Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

Resultado da pesquisa por "livro sobre o Sampaoli"

Flamengo aposta agora em Jorge Sampaoli, um Yustrich dos tempos atuais

Foto: twitter.com/Libertadores

Dorival Knippel, filho alemães, nascido em Corumbá-MT, apelidado de Yustrich, por causa da  semelhança física com um goleiro do Boca, foi lutador de boxe, goleiro, e um treinador que marcou época no futebol brasileiro nos anos 1960/1970/1980.

Dirigiu alguns dos maiores clubes do Brasil e o Porto, de Portugal. Disciplinador, exigente com  jogadores e dirigentes, grosso, arrogante e valentão, com histórico de agressões físicas e verbais a jogadores, repórteres e dirigentes.

Normalmente, seus times tinham  ótimo começo, com prazo de validade de três a seis meses. A partir daí, a paciência principalmente dos jogadores se esgotava e os maus resultados prevaleciam e ele caía.

Foto: Almanaque do Cruzeiro

As duas únicas grandes diferenças dele para o argentino Sampaoli eram a estatura física e a esperteza para ganhar dinheiro com o futebol. Com seu 1,9 m de altura e porte de boxeador, intimidava seus interlocutores e ganhou a fama de mau, o “Homão”.

Sampaoli mede 1,67 e se fosse ganhar um apelido aqui em Minas, seria “Tampinha”, ou daí pra baixo, o que não deu a ele a condição de ser intimidador pelo porte físico. Yustrich pagou caro pelo temperamento e pelos inimigos que fez por onde passou. Quando entrou em decadência adotou postura de gente normal, mas aí era tarde. Não deu tempo de refazer amizades, pedir desculpas ou melhorar a mudar a imagem da prepotência. Morreu sozinho e sem dinheiro em Belo Horizonte, aos 73 anos de idade, depois de quatro meses internado, lutando contra um câncer. Só não foi enterrado como indigente porque o então presidente do Atlético, Afonso Paulino e o ex-presidente do América, Wilson Gosling, bancaram as despesas.

Sampaoli faz ótimos contratos, muito bem redigidos por seus agentes e advogados, tipo Eduardo Coudet. Quando seus times começavam derrapar ou quando quer sair, começa exigir reforços,  criar casos e é demitido ou negocia a demissão, sempre é ótimas condições para ele.

No mais, as outras semelhanças entre o recém contratado técnico pelo Flamengo e o falecido ex-comandante do próprio Fla, Atlético, América, Cruzeiro, Corinthians e etecetera e tal, são as mesmas.

Sampaoli tem apanhado bastante da vida, apesar dos bolsos estufando de dinheiro. Quem sabe aprendeu alguma coisa da vida fora dos gramados? Se sim, pode se dar bem no Flamengo, porque realmente é um grande treinador e o clube carioca tem dinheiro para atender a todas as exigências e caprichos dele.

Foto: acervodocoelho.com.br/1948-campeao-mineiro

A propósito, breve teremos um ótimo livro sobre o Yustrich, de autoria do jornalista gaúcho José Luiz Costa, ex-jornal Zero Hora, que está pesquisando há quase cinco anos, inclusive esteve em Belo Horizonte, conversando com muita gente que conviveu com ele.


Duas coisas pra estranhar: carioca como árbitro do VAR no Galo x Corinthians, e Sampaoli reclamando da menor posse de bola contra o Flamengo

Quando estranhava fatos e versões o saudoso deputado setelagoano Renato Azeredo, dizia: “Vaca não está reconhecendo bezerro; bezerro não está reconhecendo vaca!”. Lembrei dele ao ler duas coisas nesta manhã de sábado. De um grande jornalista, Cândido Henrique, (Sempre Editora, OTempo, Super…) e de um dos jogadores mais importantes do atual Atlético, Allan.

Cândido twittou:@candidoh “Meteram um árbitro de vídeo carioca no jogo do Galo hoje. Os detalhes são muito importantes.”

E completou: “Enquanto um carioca apita, no VAR, o jogo do Galo. Os árbitros mineiros fazem os jogos que “ninguém liga”: Botafogo X Bragantino e Coritiba X Bahia. É muita moral, gente!”

