Blog do Chico Maia

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Mineiro que perde trem

Às 6h15 saí do hotel com destino à estação FriedriechStrass, para pegar o trem para Copenhague, que partiria às 7h13. Andei um quarteirão até a estação Charloteburg, onde pegaria uma “carona” até lá. Percurso que fiz ontem, com duração de nove minutos. Mas, não sabia que ele passaria às 6h24, e por um minuto, até subir as escadarias corretas, o perdi. Tive de pegar um taxi, pagar 15 euros, achando que cheguei com a devida antecedência à estação. No maior sossego, na certeza de estar no horário, fui a um balcão de informações saber onde era o portão 7. O gentil senhor pediu para ver meu bilhete e deu um riso maroto, dizendo: “Para Copenhague, você deve tomar o trem na estação Hauphtbanhof”.

Vixe! “Tô ferrado!”, pensei. Mas o mesmo senhor, imediatamente, me disse que era só subir as escadas, porque dentro de dois minutos passaria um trem que me deixaria na tal estação, que é a principal de Berlim, de onde partem os trens de longa distância.

Olhei o relógio, eram 6h57. Às 7 passou o trem, que me deixou às 7h03 na Hauphtbanhof. Às 7h10 eu estava dentro do trem, que partiu, como sempre no horário, às 7h13. Ufa!!!

Passado o sufoco, lembrei-me do Eugênio Sávio, um dos grandes fotógrafos do jornalismo brasileiro, meu companheiro de tantas coberturas, que infelizmente não está nessa. Ele sempre fica incomodado com a minha calma em relação a horários e a mania de chegar em cima da hora. Ano passado perdemos o trem de Pequim para Cheniang, durante as Olimpíadas. Calculei tudo certo, só que eu não contava com o engarrafamento monstro da capital chinesa naquele horário. Ainda bem que pegamos o trem seguinte, do meio dia. “Só” três horas de chá de estação em Pequim. Não levei uma porrada porque o Eugênio é da paz.


Tem também

A viagem até Copenhague é agradável e dura quase oito horas. Saída de Berlim às 7h13, chegada a Hamburgo às 8h52, de lá sai às 9h28 com destino a Nikoebing, já na Dinamarca, chegando às 12h29. Nunca pensei que iria parar numa cidade com um nome esquisito desses. De lá o trem saiu às 12h47 e às 14h46, finalmente cheguei à Copenhague!

Num curto tempo em Hamburgo deu para dar uma volta perto da estação, enorme, quase do tamanho da principal de Berlim, que é muito maior por exemplo, que o nosso aeroporto de Confins. E tão confortável quanto, porém com bem mais opções de lojas, bares e restaurantes. Essas estações européias são danadas!

Na calçada um mendigo dormia tranquilamente, bem enrolado em cobertores, papéis e sacolas, para suportar os 12 graus de temperatura. Morador de rua não é privilégio brasileiro, apesar de que os daqui são quase sempre estrangeiros, mais do Leste europeu e África.

Hoje é dia de eleições parlamentares na Alemanha e Hamburgo parece ter mais cartazes e placas que em Berlim.

O eleitor vota duas vezes: uma no candidato da sua preferência e outra numa lista apresentada pelos partidos. São eleitos 299 de cada categoria, ou seja: um direto e outro da lista fechada. O partido da dona Angela Merkel, atual primeira-ministra, é o CDU, que está passando aperto, mas deve manter-se no poder.

Um outro partido famoso aqui é o FDP. No Brasil esta sigla tem outro significado e serve como referência de incontáveis políticos, né não!?

O trem passa em Lubeca. Lembram desse nome? O deputado goiano, Ronaldo Caiado, fez uma denúncia contra o PT certa vez, muitos anos atrás, e disse que apresentaria o “Dossiê Lubeca”, mas não apresentou nada.

Depois de Lubeca vem a divisa com a Dinamarca e o trem entra num “Ferry Boat”, um barco gigante que navega uma hora e alguns minutos, deixando-nos já na terra dos Wickings.         


