Após o 1 a 0 do Athletic a torcida do Cruzeiro, gritou no Estádio Mané Garrincha: “Ei Diniz, vai tomar no…” Nada a ver, pois se tiver que procurar culpados, por ordem hierárquica de falhas, o número um é o goleiro Cássio. Fez lembrar o primeiro gol que tomou na final da Sul-Americana ano passado contra o Racing. Sujeito daquele tamanho, 1,95m de altura, não cortar ou pegar firme aquela bola cruzada é o fim da picada. Mal colocado, mesmo tão experiente . Neste jogo de hoje, o zagueiro Fabrício Bruno jamais poderia imaginar que a bola cruzada pelo Nathan fosse passar pelo goleiro dele. Mas, independentemente de falhas individuais, foi um jogo feio e o Cruzeiro fez uma partida ruim, apesar de jogar quase completo. Os times: Cruzeiro Cássio, William, Fabrício, João Marcelo e Marlon; Romero (Tevis), Matheus Henrique e Eduardo (Christian); Dudu (Lucas Silva), Marquinhos (Lautaro Díaz) e Bolasie. Técnico: Fernando Diniz
Athletic Jefferson Luis; Douglas Pelé (Jhonatan), Edson Miranda, Sidimar e Yuri; Diego Fumaça, Wallisson e David Braga (Rafael Conceição); Welinton Torrão (Neto Costa), Gustavão (Wesley Gasolina) e Mateus Gonçalves (Nathan). Técnico: Roger Silva Público: 11.854 Renda: R$ 1.059.922,00
No twitter o @Falagalo13 lembra a situação do Zaracho: “Até hoje ninguém do Atlético me ligou perguntando se eu queria continuar ou não. E até hoje não liguei para eles, depois eles saíram para dar as declarações como bem entenderam.”
Autor do gol da vitória, para mim, o francês/congolês Bolasie, mesmo aos 35 anos, foi uma das melhores contratações do Cruzeiro para este ano (Foto: x.com/Cruzeiro)
Parece um “feito” bonito não é? Mas quando estiver no meio das disputas importantes do ano, como o Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-americana, haverá muitas reclamações contra o “calendário” do futebol brasileiro, cansaço, desgaste, contusões e essas coisas.
Aliás, o próprio técnico Fernando Diniz, que falou bem da estadia na terra da Disney na semana passada, já reclamou logo após o 0 a 0 com o Atlético, ainda no vestiário do Inter & Co Stadium.: “De fato, não podemos chamar isso de pré-temporada. O calendário brasileiro é muito ruim e conseguiu ficar ainda pior”. Do Aeroporto Internacional De Orlando (MCO) ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves (CNF) são 11h32 de voo.
E manchetes como essas em jornais e portais: “Cruzeiro entrará em campo duas vezes em menos de 24h”; “Cruzeiro desembarca em Confins horas antes de estreia no Mineiro”; “Após enfrentar o Atlético, em Orlando, pela FC Series, o Cruzeiro volta a campo neste domingo”.
Depois do 1 a 0 sobre o Tombense, gol do Bolasie, aos 34 minutos de jogo, esperto e prevendo turbulências breve, Fernando Diniz reclamou de novo: “Vou reclamar de novo do calendário, porque não tem a mínima lógica jogar nos EUA ontem, clássico, e chegar hoje no hotel às 10h da manhã para poder jogar no mesmo dia. Os Jogadores estão de parabéns pela superação”.
E, pasmem, amanhã a delegação entra em avião novamente: para jogar em Brasília, quarta-feira, estádio Mané Garrincha, contra o Athletic, que vendeu o mando de campo para atuar lá, já que o seu estádio em São João Del Rey não fica pronto.
Cruzeiro e Atlético erraram ao aceitar essa aventura de “pré-temporada” nos EUA. E concordo com o comentário do Gilberto Costa, de Montes Claros, sábado, aqui no blog: “Nenhuma surpresa ter nosso maior clássico marcado para uma semana após o início dos treinamentos, pois os dirigentes de ambos os clubes nada entendem de futebol. E o pior é que, segundo consta, os dois clubes estão pagando para se apresentarem nos EUA, a título de publicidade”.
