Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

José Luiz Gontijo, “granada sem pino”, que fazia a metralhadora do Lélio Gustavo parecer de brinquedo

A foto parece de propaganda de filme de gângsteres, mas somos nós num hotel de Santana do Livramento/RS: Gontijo, Roberto Abras, o gerente do restaurante, Uara Elias Jorge, o famoso “Turquinho”, da Rádio Itatiaia e o “locutor que vos fala”.

No título do post, eu disse “fazia”, porque me refiro aos tempos do Gontijo, do Lélio e meus na mídia formal, de rádio, TV e jornal, já que o Gontijo continua firme e forte em seu twitter @joseluizgontijo , dando tijoladas diárias, atualmente, mais sobre política do que sobre futebol. O Lélio, continua ótimo, também, na Rádio Super FM 91,7. Nessa onda de rever fatos, textos e vídeos, costuma bater saudade de pessoas importantes em nossas vidas. Gontijo foi um companheiro dos mais marcantes no Minas Esporte, da Band. Dia desses, encontrei essas fotos de uma das coberturas mais divertidas e produtivas das quais participei: a Copa América de 1995, no Uruguai, que teve os anfitriões como campeões. Há 25 anos as delegações estavam chegando ao país. A seleção brasileira jogou a primeira fase na bela e acolhedora Rivera (terra do ex-zagueiro Hugo de León), na fronteira com o Brasil, e ficou hospedada em Santana do Livramento, ótima cidade gaúcha, do outro lado da Praça Internacional, conhecida como “Fronteira da Paz”.

Eu era repórter da Rádio Alvorada FM e o Gontijo, da Itatiaia. Suas perguntas a jogadores, treinadores e dirigentes eram ácidas, longe das quicadas de bola e puxa-saquismo de boa parte dos colegas, daqueles tempos e principalmente de hoje. Valia o interesse do ouvinte e não do entrevistado ou patrocinador. Nesta foto ele entrevista o Del Solar, meio-campista, que era a grande promessa da seleção peruana naquela Copa América. Revelou-se um grande “foguete molhado”. Nos anos 2000 se tornou treinador, inclusive da seleção do país, num fracasso retumbante: último colocado nas eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2010, na África do Sul. Mas, uma figura super gentil e acessível, mesmo naqueles tempos, quando era uma das estrelas peruanas em terras uruguaias.


Aqui, nós entrevistamos o Roberto Palácios, outro candidato a astro do futebol do continente naquele 1995. Conseguiu mais sucesso que o Del Solar, inclusive com passagem pelo Cruzeiro, em 1997, porém, discreta.

Nesta foto, abaixo, José Luiz Gontijo, entre o Vinícius Araújo, atual vereador, ex-presidente da CDL de Matozinhos, e o Mário Henrique Caixa, então candidato a deputado, na campanha eleitoral de 2010, em caminhada pela cidade.

Também em 2010, eu reclamava aqui no blog, que o Gontijo faz falta à imprensa formal:

https://blog.chicomaia.com.br/2010/02/26/a-metralhadora-que-nao-tinha-rumo-jose-luiz-gontijo/

Quanto àquela Copa América, o Uruguai foi campeão sobre o Brasil, depois de 1 a 1 no tempo normal e vitória de 5 a 3 nos pênaltis.

A ficha técnica (mais…)


Cruzeiro poderá voltar a jogar na Arena do Jacaré

Presidente Sérgio Santos Rodrigues (esq.) e o deputado estadual Douglas Melo, na sede do Cruzeiro

Do jornal Sete Dias:

* “Em reunião nesta tarde de terça feira, na sede de Cruzeiro Esporte Clube, apresentei ao presidente do Clube, Sergio Rodrigues, uma proposta para que a equipe volte a jogar na Arena do Jacaré após a pandemia. É necessário prepararmos nossa região para o pós pandemia, e os jogos em Sete Lagoas serão essenciais para movimentar a economia local. Em breve vou reunir com a diretoria do Atlético para fazer o mesmo convite. Agradeço ao presidente Sérgio Rodrigues que me disse estar animado com a possibilidade do Cruzeiro retornar a nossa cidade”. (https://www.instagram.com/p/CBydP6KALGn/)

http://www.setedias.com.br/noticia/destaques/cruzeiro-podera-voltar-a-jogar-na-arena-do-jacare/53/22269


