Em fevereiro de 2012, a convite do Sebrae-MG, fui o moderador de um dos seminários dos preparativos para a Copa de 2014, no Teatro Municipal de Nova Lima, que teve Luizinho e o técnico Carlos Alberto Parreira como principais convidados. Foto: Wellington Oliveira.
Tive o privilégio de iniciar minha carreira de repórter em Belo Horizonte (Rádio Capital), cobrindo o América, e seis meses depois, o Atlético, que tinha um time espetacular. Luizinho era, disparado, o melhor zagueiro do Brasil, um dos melhores do mundo. Até hoje, nunca vi nenhum jogador desarmar o adversário com a precisão e categoria dele. Aliado a uma classe impressionante, incomparável. Parecia que ele tinha um imã nos olhos e nos pés. Tomava a bola e saía jogando, cabeça erguida, passes certeiros, fantástico.
Além de jogador acima da média, uma grande figura humana. O principal defeito era a timidez, que muitos da imprensa confundiam com “marra” ou arrogância. Respondia as perguntas com poucas palavras, costumava deixar o repórter em apuros, pois não dava tempo para que a gente emendasse logo outra. Ser muito calado custou caro a ele, que tinha como eterno reserva na seleção brasileira, o Edinho, então no Fluminense (até recentemente comentarista), que era o oposto. Falava muito, nos microfones e fora deles. Usava a condição de “chegado” de jornalistas do Rio e São Paulo para tentar ganhar a posição na conversa. Na preparação para a Copa da Espanha 1982, o centroavante Serginho Chulapa chegou a chutar o balde em defesa do Luizinho e do bom ambiente daquela seleção do Telê Santana. Chamou o Edinho e o “alertou” que ele e a esposa estavam dando entrevistas demais sobre o time e que isso não era bom para o grupo. À moda Serginho Chulapa, que foi atendido em seu “pedido”.
Mas, a seleção perdeu e foi eliminada da Copa, naquele jogo para a Itália, no dia iluminado do Paolo Rossi. De forma sacana, grande parte da imprensa e até alguns jogadores da seleção escolheram alguns bodes expiatórios e Luizinho, que não era de muita conversa, pagou, injustamente, pelas falhas coletivas e individuais do time.
No Estádio Sarriá, Barcelona, 1982: Waldir Perez, Leandro, Oscar, Falcão, Luizinho e Júnior; Nocaute Jack, Sócrates, Cerezo, Serginho Chulapa, Zico e Éder, em foto da CBF.
Em 1978, o Villa Nova, com Luizinho como titular, por pouco tempo, já que nestemesmo ano fora contratado pelo Atlético. Da esquerda para a direita: Toninho, Ronaldo, Luizinho, Nini, Alan e Bosco; Guta, Pirulito, Ronaldo II, Faísca e Sabino. Foto do livro “Villa Nova! 100 anos de glória em vermelho e branco”, do grande jornalista, vilanovense, Wagner Augusto Álvares de Freitas.
No Galo de 1982: João Leite, Nelinho, Osmar Guarnelli, Luizinho, Cerezo e Valença; Catatau, Heleno, Reinaldo, Renato Dramático e Éder. Defendeu o Galo de 1978 a 1989.
De 1989 a 1992, no Sporting Lisboa, que também tinha o centro-avante Careca, ex-Cruzeiro: João Luiz, Miguel, Luizinho, Leal, Carlos Xavier e Ivkovic; Filipe, Litos, Balakov, Careca e Oceano. Foto do site Terceiro Tempo, do Milton Neves.
No Cruzeiro de 1992 a 1994: Paulo César Borges, Paulo Roberto Costa, Célio Lúcio, Luizinho, Ademir e Edson; Betinho, Renato Gaúcho, Paulão, Douglas e Roberto Gaúcho. Depois jogou mais dois anos no Villa, onde encerrou a carreira.