Os times no 1 a 0 de ontem no Mineirão:
Cruzeiro: Cássio; Fagner, Jonathan Jesus, Lucas Villalba e Kaiki Bruno; Walace (Fabrizio Peralta), Lucas Silva (Vitinho) e Christian (Rodriguinho); Marquinhos, Tevis (Lautaro Díaz) e Yannick Bolasie (Matheus Henrique). Técnico: Fernando Diniz
Tombense: Matheus; Júlio Henrique, Roger Carvalho (Breno Roma), Diego Guerra e Dudu Mandai; Lucas Santos (Albert Souza), Rickson e Pedro Oliveira (Diego Fernandes); Cleiton, Anderson Ligeiro (João Vitor) e Douglas Coutinho (Jefferson Renan). Técnico: Raul Cabral
Nenhum jogador do time sub-20 do Atlético mostrou nada de diferente, mas não faltou raça, contra um adversário mais experiente e muito motivado, jogando em casa, além de estrear na primeira divisão estadual.
Valeu também pela atuação do goleiro Delfim, novo reserva do Everson, que fez ótimas defesas e garantiu o 0 a 0.
Muita falação sobre o horário da partida, 11 horas, calorão danado e etecetera e tal. Nada de anormal. Já tivemos Copa do Mundo decidida sob 40 graus em Pasadena/EUA, com vitória do Brasil sobre a Itália, depois de prorrogação e pênaltis. Na Libertadores joga-se em quase cinco mil metros de altitude.
Quem estiver melhor preparado tira proveito e “fecha o pano”, como diz o Fernando Rocha na coluna dele no Diário do Aço em Ipatinga.
Ainda no gramado, perguntado sobre isso, logo após o apito final, o atacante do Galo, Pedro Ataíde matou o assunto:
__ Estou acostumado e o calor é o mesmo para os dois lados.
Pronto. O resto é perfumaria.
Foto: Daniela Veiga/Atlético
Elogios gerais ao gramado do Estádio Paulo Paschoalino, de grama natural, diga-se!
A presidente do Palmeiras é que está certa ao dizer que, “… pré-temporada no exterior é para dirigente passear. Não tem benefício para o atleta, benefício para o clube. Absolutamente nada. É para dirigente passear na Disney. Não tem ganho financeiro, esportivamente também não. O pobre do atleta já tem que viajar o ano inteiro com esse calendário insano. Aí, na pré-temporada que ele pode ficar sossegado, na cidade dele com toda a estrutura do clube, decidem ir para a Disney…”
E os organizadores programam um Atlético x Cruzeiro, nosso maior clássico, com jogadores retornando das férias, sem um mínimo de preparo físico, correndo risco de lesões ou de se queimarem, já que clássico é clássico e ninguém quer e não pode perder.
A única coisa que poderia justificar essa loucura seria um cachê extraordinário pra cada clube, desses irrecusáveis, e caso o clube estivesse vendendo almoço para comprar o jantar; o que não é o caso de nenhum deles.
Dito isso, não se esperava nada diferente do que foi o jogo, com uns esbarrões entre os fortões de cada time, um ou dois chutes perigosos de lado a lado.
Na sequência, quando estivermos no meio da temporada pra frente, que nenhum dirigente ou treinador reclame de excesso de viagens, excesso de jogos, de cansaço ou de pré-temporada mal feita, mal pensada e mal calculada.
Com que tristeza li essa notícia no G1 do Amazonas. O lamentável fato foi dia 6, primeira semana do ano. Me lembrei dos meus tempos de criança quando sonhava ser goleiro e não perdia a chance de entrar em todas as peladas com jogadores de todas as idades.
O negócio era defender, evitar o goleiro de qualquer jeito. Me atirava em todas as bolas e divididas, sem calcular riscos, como qualquer jovem.
Força à família do Edson Lopes Gama, de 16 anos, e aos amigos dele.
A trágica notícia do G1/AM:
* “Adolescente morre ao ser atingido por bola no peito em campeonato de pênaltis no AM, diz família”
Momento do impacto foi registrado em vídeo. O jovem, que era apaixonado por futebol, costumava participar de todas as competições de pênaltis na comunidade onde morava.
Por Patrick Marques, g1 AM
O adolescente Edson Lopes Gama, de 16 anos, morreu após ser atingido por uma bola no peito durante um campeonato de pênaltis em uma comunidade de Maués, no interior do Amazonas. O incidente ocorreu na madrugada de segunda-feira (6). O momento do impacto foi registrado em vídeo.