Carência por futebol de qualidade garante ótima audiência às reprises pela TV em tempos de pandemia

Brasil e Itália perfilados no gramado do Estádio Azteca, na Cidade do México, na final de 1970

A carência por futebol, principalmente de alta qualidade, tem feito com que as reprises de partidas históricas obtenham ótimos índices de audiência. E todos nós temos lembranças daquele jogo específico e do momento que vivíamos em nossa vida pessoal e ou profissional, e o que ocorria no mundo naqueles tempos. Os 50 anos da conquista da Copa do Mundo pelo Brasil sobre a Itália, ontem, mexeu com o imaginário geral.

Eu tinha oito anos de idade e me lembro do tanto de gente na casa do meu pai, em frente à recém-comprada TV Philips, modelo parecido com este dessa foto. Foi comprada na Casa Hércules, em Pedro Leopoldo. Fui lá com meu querido e hoje saudosíssimo pai, Vicente. Morávamos no Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuíria do do Centro-Oeste – IPEACO, hoje EMBRAPA, entre Prudente de Morais e Sete Lagoas, na Estação Experimental, conhecida como “Campo de Algodão”.

Muitos anos depois, mais precisamente em 1993, tive a honra de trabalhar e conviver diariamente com um dos grandes nomes daquela seleção de 1970, Tostão, que se tornara companheiro de bancada no Minas Esporte, na TV Bandeirantes. Trabalhamos juntos também, na mesma época, na Rádio Alvorada FM. De vez em quando, o até hoje diretor da Alvorada, Francisco Bessa, nos “intimava” para uns “chás com torradas”, num dos ótimos bares da Av. Raja Gabaglia, no alto da Afonso Pena ou na Savassi, perto da casa do Tostão. Ele contava histórias geniais, muitas delas publicadas no primeiro livro que escreveu, em 1997, “Lembranças, Opiniões, Reflexões Sobre Futebol”.

***

O jornalista Fernando Rocha escreveu na coluna dele, no Diário do Aço, de Ipatinga, lembranças interessantes daquele anos de 1970, e ele, também criança, assistindo esta seleção fantástica na Copa do México em 1970. Confira:

* “Meio século”

O Brasil comemorou no último domingo, o cinquentenário do tricampeonato mundial, conquistado em 1970 pela nossa seleção no México.

Quem por obra e graça de Deus teve o privilégio de existir naquela época, – no meu caso tinha 10 anos de idade -, viveu um momento muito especial, ao relembrar os momentos da conquista épica do time, que possuía uma constelação de craques, a começar pelo “Rei” Pelé, seguido por Tostão, Jairzinho, Gerson, Rivelino, o capitão Carlos Alberto, alguns reservas de luxo como Paulo Cesar Caju,  além de alguns medianos e outros menos votados.

Como escreveu em sua coluna de domingo na “Folha” o ex-craque Tostão, a seleção de 70 “foi um grande time, mas não era perfeito. A perfeição só existe em nossa imaginação”.

Concordo com o Tostão, sobretudo pelas deficiências na parte defensiva, mas aquele time conseguiu alcançar um equilíbrio tático de tal forma, que permitiu aflorar as qualidades individuais de seus inúmeros craques, fundamental para chegarmos ao título .

Por isso, nada mais justo do que lembrar e enaltecer este feito conquistado há 50 anos, no México, sobretudo para melhorar a nossa auto-estima, pelo momento terrível que atravessamos com mais de 50 mil mortes registradas por Covid-19.

Mais um passo

Mais um passo importante foi dado pela CBF no sentido de retornar o futebol no país, apesar da disseminação do vírus da Covid-19 ser cada vez maior no país.

A entidade conseguiu sinal verde do Ministério da Saúde para o seu “guia médico” ou protocolo de medidas, a serem adotadas por federações e clubes,  visando inicialmente o retorno dos jogos nos estaduais,  para depois ser aplicado nas competições nacionais.

