!

  • Marco Rocha disse:

    Se o Arana continuar assim aí voltar pra seleção. Joga muito!!!!
    Grande nome do jogo até aqui!!

  • João Batista Viana Sobrinho disse:

    Parabéns ao jornalista Fernando Rocha pelo brilhante comentário. Falou tudo e mais um pouco sobre o descaso que sempre acontece com este gigante do vale do aço que muitas vezes é deixado de lado por administradores públicos