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Facilidade de comunicação nos Estados Unidos é o sonho de todo jornalista no Brasil

A qualidade e alcance da internet e telefonia dos Estados Unidos permite o nosso trabalho com o carro em movimento, em qualquer estrada dos Estados Unidos.

A falta de sintonia na comunicação do comitê organizador da Copa América com a imprensa só durou até a primeira rodada. A partir dali ficou fácil. Diariamente eles despejam muitas informações em nossos e-mail, com destaque para o jogo do dia. Recebemos as listas detalhadas das duas seleções, trio de arbitragem, jogos passados e futuros, situação de cada time para aquele confronto e outros detalhes muito úteis. Ao fim, no “pé da página” o link para o jornalista clicar e solicitar o ingresso para a tribuna de imprensa e pedir também o ticket para o estacionamento no estádio.

Mesmo durante o trabalho cobrindo algum evento no exterior, como esta Copa América Centenário, gosto de falar dos assuntos de Minas e do Brasil, principalmente com a facilidade de acesso às informações que se tem atualmente. Mas tive dificuldades no acesso ao administrador do blog, depois de dois dias em território norte-americano. Possivelmente em função de bloqueio por segurança do sistema ou garantias de algum direito autoral, de imagem ou sei lá o quê.

Tecnicamente, trabalhar nos Estados Unidos é um paraíso para jornalistas. Internet ultrarrápida de qualquer lugar, por telefone celular, 3G, 4G ou wi-fi. Redes públicas ou privadas, quase sempre de graça, nas ruas, praças, bares, restaurantes, hotéis, nas estradas, de carro, de ônibus, a pé, parado ou em movimento. A danada da conexão está lá, sempre firme, sem cair e de alta qualidade.

Para nós, que sofremos com isso que chamam de internet no Brasil é a maior maravilha do mundo. Nunca tive tanta facilidade e prazer em trabalhar, tanto para enviar as minhas colunas para Sete Dias, O Tempo e Super Notícia, quanto para enviar os boletins diários para a Rádio Alvorada FM.

O envio do material do exterior para as redações merece um capítulo à parte. Às vezes me perguntam como era antigamente. Até me espanto em lembrar. E não faz tanto tempo assim. Passávamos o número do telefone para a telefonista do hotel e pedíamos a ligação. A espera durava, no mínimo, meia hora em países considerados mais evoluídos, ou seja, da Europa ou Estados Unidos. Esperávamos a ligação do hall do hotel, já que a transferência para o apartamento poderia cair e qualquer segundo de conexão custava uma grana alta. Antes de viajar, a direção da rádio nos passava uma lista de recomendações visando gastar o mínimo possível com telefonemas. Normalmente as ligações caíam durante o boletim e tínhamos que começar todo o ritual novamente: da solicitação à telefonista à gravação. Um operador de áudio ficava na retaguarda nos estúdios da rádio aguardando essas chamadas.

TELEX

Textos e fotos eram mais complicados ainda. Peguei as eras do “telex” (foto), depois “telefax”, “fax” e quase não acreditei quando surgiu a “intranet” e aquele santo barulho de disco arranhado quando a conexão estava sendo completada. Até a Copa do Mundo de 1994 era na base do fax. Xerocava as páginas escritas e enviava. Me lembro do comentário geral em nosso meio das primeiras fotos enviadas “experimentalmente” pela Folha de S. Paulo via “a tal de internet” que estava surgindo. Um espanto. Daí a pouco, estava todo mundo se utilizando o “e-mail”, essa maravilha do Século XX.

As fotos, que davam um trabalhão danado e levavam horas para ser enviadas, viraram brincadeira de criança. Não me esqueço do Jorge Gontijo (Estado de Minas) montando laboratório nos banheiros dos apartamentos dos hotéis onde se hospedava. Ia para o estádio antes de todo mundo, fotograva o ambiente lá fora, fazia fotos dos 15 minutos iniciais do jogo e voltava correndo pro “laboratório” no apartamento.

TELEFOTO

Revelava as fotos e ligava o aparelho de “telefotos” (foto), um trombolho, grande e pesado que mais parecia um cilindro de fazer massa de pastel gigante. Torcia para a ligação telefônica estivesse boa para que as fotos chegassem com qualidade aceitável ao jornal. Pedindo a Deus, também, para que a ligação não caísse e ele tivesse que começar tudo de novo.

Pois apenas quatro anos depois, na Copa da França em 1998, todos os fotógrafos e meios impressos disparavam suas fotos direto do gramado para as telas dos computadores dos respectivos editores. Difícil de acreditar!

Na Copa da Alemanha, em 2006, a evolução tecnológica ainda me surpreendia: no Allianz Arena, em Munique, Fred marcou gol contra a Austrália e antes de terminar a efusiva comemoração de seu primeiro tento em um Mundial, as imagens dos nossos monitores individuais na tribuna de imprensa já repetiam a cena. Não tive como não soltar um sonoro “PQP!!!”