Mas, como não tem poder de tomar decisões que impactam diretamente na estratégia de combate ao vírus nos estados e municípios, o governo federal deu aval ao protocolo,  condicionando a marcação de datas e prazos à liberação por parte de prefeitos e governadores.

O protocolo é uma cópia, com algumas adaptações à nossa realidade, do que já está sendo feito nos países da Europa onde o esporte já voltou a ser praticado, mas não diz nada sobre quem vai bancar os custos dos clubes pequenos, que não dispõem de recursos financeiros para a sua implementação.

Admildo Chirol, Zagallo e Antônio do Passo, no banco da seleção. Foto: https://trivela.com.br/os-50-anos-da-copa-de-70-o-carinho-mutuo-entre-zagallo-e-didi-amigos-que-se-enfrentariam-no-brasil-x-peru/

·        Rever a Seleção de 70 e os lances mágicos de Pelé, Tostão, Jaizinho, Gerson, Rivelino e cia, nos levou de volta  no tempo até a minha cidade natal, Tarumirim, que como todo o país de norte a sul, enfeitou ruas, praças, nas cores verde e amarelo da bandeira nacional para torcer pela nossa Seleção. Após os jogos haviam grandes carreatas e muitos foguetes para comemorar as vitórias.

·        Meu velho pai comprara uma TV preto e branco, marca “Colorado RQ”, especialmente para assistir a Copa de 70, que foi a primeira a ser transmitida “ao vivo” para todo o Brasil. Foi também a primeira Copa do Mundo com transmissão colorida, mas os aparelhos eram muito caros e por isso raros. Na minha cidade apenas uma residência era dotada de uma TV à côres,  cujo proprietário no dia da grande final contra a Itália, cedeu aos apelos e colocou o aparelho na varanda, permitindo que centenas de pessoas assistissem a conquista épica da nossa Seleção, ao vivo e à cores, uma grande novidade, mesmo com muitos chuviscos.

·        Como não existia banco ou lotérica na cidade, telefone, internet eram coisas impensáveis, todo início de mês meu pai pegava um ônibus pela manhã e se deslocava cerca de 90Km até Caratinga,  para pagar o carnê de prestação na loja onde havia comprado a TV. Almoçava na casa da minha irmã, que lá reside até hoje, e retornava a Tarumirim  no mesmo ônibus que o havia levado, chegando no início da noite em casa, cansado mas feliz, pois se tinha algo que fazia questão era pagar suas contas em dia.

·        Vamos ficar por aqui, com as boas lembranças da conquista do tricampeonato mundial no México, em 1970, época  sombria no panorama político do nosso país, anos de chumbo, ditadura militar, repressão, censura, enfim, experiências vividas e sofridas na pele, por milhares de brasileiros,  que não desejamos que volte nunca mais. “A democracia não pretende fazer santos, mas criar justiça”. Paulo Freire.


10 a 1 em jogo oficial no país da Copa 2018: vergonha para o futebol, que a FIFA e demais entidades fingem não ver

A Covid-19 está mostrando a falta que fazem lideranças competentes e de pulso forte em todas as atividades humanas. No futebol, por exemplo, estamos vivendo no mundo a mesma desorientação social e política do Brasil, onde o governo federal bate cabeça com governos dos estados e prefeituras. Devido à falta de um programa e determinações únicas, cada um faz à sua maneira e o número de mortos se acumula, com recordes diários.

No futebol, o Flamengo forçou a barra, fez a Federação do Rio recomeçar o campeonato, na marra, e negociou com o governo federal, isoladamente, mudança importante na legislação dos direitos de transmissão pela TV. Aqui, a Federação quer recomeçar o campeonato, mas a maioria dos clubes do interior não tem mais time e nem dinheiro para remontá-los. Todos estamos cansados de saber que a maioria absoluta tem o dinheiro contado, a “conta do chá”, para três meses de temporada. Período que já se expirou em 2020, e fim de papo.