Em Copenhague

À exceção dos preços de tudo, a primeira impressão sobre Copenhague é a melhor possível. Castelos e prédios clássicos, enormes, avenidas largas, movimento intenso, multirracial, que faz lembrar muito Amesterdam. Aqui a moeda não é o Euro e sim a Coroa Dinamarquesa. Um euro vale 7,4 coroas. Um real vale 2,8 coroas, porém não se compra nada com uma coroa.

Se bobear dança mesmo! Essa é a descida da escadaria para pegar o trem para Copenhague. Responda rápido, você iria para a esquerda ou para a direita?


Se arrependimento matasse…

Em quase todo lugar é possível acessar a internet em Berlim, onde há wireless disponível em todo canto, de graça!

Eram 10h20 aqui, e conectei na Rádio Itatiaia para ouvir o resto do programa do Pascoal e o Tiro de Meta.

Zezé Perrela se diz arrependido: “Se imaginasse que o Kléber falaria o que andou falando, teria vendido-o quando recebi recentes propostas por ele”.

Fazer o quê, né!? Agora é aguardar uma nova oportunidade e passá-lo nos cobres!

O perigo é o possível comprador se informar melhor sobre o comportamento instável do atacante e “correr cotia”, como se diz lá na nossa querida Conceição do Mato Dentro. Aliás, meu amigo, cruzeirense João Duarte Chiabi, anda sumido. Trata-se de um dos mais presentes colaboradores desse blog, desde o início.

Agora ouço a Alvorada FM, onde o Beto Guedes canta Feira Moderna…

Inté mais!


Atlético passou o Cruzeiro na venda do pay-per-view

Os números mostram: Kalil prova que estava certo. Ou: no fuitebol o que vale é bola na rede. É só montar time. 

Quando assumiu a presidência do Atlético, Alexandre Kalil saiu fazendo cortes de despesas e conferindo as contas: a quem o Galo devia e quem devia o Galo.

Constatou que dinheiro era jogado no ralo com gastos desnecessários e certos abusos. E descobriu que tinha muita gente boa devendo fortunas ao clube também. Nessa, pegou o Diego Tardelli, e o Flamengo ainda ficou com um resto de dívida ainda, por causa do goleiro Bruno.

Das despesas cortadas, duas geraram mais reclamações: o time de futsal e o departamento de marketing.

Dizia Kalil que repetiria a fórmula do seu saudoso pai, Elias: “O Atlético é como um trem, cuja locomotiva é o futebol. Se ele vai bem, todo o restante também vai, e à medida que as coisas vão melhorando, vamos acrescentando mais vagões!”

O marketing, deu R$ 2,7 milhões de prejuízo no ano do centenário do Galo.

Diante da chiadeira contra o fim do departamento, Kalil disse: “Departamento de marketing é futebol. Se tivermos um bom time, vai chover na nossa horta; caso contrário, posso ir embora para casa porque serei apenas mais um a passar pela presidência do Atlético”.

Pois é! Acabei de ler o site mais confiável que fala em economia e números do futebol brasileiro, o qual sugiro aos senhores: www.futebolfinance.com – a economia e finanças do futebol.

Vejam se o Kalil tinha ou não tinha razão:

 

Vendas de Pay-per-View dos clubes Brasileiros

24.09.09 · Estudos e Rankings · 719 Leitores · Comentários 4

 

De acordo com a última pesquisa realizada pelos institutos Ibope e Datafolha entre os assinantes dos canais pay-per-view brasileiros, já foram comercializados mais de 600.000 pacotes referentes ao Campeonato Brasileiro de futebol de 2009, significando um aumento de 300% em relação à temporada de 2006. Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo encabeçam a lista que serve como base para a distribuição das cotas fixas de televisão pagas entre Julho de 2009 e Junho de 2010 e até lá pelo menos R$ 117,5 milhões (44 milhões de Euros) serão distribuídos pelos clubes.

