A primeira vez que o trabalho do Lisca despertou a atenção foi no Brasileiro de 2018, quando ele dirigia o Ceará e fez um jogo memorável contra o Grêmio, em Porto Alegre. Na época escrevi aqui no blog: “A intensidade de um jogo das 11 horas de um domingo no fim de setembro me fez parar diante da TV para ver de quem se tratava. Era jogo do Brasileiro, mas parecia do inglês ou espanhol. O time de camisa branca dava um sufoco danado no listrado de preto e azul. Uai, Grêmio? Sim, e em casa, tomando sufoco do Ceará. Jogaço, vitória gremista, de virada, 3 a 2. A partir daí passei a prestar mais atenção ao trabalho do Lisca “Doido”, que tirou o Ceará da penúltima colocação do campeonato, venceu o Flamengo no Maracanã, Corínthians e está quase conseguindo tirar o time do rebaixamento.
Era treinador do juvenil do Internacional, quando o Mano Menezes comandava o júnior. O técnico do Cruzeiro e Abel Braga, são os dois colegas de profissão mais admirados por ele…”
Posteriormente escrevi sobre outras vezes, inclusive em dois de fevereiro deste ano, quando foi anunciado pelo América: “… Lisca foi uma boa aquisição e pode fazer um grande trabalho em Minas. Sempre foi ousado, apesar de se inspirar em treinadores de estilo “conservador”, como o Abel e Mano….
… Naquele mesmo 2018 ele foi eleito o segundo melhor treinador do Brasileirão, na verdade em terceiro, já que Felipão e Renato Gaúcho empataram em primeiro) com 12,2% dos votos de 106 jogadores da Série A entrevistados pelo portal Uol. Scolari e Renato tiveram 19,8%. Mano Menezes e Odair Hellmann ficaram atrás do Lisca, com 7,5%. Em seguida, Cuca, Dorival Júnior e Tiago Nunes 4,7%, Abel Braga 3,7%, Alberto Valentim e Fábio Carille 2,8%, Tite e Thiago Larghi 1,8%, lembram dele?…”
Pois é! O tempo passou e Lisca só cresceu como treinador, cujo trabalho está sendo coroado nesta ótima campanha do Coelho, com chances gigantes de se classificar para a Série A 2021.
O América é o time mineiro que mais dá prazer ver jogar, elogiado pela imprensa de todo o Brasil. Cheio de opções ofensivas, jogadas trabalhadas, futebol solidário em sintonia quase perfeita entre os sistemas defensivo e ofensivo. Mostra disciplina técnica e tática, o que demonstra que o treinador tem o controle do grupo, apesar de ainda não ser um medalhão nacional ou mundial, como os colegas dele em Belo Horizonte.
Enquanto Felipão está iniciando o fim da trajetória como treinador e Sampaoli estabilizado, já no auge; Lisca é o ascendente que mais evolui, com sustentabilidade, diferente de tantos outros que passaram feito um cometa ou se revelaram “foguetes molhados”, mesmo tendo oportunidades em clubes da Série A e muito mais endinheirados que o América.
Além do mais, é desses que conversa, troca ideias com quem pode acrescentar alguma coisa ao trabalho dele e do clube, sem estrelismos, se arrogância.
Não tenho dúvidas em dizer que o comandante americano é o de melhor relação custo/benefício atualmente mp futebol brasileiro. Em Minas, nem se fala!