Mas essa loucura não está acontecendo só aqui e quem deveria ter agido com antecedência para evitar tanta confusão é a FIFA, entidade que tem o poder absoluto do futebol no planeta. Com executivos competentes e muito bem pagos para isso. Mas, parece que continuam seguindo a fórmula Blatter e Havelange, de manter a entidade como máquina de ganhar dinheiro, sem se aprofundar nos problemas do futebol como um todo. Pensam que só existem os grandes clubes, das Séries A e B de cada país. Mesma linha de pensamento da CONMEBOL, CBF e demais federações Sul-americanas e as federações estaduais do Brasil. E corremos o risco de ver aqui, nas próximas semanas e meses, o que ocorreu agora há pouco no campeonato russo da primeira divisão. O Thiago Reis, da Itatiaia, retwittou o jornalista brasileiro Fábio Aleixo, que mora na Rússia, e ele conta resumidamente a história:

Fábio Aleixo: @fabiopaleixo “Fim do jogo da VERGONHA. Sochi 10 x 1 Rostov. Com seis casos de covid e time principal todo em quarentena, Rostov mandou a campo time com média de 17,2 anos. Garotos que não treinavam há 3 meses. Jogo só ocorreu porque Sochi não aceitou adiar.

@thiagoreisbh* “Tem algo próximo disso a acontecer em MG. Fazer o futebol voltar na marra. As equipes da capital estão prontas e as do interior destruídas! Mas só se pensa no poder econômico… #Snsb

Fábio Aleixo: @fabiopaleixo “E o goleiro de 18 anos, que pegou um pênalti, fez lindas defesas levou DEZ gols foi eleito o melhor em campo.”

“Para quem não acompanha a Liga Russa. O Rostov é quarto e briga por vaga na Champions. O Sochi luta para não cair. Apesar de ser nono, está a quatro pontos do penúltimo apenas.”

“Jogadores do Rostov voltam à casa e torcida canta: “Adiante time, estamos com vocês”

Fábio Aleixo: @fabiopaleixo “Aqui o Rostov explicando toda a situação (em inglês). Vale a pena ler. fc-rostov.ru/press/news/135

***

Pois é! Se a FIFA tivesse editado normas básicas, para serem seguidas pelas federações em todo o mundo, clube nenhum atropelaria outro, nem fora, nem dentro de campo.


No dia em que o Brasil chega a 47.869 mortos pela Covid-19, Maracanã se abre para Flamengo x Bangu, no reinício do Campeonato Carioca

Foi 3 a 0 para o Flamengo, com gols de Arrascaeta, Bruno Henrique e Pedro Rocha. A foto é do Globoesporte.com

De ontem para hoje foram registrados 1.204 mortos pelo novo coronavirus no país. O Rio é o segundo estado com mais mortes: 7.672, atrás de São Paulo, com 10.694. Mas tanta gente nem aí para milhares de famílias que estão chorando seus mortos. Sem falar no esforço e sacrifício de milhões em todo  o território nacional, passando por todo tipo de sufoco, em função do isolamento social, que pode estar sendo em vão. Os países que fizeram corretamente o dever de casa já saíram ou estão saindo do isolamento e retomando seus negócios e suas vidas. Aqui, vamos continuar penando por tempo indeterminado.

A jeito brasileiro de ser não contribui para o bem do interesse coletivo. Na base de levar alguma vantagem; “cada um pra si e Deus pra todos”, e foda-se!

Um amigo jornalista me ligou agora há pouco, por volta das 20h30, pra falar do Galo, do Cruzeiro, reclamar dos problemas e consequências da pandemia e perguntando se eu tenho ideia de quando isso vai diminuir ou acabar. Se amanhã a PBH vai anunciar a reabertura ou fechamento de alguma atividade não essencial.

Deu pra ouvir que ele estava com outras pessoas, possivelmente num bar. Respondi, na bucha:

__ Com tanta gente igual a você, neste momento, tomando umas, junto com várias pessoas, e ainda por cima num bar funcionando clandestinamente, sem chance de prever alguma coisa. Vamos continuar nos ferrando, por tempo indeterminado, porque é gente demais que não cumpre com o seu dever de casa.