Na segunda posição o Corinthians é o clube que apresenta o maior crescimento em relação à época anterior. O clube de Ronaldo, aumentou em 22% as vendas de pay-per-view, aproximando-se dos números do Flamengo que desceram cerca de 9%. Os dois clubes que também são os que têm mais adeptos no Brasil, já garantiram pelo menos R$ 15,6 milhões (5,8 milhões de Euros) e R$ 14,7 milhões (5,5 milhões de Euros) respectivamente.

Comercialização de Pay-per-view – Clubes Brasileiros (%)

2009

   

2008

 
Flamengo

12,6%

  Flamengo

13,8%

Corinthians

11,8%

  Corinthians

9,7%

Palmeiras

8,9%

  São Paulo

9,2%

São Paulo

8,0%

  Palmeiras

8,2%

Internacional

8,0%

  Grêmio

8,1%

Grêmio

7,7%

  Internacional

6,8%

Atlético Mineiro

7,0%

  Cruzeiro

6,5%

Fluminense

5,8%

  Vasco da Gama

6,5%

Cruzeiro

5,7%

  Atlético Mineiro

5,9%

Botafogo

4,9%

  Fluminense

5,5%

         

Com no mínimo R$ 11,1 milhões (4,1 milhões de Euros) assegurados, o Palmeiras aumentou as suas vendas em 9%, ultrapassando o tricampeão brasileiro São Paulo, que teve uma queda de 13%, conseguindo arrecadar R$ 9,9 milhões (3,7 milhões de Euros).

Fonte: Globosat / Ibope / Datafolha
Colaboração: Glauber Morais


Nem parece!

Inacreditável Berlim! Apesar de ser uma das maiores cidades do mundo, parece uma cidade média do interior, dessas de qualidade de vida onde todo mundo gostaria e mora. Onde as pessoas são gentis e tranqüilas, sem stress, correria ou neuras

Muita gente de bicicleta indo trabalhar ou passeando. Aos sábado então…

Parece que é feriado hoje. Trânsito calmo, as incontáveis e belíssimas praças, bem cuidadas e cheias de artistas de todo tipo, com lojas, cafés, bares e livrarias que dão vontade de parar em todas.

Num dia de sol que começa a marcar a despedida da melhor temperatura do ano para os alemães, já que o rigoroso inverno está para começar. Hoje, a média está em 20 graus; bom demais da conta!


Dentro de um trem na Alemanha

Os amigos que vêm me prestigiando no blog e no twitter devem ter estranhado que demorei a escrever alguma coisa nas últimas 24 horas, não é!?

É que estou viajando para Copenhague, de onde a partir de domingo passo a cobrir o Congresso do Comitê Olímpico Internacional – COI -, que no dia dois de outubro, elegerá o Rio de Janeiro, Chicago, Tóquio ou Madri para receber as Olimpíadas de 2016.

É um evento importante, mais político e econômico, do que esportivo, devido a tantas situações envolvidas. Presidente, Primeira Dama, Rei e Primeiro Ministro dos países em disputa são esperados na capital dinamarquesa na próxima semana. Se não movimentasse tanta grana será que Lula, Michele Obama, Juan Carlos e o Yukio Hatoyama, recém eleito do Japão dariam as caras?

Pois é! A partir de segunda feira, quem lê O Tempo e Super Notícia, receberá as notícias dos bastidores desse jogo, que faz lembrar o filme “O Poderoso Chefão I”.

E o Rio está forte dessa vez!


Zidane e Parreira

Saí de Belo Horizonte às 20 horas de quinta feira, 24, num excelente voo da TAM, muito melhor do que eu imaginava, pois a conexão é imediata em SP e não há necessidade de novo check-in e aquelas sacanagens todas que a gente é obrigado a sofrer normalmente em voos internacionais. Tudo rápido, e às 22 já estava voando com destino a Frankfurt. Foi ótimo optar entrar na Europa pela Alemanha porque de cara já comecei a rever e lembrar da Copa de 2006.