Allan deu entrevista, aqui para o Globoesporte.com: “Allan revela cobrança de Sampaoli após Atlético-MG golear Flamengo: “Quer o time lá em cima – Galo venceu o Flamengo por 4 a 0 na última rodada, e volante cita que time fugiu das características implantadas pelo técnico: posse de bola, presença no campo de ataque e domínio”.

Ora, ora, essa do Jorge Sampaoli só pode ser uma das estratégias dele para motivar e controlar o grupo. Até as rolhas dos ótimos vinhos mendocinos que ele toma na mansão em que mora em Lagoa Santa sabem que posse de bola só serve para comentarista da imprensa encher linguiça. Na prática, como sempre disse Alexandre Kalil, o melhor presidente da história do Galo, “se a bola não entrar na casinha adversária, nada feito”. Aliás, amanhã é dia de reelege-lo prefeito de Belo Horizonte.

Sobre o que escreveu o Cândido (com quem tive a honra de dividir a cobertura da Copa da África do Sul 2010), me estendi um pouco mais no assunto. Lá mesmo no twitter, porém, apenas relembrando coisas que já escrevi aqui no blog. Desconfio sempre das armações dos cartolas, pois não existe virgem em puteiro. Confira a conversa no twitter:

Chico Maia –  @chicomaiablog

Muito bem alertado, caro Cândido. Está no livro do Walker Clark, “O Campeão de Audiência”. Ele foi vice-presidente do Flamengo no início dos anos 1980 e diz lá: “se pensam que não se compra mais árbitros, estão muito enganados”!

Chico Maia@chicomaiablog

A propósito, caro @candidoh, em 2011, postei no blog: “Fifa decide banir seis árbitros por manipulação dos resultados de amistosos”. Confira lá: https://blog.chicomaia.com.br/2011/08/10/walter-clark-sempre-atual-se-pensam-que-nao-se-compra-mais-arbitros-entao-muito-enganados/

Ainda a propósito, @candidoh, em abril deste ano, postei também sobre o tema: “Os maiores roubos da história do futebol II” https://blog.chicomaia.com.br/2020/04/26/os-maiores-roubos-da-historia-do-futebol-ii/

O livro é este da foto, relançado em 2015, e tem essa confissão também, né? @candidoh Que gerou uma confusão danada:https://blog.chicomaia.com.br/2016/01/12/compra-de-arbitragens-o-que-e-isso-benecy-e-o-que-e-isso-companheiros/


As perspectivas do Galo com Jorge Sampaoli neste Brasileiro

Assim como quase todo atleticano fiquei muito irritado com o jogo de ontem, o pior do Atlético sob o comando do Sampaoli. Mas longe de mim qualquer pessimismo em relação ao trabalho que está apenas começando ou quanto às possibilidades do time neste Brasileiro. Trata-se do melhor técnico que o Galo contratou, depois da “Era Cuca”. Ele é da prateleira de cima, dos melhores do futebol mundial. Mas a cobrança por resultados é imediata, proporcional ao perfil dele e ao prestígio de que desfruta. Está iniciando o trabalho, fazendo testes dos mais variados possíveis, na escalação e táticos, jogo a jogo, com carências no elenco em várias posições. Falta um criador no meio e um comandante de ataque. Para furar bloqueios como o do Botafogo, por exemplo, só com alguma assistência genial ou um gol com a ação do “Sobrenatural de Almeida”, só possíveis, quando há jogadores em campo, nessas posições, acima da média.

Também na lateral direita ele tem problema. Guga é fraco e ainda não se sabe como o Mariano retornou do futebol turco, já que ainda está em recuperação física. Na esquerda, Arana é excelente, mas não tem um reserva à altura.

Sampaoli cobra reforços semanalmente. Alexandre Mattos é um diretor de futebol competente e bem relacionado, corre atrás para atendê-lo. O temperamento do treinador é difícil e ao contrário de seus colegas brasileiros, não dá a mínima para o que a imprensa, dirigentes ou torcedores falam ou pensam sobre ele. Sampaoli deixa claro isso no livro dele, publicado no Chile, em 2015, durante a Copa América daquele ano. O titulo da obra (foto que ilustra este post) já diz tudo: “No escucho y sigo” (Eu não escuto e eu vou em frente).

