* Insatisfeito em ter sido obrigado a permanecer no Cruzeiro, Gilberto voltou a chutar o balde com suas declarações infelizes na chegada do time em Confins depois da derrota para o Santos.
Se o clima entre ele, Roger e Fábio não era dos melhores, ficou pior ainda, prejudicando todo o clube.
No América, André Dias também foi destemperado para manifestar a sua insatisfação com o técnico Givanildo, que o substituiu no jogo com o Avaí.
Questionado, Givanildo foi firme e disse que o atacante tinha que respeitar o colega de trabalho que entrou no seu lugar e à decisão do superior hierárquico. E se não estivesse satisfeito pedisse para sair. Menos mal que, André Dias reconheceu que fez besteira e pediu desculpas públicas.
São comuns notícias de jogadores experientes e rodados como Gilberto e André Dias agindo assim, porém, o futebol é cheio de exemplos que envolvem também atletas que ainda nem chegaram ao profissional.
Na semifinal da Taça BH de juniores, Leleu, que deve se achar uma estrela, esbravejou e saiu xingando, quando o técnico Rogério Micale o substituiu. E nem olhou para a cara do companheiro que entraria em seu lugar.
Semanas antes, Wendell, sério candidato a “foguete molhado”, também do Atlético, agiu de forma semelhante contra o então técnico do profissional, Dorival Junior.
A volta do Uruguai à prateleira de cima do futebol Sul-Americano e mundial não é por acaso, nem fruto de algum imediatismo. Desde 2005, quando perdeu a repescagem das eliminatórias da Copa da Alemanha para a Austrália, começou o trabalho de recuperação, quando Oscar Tabárez, voltou ao comando da seleção. Ele aceitou a missão com a condição de coordenar também, todas as categorias de base. Sua filosofia era preparar seres humanos para a vida e não apenas chutadores de bolas de futebol.
Implantou métodos que estão em vigor até hoje; na seleção infantil à principal. As atividades fora dos gramados são tão valorizadas quanto dentro.
Os jogadores aprendem primeiro a respeitar os colegas, a instituição que defendem e ao público. São treinados até para conceder entrevistas, em todo tipo de situação.
Os bons e maus momentos entram no script, para que nenhuma declaração mal dada comprometa o trabalho ou estrague o ambiente.
O futebol brasileiro precisa seguir exemplos como o do Uruguai de Oscar Tabárez. Às vezes alguém comenta que já não se liga tanto em futebol como antes, e a reação que temos é que isso seja fruto de reação isolada ou momentânea, devido a um eventual mau momento pelo qual passa o time de quem fala.
Mas os números da audiência da Globo nas transmissões mostram que a cada ano a motivação do público é menor, e que nos últimos cinco anos houve uma considerável queda de 25%.
São vários fatores que levam alguém a se desmotivar com o futebol, mas não tenho a menor dúvida que o comportamento arrogante e desrespeitoso de muitos jogadores contribuem muito para isso também. É como a política. De tanto ver homens públicos metendo a mão impunemente, as pessoas tomam cada vez mais antipatia do assunto.
O resultado final é sempre o pior possível. No futebol, time onde não há respeito entre colegas e à hierarquia, não vai render. Na política, o resultado é um país esculhambado, violento e corrupto como o Brasil, apesar do ótimo potencial que temos.
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no Super Notícia, nas bancas!
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