Cheguei às 15 horas (10 aí no Brasil) na cidade onde a seleção do Carlos Alberto Parreira caiu na real e voltou para casa, depois daquele nocaute da França, com um dos últimos shows do grande Zinedine Zidane, que, dias depois, encerraria a carreira, dando um soco na cara do Materazzi, na derrota para a Itália, na final.

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Saudade e inveja

É comum à hipocrisia humana só falar mal da inveja. Mas, há invejas salutares. Tão logo desembarquei no aeroporto Flughafen, um dos maiores e mais movimentados do mundo, em poucos minutos peguei minha bagagem e já estava na estação de metrô do próprio aeroporto, e depois de duas paradas, em 11 minutos, estava na estação central de Frankfurt, onde peguei o trem das 16h13 (11h13) aí no Brasil, para Berlim.

Eta inveja, sô! Quando é que um dia teremos facilidades e conforto como esses?

Na saída do aeroporto, adivinhem qual é a segunda estação do metrô, depois de três minutos de trajeto? Acertou quem disse AM Stadion! É, o reformado, bonito e funcional estádio, que foi palco de grandes jogos da Copa de 2006, inclusive da estréia da Inglaterra, além da eliminação do Brasil!

(Aliás, reforma que ficou bem mais barata que quase todas as reformas que estão sendo anunciadas nos nossos estádios para a Copa de 2014!)

Três minutos depois eu estava na estação principal, bem no centro de Frankfurt, subindo as escadas rolantes, para embarcar, cinco minutos depois, para Berlim.

E imaginar que não teremos um metrô ligando o Mineirão a lugar nenhum, em 2014 !!!

É ou não é para sentir uma inveja danada?

E vida que segue.


Duas pilhas ou duas pingas?

Um dia antes de viajar, almocei com o atleticano Henrique Bandeira, da Copasa, e o cruzeirense José Luiz, da agência de publicidade Espontânea (que está mudando de nome para Popullus), e MPM. Bandeira perguntou: “o seu inglês é bom Chico?”.

Ah ah ah… É péssimo, respondi! Mas, dá para me virar e não passar fome, nem me perder!

Diferente do dele, escorreito, de causar inveja em qualquer professor de Harvard, ou Oxford, ou até Cambridge, a mãe das universidades, onde mora o Alisson Sol, mineiro de Ituiutaba, cruzeirense, belorizontino por opção e cidadão do mundo por profissão, executivo de uma gigante da tecnologia.

Depois de uma hora dentro do trem fui ao vagão-restaurante e resolvi matar a inveja de um alemão que estava numa cadeira perto de mim, tomando um daqueles copos de quase um litro da cerveja de trigo deles: Franziskaner.

A gentil senhora que me serviu entendeu “duas”, e depois da fila e da demora para ser servido e receber o troco, nem pensei em recusar. Peguei logo os dois copões e voltei para o meu lugar. Uma foi tomada em homenagem ao aniversariante de ontem, Mota Couto, torcedor do América, feliz em ter ascendido à segundona nacional, como todos nós, aliás.

Essas duas cervejas me fizeram lembrar o batizado do meu afilhado Diogo, no início dos anos 1980. Compadres Ticau e Sil resolveram marcar para um domingo de carnaval, às 10 horas. Naqueles tempos eu participava do bloco Supérfluo em Sete Lagoas. Quer dizer: iríamos todos, direto do carnaval para a Igreja. Em frente à paróquia havia um bar-mercearia. Eu seria também o fotógrafo do batizado e minha câmera estava sem pilhas. Entrei no bar, pedi duas pilhas. O rapaz entendeu “duas pingas”. Na hora que as duas pingas eram colocadas no balcão, chegava a Lalú, tia da criança, dizendo que o padre estava “p” da vida por causa do atraso. Diante da necessidade, da pressa, tomamos as duas pingas e pedimos as duas PILHAS!

Como podem ver, idioma e fonética são coisas complicadas, e nem sempre um inglês ou português “escorreito” resolve.