Não satisfeito, encurtou a conversa, mas antes contou que realmente estava no bar vizinho à casa dele, cujo dono abre “só pros chegados”, mas que é jogo rápido e etecetera, etecetera e tal. E vida que segue!

No frigir dos ovos, Tim Maia é que está certo: “Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita”.


E lá se foi o “Marinho do Betânia”, grande ponta direita do Galo, Botafogo e Bangu

O timaço do Atlético em 1976, com Márcio Gugu, Ortiz, Getúlio, Dionísio, Cerezo e Vantuir; Marinho, Danival, Paulo Isidoro, Reinaldo e Marcelo, em foto do também saudoso Guinaldo Nicolaevsky, na época para a revista Placar.

“Marinho do Betânia, o filho da Dona Efigênia”! Era assim que o saudoso Vilibaldo Alves o chamava e gritava no microfone da Rádio Itatiaia, seus gols e jogadas pelo Atlético nos anos 1970. Do Bairro Betânia, em Belo Horizonte.

***

O Raws Miranda comentou hoje, aqui no blog, no post sobre a morte do comentarista Tancredo Naves: “É a nossa geração se despedindo…”

Pois é! Agora o Marinho, que jogava muito, chegou ao ápice da carreira, mas não conseguiu administrar tanta fama e falsos amigos. O Ivan Drumond escreveu um belo relato sobre ele, no Superesportes:

* “Morre ex-atacante Marinho, ídolo de Atlético, Bangu e Botafogo”

Ex-ponta-direita teve passagens por Atlético, Bangu e Botafogo

O ex-ponta-direita Marinho experimentou a fama como ídolo de três clubes: Atlético, onde iniciou a carreira; Bangu; e Botafogo. Jogou também pela Seleção Brasileira, a ponto de disputar a Olimpíada de Montreal’1976.

No auge da trajetória profissional, Marinho morou em uma casa com piscina, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro e tinha uma Mercedes. Mas uma tragédia, a morte de um filho, Marlo, com apenas um ano e sete meses, na piscina dessa casa, fez o craque ir ao fundo do poço.

Na volta para Belo Horizonte, resgatado pelos filhos do primeiro casamento, João e Priscilla, foi viver no Bairro Glória. E, com ajuda deles, tentava dar a volta por cima. Mas ficou doente. Teve problemas de cirrose e um câncer, no pâncreas.

Marinho passou os últimos três meses internado no CTI do Hospital Alberto Cavalcante, onde tinha sido operado.

O ex-atacante chegou a fazer uma cirurgia para a retirada de um nódulo no pâncreas. Mas Marinho não se recuperou, uma vez que seu quadro se agravara em função de uma cirrose.

Marinho teve duas infecções em decorrência da cirurgia. Chegou a ter uma arritmia. Houve uma melhora, no entanto, o problema voltou. Marinho estava sendo acompanhado pelos filhos Priscilla, João e Steve, que passaram praticamente todos os dias no hospital.

Desde cedo atrás de uma bola

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press

Marinho era, desde pequeno, apaixonado por futebol. Ainda menino, corria atrás de uma bola em campos de terra, em especial no bairro onde morava, o Betânia, em BH. Tinha o apoio da mãe, dona Efigênia, que trabalhava como enfermeira no Hospital Militar. Lá, ela trabalhava como lavadora de defuntos. (mais…)


Um ano atrás: Copa feminina na França e Copa América no Brasil. Como tanta coisa mudou neste curto período

Neymar era destaque na imprensa da França, acusado de estupro e cortado da seleção brasileira.

Exatamente há um ano estávamos em plena disputa da Copa do Mundo feminina, na França e da Copa América, no Brasil. A seleção feminina venceu a Jamaica por 3 a 0, na estreia, dia 9 de junho, em Grenoble, e perdeu para a Austrália, 3 a 2, dia 13, em Montpellier. Depois venceria a Itália, 1 a 0, e seria eliminada nas oitavas, pela França, 2 a 1. A França seria eliminada pelos Estados Unidos nas quartas de final, e a seleção dos Estados Unidos campeã, derrotando a Holanda por 2 a 0, em Lyon.