Que os atleticanos mais apaixonados tenham consciência disso e não caiam nessa, de “teorias conspiratórias”, de que o comentarista fulano ou beltrano está criticando o argentino para “desestabilizar” o trabalho dele e prejudicar o Atlético. Se ele tiver que chutar o balde e “cascar fora” quando lhe der na telha, não precisa de nenhum argumento infantil desse tipo.

Concordo com o que escreveu o jornalista Martins y Miguel, retwittado pelo Custodio Pereira Neto, da Cariogalo, depois do jogo horroroso contra o Inter: @CustodioTodinho “Eu diria que o desafio é Sampaoli começar e terminar 2021, o que apenas Cuca conseguiu nos últimos 30 anos. Isso mostrará que, FINALMENTE, entendeu-se a lógica do futebol, como diria Jürgen Kloop: – Esteja certo sobre o cara que você está contratando e dê a ele (reforços e) tempo twitter.com/martinsymiguel…”.

Nessa mesma toada, concordo também com o que escreveu o Dr. Lásaro Cândido da Cunha, vice-presidente do Galo, sobre a grita geral alvinegra por um “10”: @lasaroccunha “Desculpe-me a franqueza: em 112 anos tivemos um camisa 10 clássico e espetacular (R10-R49).Tivemos outros ótimos, mas não propriamente um “10”. No modelo de jogo proposto, há q se ter calma e tempo. Ontem foi doído, mas ruim mesmo foi o resultado de 4a feira. Vida q segue..GALO!”.

Sampaoli corre atrás de uma uma solução. Descobriu o lugar certo do Nathan jogar, e estava dando certo. Um jogador que muitos atleticanos (eu inclusive), achava que deveria ter sido incluido na mesma barca de dispensas do Di Santo, Ricardo Oliveira e etecetera. Mas Nathan se machucou e agora o Galo busca outras opções. Treinadores acima da média conseguem encontrar, caso do Sampaoli, e com o dinheiro que o Rubens Menin está colocando, já já encontrarão o nome certo.


Bem vindo Jorge Sampaoli a Minas Gerais. Este é da prateleira de cima

Tomara que dê tudo certo, já que nem sempre um grande treinador dá certo em um grande clube. São muitos os fatores para que as coisas se ajustem da forma necessária. Mantenho sobre ele a mesma opinião que emiti aqui no blog, no dia 18 de dezembro de 2018, quando ele acertou com o Santos:

* “Bem vindo Jorge Sampaoli ao futebol brasileiro. Ótima cartada do Santos

Este intercâmbio é bom para o futebol brasileiro. Ótima cartada do Santos de trazer o argentino, da cidade de Casilda (a menos de 10 km de Rosário), que se consagrou comandando a La U (Universidad Católica) do Chile e a seleção chilena, que, com ele, conquistou suas maiores glórias.

Li o livro sobre a vida do Sampaoli, (cuja capa ilustra este post) escrito por um jornalista argentino, conterrâneo dele, de Casilda. O texto é modorrento, nada convidativo, mas trás muitos detalhes da vida pessoal e profissional do técnico, muitos desnecessários, mas vale a pena, principalmente porque só existe a versão em espanhol e ajuda no aprimoramento do idioma.

Sampaoli é um batalhador, assim como a maioria de nós, mortais comuns, de muitos pantanais e cerrados percorridos no início da carreira para ocupar um bom espaço na profissão. Fã de Marcelo Bielsa, um dos grandes treinadores argentinos, focado 100% no dia a dia do trabalho e muito exigente com os seus comandados, tanto jogadores quanto membros de suas comissões técnicas.

Rendeu menos do que se esperava no Sevilha e fracassou na seleção argentina na Copa da Rússia. Acredito que em função da dificuldade de trabalhar com estrelas. É destes que quer tratar igualmente um Messi e um Aguero ou um Caballero. Em um elenco de jogadores de nível semelhante, ou na vida comum, funciona bem, mas no futebol, não. Cada qual com o seu cada qual.