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Comentários:
15
  • Claytinho do Nova Vista - BH disse:

    Ô “saudade” ( SQN… rs ) da época em que eu utilizava no trabalho o famoso Telex viu… rs Quando gravávamos um texto enorme e aquela malfadada fitinha amarela arrebentava que era osso… rs

  • Renato - 7 Lagoas disse:

    Viva o capitalismo, a democracia e a direita liberal verdadeiros! No Brasil, isso tudo aí é praticamente um faz de conta. E em outros países “democráticos” e “amigos do Brasil”, como Bolívia, Cuba e Venezuela, a situação é catastrófica. Falta o básico.

  • Pedro Vítor disse:

    Grande jogo será Atlético e Corinthians nesta quarta-feira no Mineirão. Não poderei estar presente infelizmente mas a torcida está empolgada com a Vitória sobre a Ponte Preta .

    O time enfim fez uma bela partida, com bom posicionamento defensivo e qualidade no meio E ataque. E isso que a equipe ainda carece de reforços do Departamento Médico, Luan faz imensa falta ao lado direito alvinegro, futebol do Rocha cresce com o Luan auxiliando. Datolo faz falta ao meio de Campo e Lucas Pratto também é titular nesta equipe enquanto não for negociado.

    Se vencer o Corinthians o Atlético cresce em momento importante do Campeonato Brasileiro

  • Pedro Ernesto disse:

    O Brasil já está uma “zorra”, feito Sodoma e Gomorra e o Palmeiras quer mandar Jesus para o Barcelona e o Cru cru quer mandar o Papa Bento de volta para Portugal.
    Dizem as más línguas que as conversas com Mano Meneses, estão adiantadas. Seria o retorno de quem traiu a pátria azul.
    A partir de agora faço parte do Partido Restaurador, não quero a independência do Cru cru. Fica Bento!
    O futebol do Cru cru está mais sumido do que o feijão nas prateleiras dos Supermercados BH. A crise está tão feia que já não querem mais o Rafael Sóbis, estão atrás do Rafael Desces.
    Por outro lado, o Vincintin já pensa em tirar aquele “retentor” com as estrelinhas no peito da camisa azul e trocá-lo por uma Lanterninha, Eles mudam tudo da noite para o dia. Se duvidar daqui a pouco anunciam o Requiem de Mozart em homenagem a D. Maria como hino.
    Mas brincadeiras a parte, o Perrela está doidinho pra voltar. Trocar Brasília pelo Cru cru é porque o trem é “bão” mesmo. Já já ele faz uma grande contratação, busca uma barca lá no Vasco, é carregado pela torcida junto com o contratado nos ombros, o Cru cru ganha mais alguns títulos e daqui alguns anos é eleito novamente deputado ou senador. Que nem Eurico sonha…

  • Alisson Sol disse:

    Há um ano, a NBA fez a primeira transmissão em realidade virtual. Em 5 anos, você só terá de comprar o adaptador para seu telefone e pagar pela transmissão. Vide a experiência que o Lennox Lewis teve recentemente (link).

  • Alarcon Chaves Ferreira disse:

    Grande Chico! A diferença entre o Brasil e os demais países é a “burrocracia”. Tecnologia nós temos, pessoas capazes também! Emperramos em processos, no fluxo do trabalho. Em 2008, transmitimos ao vivo com câmeras “a bordo” com tecnologia GPRS a etapa do Campeonato Mineiro de Rallye em 7 Lagoas. Burocracia para tudo, até para fixar uma câmera em um poste há 2,5m do chão. As tais concessões nos emperram! Abraço!

  • Leandro Fábricio disse:

    Por cidadania espanhola lateral douglas é mais um a dizer NÃO ao enseada kkkk… site do globoesporte…

    isso é vexame demais gente…

    • Pedro Vítor disse:

      Este Douglas também não é melhor que os que lá estão então se não vai pra lá elas podem é aplaudir o fracasso da negociação.

      Matéria hoje do Hoje em Dia, dos 20 jogadores contratados pela diretoria azulina ninguém vingou

  • ita disse:

    Aqui no Brasil é pior, se anda pra trás em tudo…

    Temos o presidente da Anatel, que deveria ser um representante do povo nas relação com operadoras de comunicação agindo para LIMITAR a quantidade de dados nos planos, com declarações de que isso seria muito benéfico para todos. Para silêncio, conivência dos nosso meios de comunicação, sempre alinhados com os interesses das corporações.

  • José Eduardo Barata disse:

    Quando tínhamos que ligar para Curvelo era necessário
    pedir à telefonista a ligação desejada .
    A espera era de duas , três horas .
    Lá , ao receberem a ligação , enviavam um mensageiro
    até a casa da pessoa que pretendíamos conversar , para
    que ela fosse até o posto telefônico , quando então a
    chamada era completada .
    Simples assim .
    É por isto que tenho sérias dificuldades com todos estes
    equipamentos modernos : sinto falta da telefonista .