Antes de qualquer coisa, parabéns à minha mãe, Dona Terezinha, pelos 81 anos comemorados hoje, e ao Cruzeiro, pelos 90, também hoje! * Vi esta manhã, no canal Sportv, uma ótima reportagem sobre os estádios onde foram jogadas as partidas da Copa do Mundo da África do Sul’2010.
Apenas três ainda estão sem destino definido, mas têm boas opções de projetos para não se tornarem “elefantes brancos”. O maior de todos, com capacidade para 90 mil torcedores de futebol ou rugby, está garantido. É o Soccer City, palco da abertura e encerramento, que terá neste início de 2011, um show da banda U2 para 120 mil fãs, já que o estádio é multiuso, devidamente projetado para tal.
O poderoso
Danny Jordan, chefe do Comitê Organizador Sul-Africano, concedeu entrevista e deu sugestões ao Brasil para 2014. Lembrou um fato importante que precisa ser levado em consideração: alguns anos atrás o país gastou 4 bilhões de rands ( US$ 1 bi) com publicidade mundo afora, visando melhorar a imagem e atrair turistas estrangeiros. O resultado foi pífio, e não houve melhoria significativa nos índices do turismo. Com a Copa foram gastos 16 bilhões de rands (US$ 16 bi), porém, a África do Sul passou a ter uma imagem muito mais positiva, os índices do turismo já aumentaram de forma sensível e a população ficou com ótimas estradas, aeroportos, hospitais, comunicações e o primeiro trem-bala entre os países em desenvolvimento.
O perigo
Ou seja: é vantajoso para um país organizar a Copa do Mundo, desde que a população ganhe em infra-estrutura e o resultado final do evento seja positivo, a ponto de fazer os estrangeiros ter uma outra visão do anfitrião.
Aí é que mora o perigo: teremos sim bons estádios, porém, a tendência é que o nosso sistema de transportes continue deficiente e a infra em geral cause a pior das impressões naqueles que virão nos visitar em 2013 e 2014.
História de sempre
A corrupção verde e amarela, já mundialmente famosa, tende a ocupar manchetes dos principais jornais e TVs do mundo nestes três anos que faltam, e a inoperância dos governantes seja mais realçada interna e externamente.
O Ministério da dona Dilma Roussef não provocou nenhuma esperança de melhoria e nos Estados, o secretariado político dos senhores governadores segue a tendência de sempre: acomodar aliados políticos, especialmente caciques derrotados em pastas fundamentais para grandes eventos como uma Copa.
Complicado
A gravidade do problema no Brasil começa pelo Comitê Organizador nacional, presidido por Ricardo Teixeira, que também é o presidente da CBF há mais de duas décadas. As acusações sobre ele, de uso do cargo para lucros financeiros pessoais, feitas pelo jornal Lance!, em novembro, continuam sem respostas, dele e dos órgãos governamentais.
Os países que antecederam o Brasil na organização da Copa do Mundo tinham à frente de seus Comitês Organizadores executivos ou políticos independentes, acima de qualquer suspeita.
Boas novas
Para não dizer que fiquei só em assuntos negativos nesta primeira coluna do ano, algumas notas positivas: Neymar está realmente empenhado em melhorar a sua imagem: demonstra total humildade na seleção brasileira sub-20, comandada pelo Ney Franco; foi um dos jogadores mais simpáticos para dar autógrafos e tirar fotos com os fãs no jogo da solidariedade na Arena do Jacaré, em dezembro.
Douglas, bravo volante do Cruzeiro nos anos 1980, está iniciando sua caminhada como treinador e é o auxiliar do José Ângelo, no Guarani de Divinópolis, na volta do Bugre à nossa primeira divisão.
Com Jairo Gomes na presidência, dá para acreditar na recuperação do Villa Nova. Nova Lima merece!
Um ótimo 2011 a todos.
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no Super Notícia.
O Soccer City, por dentro e por fora. Estádio bonito, prático e sem risco de se tornar “elefante branco”.