Na Copa América, um ano atrás, 14 de junho, a seleção do Tite estreava vencendo a Bolívia por 3 a 0, no Morumbi. Nas quartas de final passou pelo Paraguai nos pênaltis, em Porto Alegre; eliminou a Argentina na semifinal, 2 a 0, no Mineirão e seria campeã em cima do Peru, 3 a 1, no Maracanã.

Eu estava na França, em Lyon, no dia 14 de junho, fazendo esta foto com o famoso chef de cozinha, Paul Bocuse, filho ilustre da cidade, que morreu em 2018 aos 91 anos. Essa estátua dele fica na antiga estação de trem, hoje um excelente centro de apoio aos visitantes dessa cidade muito legal.

Tanta coisa aconteceu e tantas mudanças em apenas um ano.

Na revista de bordo da Gol, a atacante Formiga era capa e assunto para seis páginas internas.

Na França, Neymar era noticia nas TVs, por causa daquela acusação de estupro e do estranho corte da seleção brasileira, por contusão. Fora do futebol, o assunto da moda lá e aqui eram os patinetes, na França, “trottinettes”.

Uma praga, estacionados em todos os cantos de Paris e demais grandes cidades do mundo, Belo Horizonte inclusive.

Falava-se dos riscos, dos problemas, possíveis soluções e da necessidade “urgente” de regulamentação e etecetera e tal.

A onda sumiu na mesma velocidade que apareceu.

Quem imaginaria que estaríamos vivendo essa pandemia mundial, hoje? O futebol parado na maior parte do mundo. Incertezas em tudo, para todos, em todas as atividades, em todos os lugares do planeta.

Vadão (nessa foto da CBF), o técnico da seleção feminina, que um ano atrás comandava o time na França, morreu dia 25 de maio, de câncer no fígado, aos 63 anos de idade. A CBF pensou em trazer a Copa feminina de 2023 para cá, mas retirou a candidatura dias atrás. O mundo estaria falando agora em Jogos Olímpicos de Toquio, que começariam dia 8 de agosto. Hoje, ninguém tem certeza se acontecerão em 2021. Não sabemos também quando começará o campeonato brasileiro, ou se haverá. E o mineiro? Vai acabar dentro de campo, o América será declarado campeão ou simplesmente passa-se uma borracha em tudo e não teremos campeão declarado em 2020?

E vida que segue!

Em frente ao Stade des Alpes, em Grenoble, onde a seleção estreou vencendo a Jamaica por 3 a 0.

Lyon, belíssima e acolhedora.


E lá se foi o Tancredo Naves, o “Premiê dos comentaristas”!

Tancredo Naves (esquerda) e Assad Almeida, para a nossa honra com o jornal SETE DIAS na mesa, em foto publicada aqui no blog, no dia primeiro de junho de 2015.

Foi a primeira notícia que li ao abrir o site da Itatiaia nesta manhã de sábado. E que triste notícia! Cresci ouvindo o Tancredo Naves e o Sérgio Ferrara, respondendo perguntas dos ouvintes da Rádio Inconfidência, todos os domingos, no programa “Caixa-Postal”, no quadro “Você pergunta, Sérgio Ferrara responde”. Era a dupla de comentaristas de esportes da rádio, cujo slogan era “O Gigante do Ar”. O apelido de “Premiê dos Comentaristas” era uma referência ao xará famoso da política, Tancredo Neves, que chegou a ser Primeiro-Ministro, na curta experiência que o Brasil teve com o parlamentarismo, um imbondo arrumado na época para que os militares aceitassem a posse do vice-presidente da república, João Goulart, no lugar de Jânio Quadros, que renunciara.

