No voo da Copa Airlines, a caminho da abertura da Copa América, o psicólogo e professor universitário, Rolando Lópes Herbas, que assumiu a presidência da Federação Boliviana de Futebol há quatro meses.
De Belo Horizonte à Cidade do Panamá são 6h30 de voo e de lá até aqui em Los Angeles mais 6h30, nos excelentes aviões da Copa Airlines que saíram pontualmente no horário de Confins e do Panamá. A espera é de apenas 1h20 no enorme free shop do aeroporto Tucomen da capital panamenha.
Visual da chegada à costa da Califórnia
No papo vai, papo vem com o gentil senhor da poltrona ao lado, descubro que, coincidentemente estou viajando ao lado do presidente da Federação Boliviana de Futebol, Rolando Lópes Herbas, de uma nova geração de dirigentes Sul-americanos. Depois que o FBI fez aquele estrago na quadrilha que mandava e desmanava no futebol do nosso continente. Herbas é uma figura diferente, quase estranha a este mundo da bola. A conversa começou sobre Belo Horizonte, que ele conhece de ler. Sabe muito sobre Atlético, Cruzeiro e perguntou pelo América, “novo mineiro” da Série A nacional do Brasil. Também perguntou muito sobre a situação econômica e política brasileira. Psicólogo de profissão, advogado por hobby, é professor universitário, foi Secretário Geral da Universidade Federal de Cochabamba, que tem 80 mil alunos, e teve passagem pelo jornalismo, quando estudava psicologia em Buenos Aires. Está prestes a lançar o seu terceiro livro, que deverá sacudir os meio políticos e intelectuais da Bolívia. Revelará fatos de bastidores da crise vivida pela Universidade de Cochabamba, que mexeu com o país ano passado.
Rolando Lòpes está na presidência da federação boliviana há quatro meses. Seu antecessor está preso aqui nos Estados Unidos, pelos mesmos motivos que o José Maria Marin está, e que impedem o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, de vir acompanhar a seleção brasileira na Copa América. Se pisar em território norte-americano corre o sério risco de ser enjaulado também.
Uma das polêmicas enfrentadas pelo futebol boliviano se refere aos jogos na altitude. Muitas federações defendem que não deveria haver jogos pelas eliminatórias e até Libertadores em La Paz, Potosí e outras cidades acima de 3 mil metros. Lòpes garante que é “assunto superado”, e lembra os estudos encomendados pelo então presidente da FIFA, Joseph Blatter, que motivaram um comunicado da entidade, de que jogar nas alturas não faz mal à saúde, ou “não mata” ninguém. Por via das dúvidas, a primeira providência que ele tomou quando assumiu a federação, foi convidar o novo presidente da FIFA aa visitar La Paz.
Gianni Infantino aceitou o convite e foi recebido com “honras de chefe de estado” na Bolívia. Foi o segundo país visitado por ele, depois de eleito. O primeiro foi o Uruguai. Como gosta de bater uma bolinha, a federação boliviana organizou até um jogo para ele, com a participação de várias ex-estrelas do futebol Sul-americano. O ex-lateral Cafu foi o representante brasileiro. O presidente da Bolívia, Evo Morales, também jogou. Segundo Lòpes, a ordem do novo presidente da FIFA é “varrer” os corruptos. Convenhamos, uma missão quase impossível, principalmente no futebol.
De Beagá ao Panamá, no trecho de sobrevoo à nossa amazônia
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