Fim de festas
Estão chegando ao fim os campeonatos da primeira e segunda divisões de Minas, com problemas idênticos que se arrastam há anos, devido à incompetência ou omissão dos envolvidos. Falta de estádios em condições, contestação de arbitragens e recursos judiciais.
Teoricamente é a FMF quem organiza as disputas estaduais, mas ela dança de acordo com os humores e pressões de Atlético e Cruzeiro. Na prática, se os nossos dois maiores clubes quisessem, os problemas em sua maioria já estariam resolvidos. Disse, com razão, um diretor da Ademg: “Quando Atlético e Cruzeiro divergem nada se resolve, mas quando convergem, sai de baixo, porque juntos, eles atropelam tudo e todos no futebol mineiro!”.
Quando se sentem prejudicados pelas arbitragens tiram chefes, vetam apitadores e põem suas torcidas na porta da Federação e na cola dos dirigentes e árbitros. Dão a impressão que descarregam toda a raiva que passam quando começa o Brasileiro e eles deixam de ter essa força. São tratados em nível nacional, do mesmo jeito que tratam os menores em Minas. O América também não é santo, mas como não tem o mesmo poder de fogo, arma menos. Esta semana pôs quase 20 torcedores na porta da FMF, pedindo a cabeça do chefe da arbitragem, Jurandy Gama Filho, ex-funcionário do próprio clube.
Sacrifício
Quando o Cruzeiro se sente prejudicado, esbraveja e diz que o presidente da Federação, Paulo Schettino está a serviço do Atlético, do qual é conselheiro. Daí a pouco o afaga, como na atual viagem ao Chile, da qual ele é convidado especial. Schettino, como a maioria, reclama das “injustiças”, diz que está num cargo de “sacrifício”, mas nem pensa em passar o cargo.
Anônima
Nos jogos decisivos temos um show de acusações, reclamações e ofensas, principalmente entre os três maiores, e tudo vai se repetir no estadual do próximo ano. O lixo é varrido para debaixo do tapete e só reaparece quando um ou outro se sente prejudicado no ano seguinte. Dentro de alguns dias começa o Brasileiro, e a FMF volta ao anonimato, do jeito que ela gosta.
Zorra
Vejam a segunda divisão: seriam 12 times, mas um desistiu da disputa. Dois foram rebaixados na primeira fase e desses, oito se classificaram para a fase final. Ficaria de fora apenas a URT, mas ela pode ganhar a vaga do Tricordiano, que escalou jogador irregular. A briga está no Tribunal da FMF, não se sabe até quando.
Sobras
Subirão para as vagas do Uberlândia e Ituiutaba. Os maiores favoritos são o Formiga (de Brandãozinho, o Rei dos acessos, assim como Joel Santana é o Rei do Rio), o Funorte, Guarani e Poços de Caldas. O Funorte joga num arremedo de estádio, incompatível com a pujança de Montes Claros. Onde seria o municipal, restam hoje o que sobrou de uma terraplanagem e ferragens.
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no jornal O Tempo, nas bancas!