A gravação mostra o adolescente atuando como goleiro na disputa de pênaltis. Durante uma cobrança, a bola atinge o peito dele. Logo após o impacto, ele passa mal, cai no chão, e o vídeo é interrompido.
O incidente aconteceu por volta de 1h da madrugada de segunda-feira. Segundo a irmã da vítima, Elisia Lopes, os pais socorreram Edson e tentaram levá-lo ao hospital de Maués, mas enfrentaram dificuldades devido à seca dos rios na região. A família só conseguiu chegar à unidade de saúde às 12h15, mas o adolescente já estava sem sinais vitais.
A irmã da vítima informou que Edson já havia se queixado de dores no tórax antes da disputa. Ela suspeitou que as dores fossem consequência de impactos sofridos em outros torneios de futebol em que ele havia participado.
Elisia também contou que o irmão antes mesmo da disputa já havia se queijado de dores no torax. Ela suspeita que seja devido a impactos de outros torneios de futebol que havia participado.
“Toda vez que tinha esse tipo de torneio, ele estava lá. Não perdia uma jogada de futebol. Já havia levado várias boladas em torneios passados. Ele sempre se dedicou ao esporte. Era um jovem que dava a vida pela bola, e foi a bola que tirou a vida dele”, lamentou a irmã.
Segundo a irmã, os médicos informaram que a morte de Edson ocorreu devido aos repetidos impactos na região do peito durante suas participações em torneios na comunidade, o que pode ter agravado uma condição pré-existente ou causado uma lesão fatal.
Ela também contou que a família ainda não recebeu o laudo sobre a causa da morte do adolescente e que, até então, ele não tinha histórico de problemas cardíacos.
Ainda segundo Elisia, a perda de Edson deixou a família profundamente abalada, especialmente a mãe, que era muito apegada ao filho.
“Ela era muito unida a ele. Sempre estavam juntos, e ele era um menino muito carinhoso e amoroso”, contou.
O futebol se tornou um grande negócio para milionários de todos os setores corporativos que trabalham com bilhões.
De repente, Rodolfo Landim, semanas depois de deixar a presidência do Flamengo, aparece como interessado na SAF da Associação Desportiva Confiança, de Aracaju.
Ah, a esposa dele, Ângela Machado é sergipana. Tá certo! (Foto: reprodução/Instagram)
O mais interessante de tudo é que a imprensa do Rio pouco falou do assunto. E ele foi recebido na capital sergipana e nas dependências do Confiança, atual campeão sergipano, mais de uma semana atrás, dia 7, terça-feira.
Landim (esq) e o governador (Foto: www.facebook.com/adconfianca)
Recepção com “honras de chefe de Estado”,diga-se, inclusive pelo governador Fábio Mitidieri (PSD, ex-PDT), que adora futebol e é botafoguense. Aquele mesmo que virou polêmica na final da Libertadores 2024: pediu licença no dia 26 de novembro, por problemas de saúde, e quatro dias depois estava lá no Monumental de Nuñes assistindo o Botafogo ganhar do Galo.
Dito isso, importante frisar que adoro Aracaju, Sergipe e o povo sergipano. De me perdoem Salvador, Fortaleza e Natal, mas é a capital mais agradável, de melhor qualidade de vida e ainda por cima mais barata do Nordeste brasileiro.
Gosto demais também do Confiança, que inclusive está no top 50 do ranking da CBF. Depois de ganhar o Campeonato Sergipano 2024 garantiu sua permanência na Série C, somou 2.341 pontos e subiu uma posição, seguindo como o melhor colocado do estado, 50º colocado. O “Dragão” está bem à frente do maior rival, o Sergipe, que está na 88ª colocação.
Imagem: https://x.com/adc_confianca
Foi um bravo adversário do Cruzeiro na Série B em 2020 (vitória de 2 a 1 em Belo Horizonte, 1 a 1 em Aracajú) e 2021, com derrota de 1 a 0 em Belo Horizonte, vitória de 3 a 1 lá. Em 2022 não se enfrentaram, já que o Dragão tinha sido rebaixado em 2021.
Em 2019 estive em Aracaju e comprei a bela camisa branca e azul do Confiança para presentear ao mestre jornalista Rogério Perez.