Inteligente que é, deve ter aprendido, e o Santos poderá colher bons frutos desse aprendizado. Caso a torcida tenha paciência, já que não é fácil um gringo chegar, se adaptar e ajustar as coisas logo de cara.

https://blog.chicomaia.com.br/?s=livro+sobre+o+Sampaoli


Bem vindo Jorge Sampaoli ao futebol brasileiro. Ótima cartada do Santos

Este intercâmbio é bom para o futebol brasileiro. Ótima cartada do Santos de trazer o argentino, da cidade de Casilda (a menos de 10 km de Rosário), que se consagrou comandando a La U (Universidad Católica) do Chile e a seleção chilena, que, com ele, conquistou suas maiores glórias.

Li o livro sobre a vida do Sampaoli, (cuja capa ilustra este post) escrito por um jornalista argentino, conterrâneo dele, de Casilda. O texto é modorrento, nada convidativo, mas trás muitos detalhes da vida pessoal e profissional do técnico, muitos desnecessários, mas vale a pena, principalmente porque só existe a versão em espanhol e ajuda no aprimoramento do idioma.

Sampaoli é um batalhador, assim como a maioria de nós, mortais comuns, de muitos pantanais e cerrados percorridos no início da carreira para ocupar um bom espaço na profissão. Fã de Marcelo Bielsa, um dos grandes treinadores argentinos, focado 100% no dia a dia do trabalho e muito exigente com os seus comandados, tanto jogadores quanto membros de suas comissões técnicas.

Rendeu menos do que se esperava no Sevilha e fracassou na seleção argentina na Copa da Rússia. Acredito que em função da dificuldade de trabalhar com estrelas. É destes que quer tratar igualmente um Messi e um Aguero ou um Caballero. Em um elenco de jogadores de nível semelhante, ou na vida comum, funciona bem, mas no futebol, não. Cada qual com o seu cada qual.

Inteligente que é, deve ter aprendido, e o Santos poderá colher bons frutos desse aprendizado. Caso a torcida tenha paciência, já que não é fácil um gringo chegar, se adaptar e ajustar as coisas logo de cara.


De “aprendizado” em “aprendizado” Brasil desce ladeira e Argentina põe quatro treinadores na decisão da Copa América

Treinadores argentinos bem na fita e quatro deles vão decidir a Copa América: Sampaoli, Gareca, Tata Martino e Ramón Diaz

* **

De aprendizado em aprendizado vamos descendo ladeira. Assim como Felipão depois dos 7 a 1 em 2014, Dunga disse que a eliminação pelo Paraguai da Copa América, “foi um bom aprendizado”. Mesmo com o futebol sofrível apresentado em todos os jogos aqui no Chile o treinador está seguro no cargo e foi o próprio presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, quem telefonou para ele depois do jogo, garantindo-o no comando, bem como toda a comissão técnica, agora visando as eliminatórias da Copa da Rússia em 2018, que começam em outubro.

DUNGA

Dunga inspira preguiça no dia a dia a seleção. Faz pose de intelectual, apesar de nunca ter passado da orelha de qualquer livro; tem sempre discursos prontos para cada pós-jogo, sempre se colocando como vítima, o “perseguido mor” do futebol brasileiro, o coitadinho. Sabe nada de tática, de leitura de jogo, mas é pela segunda vez o treinador da seleção brasileira, por razões só justificadas por este mistério em torno de tantas suspeições que rondam as sucessivas diretorias da CBF, cujo presidente nem pode vir ao Chile, por medo de ser preso e extraditado para responder à justiça dos Estados Unidos. Nem os jogadores tentaram justificar a eliminação com a alegada “virose”, citada por Dunga, como fator que teria pesado na derrota nos pênaltis para o Paraguai. Como disse Luiz Prosperi, do “Estadão” sobre ele, “não se vai longe quando vivemos o retrocesso do retrocesso.” Perdido e despreparado para a função mas, só sai do cargo demitido, pedir demissão, jamais. Resta então, torcer para que Del Nero caia logo.

* * *

Um dos principais jornais do Chile, “El Mercúrio”, fez ontem um balanço desta edição da Copa América, com a manchete: “A Copa América 2015 foi o torneio dos escândalos”. Para mim, um exagero nas tintas, já que os “escândalos” citados não chegaram a ofuscar o sucesso da organização, a maioria de bons jogos disputados nos três grupos e nenhum escândalo de verdade. “El Mercúrio” cita os quatro casos para justificar o seu veredito: Vidal (o acidente com a Ferrari) e Jara (a dedada no Cavani).