Naqueles anos 1960/70, só existia emissoras AM e Ondas Curtas, que atingiam o interior de Minas e do Brasil. A TV era coisa rara, internet nem nos sonhos do mais otimista dos mortais existiria. A Inconfidência reinava no interior, audiência monstro, seus apresentadores, repórteres, comentaristas, locutores, cantores, eram tão ídolos quanto jogadores de futebol e artistas em geral. Sérgio Ferrara se tornou deputado federal e até prefeito de Belo Horizonte, embalado pelo prestígio adquirido no microfone da Inconfidência. Tancredo optou por disputar votos só nos anos 1980, eleito deputado estadual em 1986, para um único mandato. Foi nomeado Secretário de Estado de Esportes, pelo governador Newton Cardoso, e muito bom Secretário, diga-se. Sempre gentil e solidário, comentarista de estilo ponderado. Uma grande figura. Morreu nesta madrugada, aos 83 anos, vítima de um Acidente Vasculhar Cerebral – AVC.

Em 2015 ele voltou para a Rádio Inconfidência, como diretor-presidente, a convite do então eleito governador Fernando Pimentel. Levou para diretor artístico o experiente e competente Assad Almeida, que fora diretor da Rádio Guarani nos tempos áureos da emissora e também da própria Inconfidência nos anos 1980. A idéia era recuperar a força da rádio oficial do governo. Tirou o Willy Gonser da aposentadoria em Alcobaça/BA, contratou outros grandes nomes, mas o projeto não vingou. Eram outros tempos e um governo difícil. Tive a honra de ser convidado por eles a voltar também, mas meus projetos profissionais eram outros, não animei, mas fiquei muitíssimo grato a ele e ao Assad, com quem tinha trabalhado na própria Inconfidência.

Escrevi aqui no blog sobre o retorno do Willy Gonser, no dia 1º de junho de 2015:

Na sala da presidência da Inconfidência, Roberto Gosende, diretor de marketing do Epa Supermercados, os publicitários Sérgio Nigri e Geraldo Eugênio que integram a equipe comandada por Tancredo Naves, ao lado de Assad Almeida.

https://blog.chicomaia.com.br/?s=Tancredo+Naves+e+assad+de+almeida

À família do Tancredo Naves, o nosso abraço, nosso lamento e a eterna saudade do “Premiê dos Comentaristas”.

O portal da Rádio Itatiaia informou:

* “Jornalista Tancredo Naves morre aos 83 anos em Belo Horizonte”

O comunicador chegou a trabalhar no departamento de esportes da Rádio Itatiaia e também como diretor de jornalismo da emissora

O jornalista, advogado e político mineiro Tancredo Antônio Naves morreu aos de 83 anos, neste sábado (13), devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele estava internado no Hospital Madre Tereza, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ainda não há informações sobre o sepultamento do comunicador.

Tancredo Naves chegou a dirigir o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e presidiu a Administração de Estádios de Minas Gerais (Ademg). O jornalista chegou a ser deputado estadual entre os anos de 1987 e 1991. Em 2015, ele ainda assumiu a presidência da rádio Inconfidência.

Além disso, Naves atuou no departamento de esportes da Rádio Itatiaia e também como diretor de jornalismo da emissora.

https://www.itatiaia.com.br/noticia/jornalista-tancredo-naves-morre-aos-83-anos-e


Neste fim de semana teríamos Cruzeiro x América pela Série B. O que esperar deles e do Galo no Brasileiro2020?

Jorge Sampaoli em foto do Bruno Cantini/Atlético

A Alemanha recomeçou seu campeonato há três semanas e agora foi a vez da Espanha. Eles viveram o auge da pandemia dois meses antes de nós e por isso ficaremos mais um tempo aguardando. Sem falar que aqui, virou “samba do crioulo doido”. Óbvio que os times que já começaram seus treinos deverão se destacar nas primeiras rodadas dos seus respectivos campeonatos. E os que tiverem melhores elencos, brigarão na cabeça nas rodadas finais. Aí entra o fator financeiro. Com a autorização pela FIFA/CBF para cinco substituições, quem tiver melhor elenco levará grande vantagem. O Flamengo de Jorge Jesus é, novamente, o principal favorito. Vários comentaristas da imprensa nacional apontam, além do rubro-negro, o Grêmio, Palmeiras e Atlético como os principais candidatos ao topo. Novidade nesta lista em relação a 2019 é o Galo, por causa obviamente do técnico Jorge Sampaoli, que é um “tarado” pelo trabalho intenso e zela pelo próprio nome, ou seja: não viria para Minas apenas para figurar no campeonato. Nem fazer um trabalho de médio ou longo prazo, aproveitando as categorias de base, onde não desponta ninguém. Tanto que a diretoria investiu num diretor como o Alexandre Mattos, e tem buscado atender aos pedidos do treinador , que deu nomes para várias posições, com opções para todo tipo de investimento. Sampaoli ficou engasgado com a falta de bala na agulha do Santos, ano passado. Na hora agá, quando precisava de um banco mais qualificado, não havia dinheiro e o Flamengo deitou o rolou, sozinho na raia, chegando ao título com 16 pontos na frente. Mesmo apertado de grana o Atlético está dando a Sampaoli os reforços que ele pediu. Sendo assim, dá pra acreditar que o time não será apenas mais um figurante no Brasileirão.