Combinamos várias vezes de nos encontrar para entregá-lo, e nada. Ele já andava com problemas de saúde, se mudou para São Vicente, no Sul/Sudoeste de Minas, a 275 Km de Belo Horizonte. Veio a Covid-19, todos nós nos isolamos e infelizmente ele se foi em 2022, sem que eu entregasse a camisa. Vou entregá-la ao filho dele, Leonardo.
Pois, que Rodolfo Landim feche negócio, faça bons negócios e monte um grande time, que ponha o Confiança na Série B e depois Série A do Brasileiro. Aracajú merece!
Em Orlando, pré-temporada, clima de festa, torneio chamado de “amistoso”, mas Mickeys, Minies e Patetas ó mesmo na turma da Disney.
Afinal, são duas camisas tradicionais do futebol e na hora que a bola rola as coisas mudam. Além do mais, grandes jogadores e comissões técnicas de ambos os lados.
Com direito a mais um chilique do técnico argentino Zubeldia à beira do gramado, que provocou boas risadas em todo mundo, o empate ficou de bom tamanho.
Matheus Pereira abriu aos 50 segundos de jogo e Luciano empatou para o São Paulo aos 45, num vacilo do Cássio. No segundo tempo os técnicos escalaram outros times e a partida caiu de qualidade. No “conjunto da obra” o Cruzeiro jogou melhor.
Sábado tem Atlético x Cruzeiro, 17 horas.
Cruzeiro 1 x 1 São Paulo
Local: estádio Inter & Co., em Orlando (EUA)
Árbitra: Tori Penso (EUA)
Assistentes: Ryan Graves (EUA) e Jeremy Smith (EUA)
Cartões amarelos: João Marcelo, William e Peralta (Cruzeiro); Zubeldía e Oscar (São Paulo).
Times:
São Paulo: Rafael (Jandrei); Igor Vinícius (Ferraresi), Arboleda (Ruan), Sabino (Alan Franco) e Moreira (Enzo Díaz); Luiz Gustavo (Pablo Maia) e Marcos Antônio (Alisson); Lucas (Erick), Luciano (Oscar), Ferreirinha (William Gomes) e André Silva (Calleri). Técnico: Luis Zubeldía
Cruzeiro: Cássio (Léo Aragão); William (Fagner), Fabrício Bruno (Lucas Villalba), João Marcelo (Jonathan Jesus) e Marlon (Kaiki); Lucas Romero (Lucas Silva), Matheus Henrique (Walace), Eduardo (Marquinhos) e Matheus Pereira (Christian); Dudu (Tevis) e Gabigol (Bolasie). Técnico: Fernando Diniz.
Em 2015 ele depôs na CPI do Futebol no Congresso Nacional, em Brasília e expôs mazelas da FIFA, CBF, COI e outras entidades. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Passou batido, mas dia 8 de janeiro de 2022 a imprensa ficou sem um dos maiores ícones do jornalismo do mundo: Andrew Jennings, aos 78 anos, jornalista investigativo britânico, maior fustigador da FIFA e Comitê Olímpico Internacional nas denúncias de corrupção.
Repórter da BBC de Londres, autor dos livros “Os Senhores dos Anéis” (sobre o COI, 1992) e “Jogo Sujo — o Mundo Secreto da Fifa” (2011), algoz de “intocáveis” como João Havelange, Joseph Blatter e Ricardo Teixeira, dentre outros. Ele dizia que o futebol é a maior “lavanderia” de dinheiro da Europa e do mundo. Não duvido; muito pelo contrário.
Lavanderia ou não, a verdade é que as transações envolvendo aquisições e dispensas de jogadores, treinadores, salários, multas, direitos de TV, publicidade e outros itens impressionam cada vez mais. Jogadores ruins são contratados por fortunas ou fecham contratos com salários espantosos, com tempo de validade mais espantosos ainda, com estipulação de multas inacreditáveis.
Como diria meu saudoso conterrâneo João Guimarães Rosa, “Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.”
Chico Maia é jornalista formado pelo Uni-BH (antiga Fafi-BH) e advogado pelo Unifemm-SL. Trabalhou nas rádios Capital, Alvorada FM, América e Inconfidência. Na televisão, teve marcante passagem pela Band Minas e também RedeTV!. LEIA MAIS contato@chicomaia.com.br