El Mercúrio cita também que os principais dirigentes da Conmebol não vieram ao Chile por medo de detenção, mas este caso foi um mês antes da Copa América, e fala da “fúria de Neymar”, contra a Colômbia, na verdade mais um chilique do jogador, nada de “escândalo”.

neymar

Vejo esta edição bem melhor que a de 2011 na Argentina, em todos os aspectos, dentro e fora de campo. Diferente mesmo é o fato de quatro treinadores argentinos estarem nas semifinais, que mostra a competência dos “hermanos”.

MULTAS

O controle ao rodízio de carros nos dias de alerta ambiental é rigoroso e as multas implacáveis, como neste flagrante no Centro da Santiago.


Dia a dia chileno com poluição, nevoeiro, frio e onde campanha antitabagista não pega

O argentino Jorge Sampaoli, técnico do Chile desde 2012, virou livro, recém lançado e vendendo muito no país. Obstinado pelo trabalho, tirou o Chile da 7ª colocação nas eliminatórias, saindo nos pênaltis da Copa, em Belo Horizonte, contra o Brasil.

* * *

Neste intervalo de fase da Copa América, uma raridade comemorada por todo treinador de futebol: quase uma semana para poder treinar o time. Ontem a seleção de Dunga voltou a trabalhar, mas segunda-feira os jogadores tiveram folga e puderam andar pelo intenso comércio de Santiago e conviver com a população se protegendo do frio intenso e do primeiro dia de emergência ambiental em função do temido “smog” (smoke + fog), nevoeiro contaminado por fumaça e outros gases poluentes, que faz os chilenos de Santiago sofrerem e os obrigar a mudar de hábitos para evitar maiores danos à saúde. A capital do país sofre particularmente com o fenômeno por estar dentro de um vale, cercada pela Cordilheira dos Andes, onde raramente venta. Homens, mulheres e crianças com lenços ou máscaras nos narizes e bocas, muitos espirros e olhos avermelhados. No trânsito, rodízio de carros; nas rádios, TVs e jornais, reportagens sobre o assunto e campanha governamental sobre os cuidados que devem ser tomados.

Mas os chilenos não abrem mão de dois hábitos: o café nas incontáveis lojas e lanchonetes especializadas e o cigarro, que chega a impressionar. Certamente o movimento antitabagista mundial, que pegou até no Brasil, não pegou e dificilmente pegará no Chile. Fuma-se “desbragadamente”, em todos os lugares. Com a proibição em locais fechados, a chilenada enfrenta o frio bravo, vai para a rua e solta fumaça à vontade, feliz da vida.

TOCOS

E depois joga o toco em qualquer lugar também. As calçadas e os “Paseos”; belos e agitados quarteirões fechados de Santiago ficam lotados de tocos de cigarro, coisa que pouco se vê em Belo Horizonte.

* * *

Por outro lado a cultura chilena não dá colher de chá para outras questões levadas muito a sério por aqui, como dirigir alcoolizado, por exemplo. Nem estrelas nacionais têm perdão, como o atacante da seleção Álvaro Vidal, que bateu a Ferrari num dia de folga, saindo de um Cassino, depois de tomar “dois tragos”, segundo ele. Quis doar o prêmio que receberá pela participação na Copa América, para um conhecido Instituto que dá assistência a vítimas de acidentes de trânsito, mas teve a oferta recusada.

VIDAL

O Instituto Fundação Emilia recusou a oferta de Vidal, pelo menos por enquanto, alegando que precisa aguardar o resultado do inquérito policial em curso contra o jogador e o pronunciamento final da Justiça, sobre a culpa ou não dele. Diz o diretor executivo da entidade, Carlos Albornoz, que se trata de uma questão de convicção e que apenas o dinheiro de Vidal não garante que ele vá mudar o comportamento no futuro. Como alguém público, precisa dar bons exemplos. Dependendo do acerto dele com a Justiça, a verba será aceita.