Estou em Milão/Itália, a caminho de Zurique/Suiça, cidades distantes duas horas de carro em ótimas estradas.
Vou cobrir o Congresso da Fifa que vai eleger os dois países anfitriões das Copas do Mundo de 2018 e 2022. O encontro começa hoje e vai até sexta-feira, na suntuosa sede da entidade dona do futebol mundial.
Bola e bola
Só países fortes financeiramente estão concorrendo e rola todo tipo de suspeitas em torno de corrupção e venda de votos dos delegados que decidem. Por 2018 concorrem Bélgica/Holanda, Espanha/Portugal, Inglaterra e Rússia. Por 2022: Austrália, Coreia do Sul, Qatar, Estados Unidos e Japão. Evento com cobertura da imprensa do mundo todo.
Brasil e Rio
Minha maior curiosidade é saber qual a percepção da imprensa estrangeira em relação aos preparativos do Brasil para 2014 essa lamentável situação da guerra contra o narcotráfico no Rio de Janeiro.
Minas forte
Durante a viagem vim pensando no futebol mineiro para 2011. A ficha de muita gente está caindo só agora com a classificação do América para a Série A. As pessoas estão vendo a importância de uma outra força mineira no Brasileiro.
Mais motivação em nossos clássicos, mais divulgação do Estado como um todo, mais movimentação financeira em torno de negociações de jogadores, publicidade, mais espaços nas mídias mineira e nacional.
Sem falar na óbvia maior geração de empregos, enfim, bom em todos os aspectos.
Para debate
Um aspecto que está sendo pouco falado pela imprensa é a necessidade dos clubes mineiros terem mais apoio empresarial e governamental do Estado.
Nossos dirigentes cometem as suas falhas, mas a competência deles é acima da média nacional, por um fato muito simples: paulistas e cariocas nadam em dinheiro, comparando-se com os mineiros, nas Séries A e B. Grana, tanto da TV quando dos patrocinadores.
Os gaúchos também faturam muito mais: além do programa sócio-torcedor de cada um, o governo gaúcho entra pesado com o patrocínio do Banrisul, o banco estatal.
Em Minas, nada x nada! A Cemig gosta de falar da sua “melhor energia do Brasil”. Poderia estar nas camisas do Galo, Raposa e Coelho.
É uma empresa estatal tão forte que comprou até a carioca Light. E a Copasa? Não é uma empresa modelo em água e saneamento? Poderia estar nas camisas dos clubes também com a sua marca.
Bancando a festa
Há uma agravante na história do futebol mineiro: com o fechamento do Mineirão, os clubes estão pagando a conta da Copa de 2014 sozinhos. Com o atraso das obras do Independência, e a limitação de público na Arena do Jacaré, a perda de receita de Atlético, Cruzeiro e América foi gigantesca.
Essas coisas precisam ser faladas, colocadas em debate, mas o que se vê é um silêncio impressionante, principalmente de nossa parte, imprensa.
Com as férias dos jogadores, um prato e tanto para substituir o noticiário dos jogos e treinos.
Mais debate
E o governo federal? Porque patrocina só Vasco e Botafogo? Porque bancou durante muitos anos só o Flamengo, e só parou porque o clube está inadimplente com os seus acordos com a receita.
Nada contra o patrocínio aos cariocas, mas entendo que os cIubes dos outros também têm que pegar uma fatia desse bolo.