Com o aperto geral que todos os concorrentes estão passando, o América, que já tinha um time montado, e mantém suas contas bem administradas, poderá fazer diferença na Série B. Lisca é bom treinador, conhece a fundo todos os adversários e tem uma retaguarda forte para realizar seu trabalho. Acredito muito no Coelho na busca de uma das quatro vagas do acesso.

O mesmo penso sobre o Cruzeiro, que certamente é o clube que passa os maiores apuros financeiros no momento, mas em compensação, é o de camisa mais forte entre todos os concorrentes da Série B, e isso pesa muito. Tem ótima comissão técnica e uma nova diretoria, empolgada, fechando parcerias que vão proporcionar pagar em dia e ainda montar um time competitivo. Enderson Moreira e Ricardo Drubsky são muito bons de serviço. Conhecem o caminho das pedras, também da Série B.

O Alexandre Simões lembrou no Hoje em Dia, de hoje, que teríamos clássico mineiro pela Série B neste fim de semana, adiado pela Covid-19. Aproveitou para contar grandes disputas entre ambos na história do futebol mineiro:

* “Encontro desmarcado: Clássico entre Cruzeiro e América, pela Série B, seria nesta sexta ou sábado”

Era para o futebol mineiro estar vivendo neste Dia dos Namorados a expectativa pelo primeiro clássico entre dois clubes de Belo Horizonte na Série B do Campeonato Brasileiro. Isso porque a tabela original da competição, divulgada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 28 de fevereiro, marcava o confronto entre Cruzeiro e América, pela sexta rodada, para 12 ou 13 de junho.

Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

A pandemia pelo novo coronavírus não permitiu nem mesmo o início do torneio, que seria em 1º de maio, pois desde a metade de março o futebol está parado no Brasil. Faltam ainda seis datas para que sejam encerrados os estaduais. Só então deve-se pensar no começo das quatro divisões do Brasileirão.

Este clássico entre Cruzeiro e América pela sexta rodada da Série B terá mando cruzeirense. E será disputado com portões fechados de qualquer maneira. Seja por determinação das autoridades, por causa da pandemia, ou pelo cumprimento de pena imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Por causa dos incidentes provocados por sua torcida na Série A  do ano passado, a Raposa tem de cumprir cinco jogos de punição imposta pelo órgão. E terá de jogar sem a presença de público.

História (mais…)


O dia em que acabou o sonho do goleiro e começou a vida do repórter

Em tempos de quarentena, vasculho gavetas, encontro e revejo antigas e queridas fotos. Ou não encontro algumas que imaginava estarem em minhas gavetas, mas as recebo via internet, essa santa tecnologia, que recupera nossa memória.

Esta semana o vice-presidente do Atlético, Dr. Lásaro Cunha tirou sarro em “ex-craques” que apareceram ao lado dele em fotos postadas por mim, sobre os três anos sem Eduardo Maluf, dizendo que, de todos, o único “federado” seria ele, os demais, “peladeiros”.

@lasaroccunha: “Únicos federados entre todos dessa foto: Malufão e Lásaro Cândido. Os demais são peladeiros e “ex-jogadores” em sonhos … RS”

O ex-presidente da FMF, Castellar Neto, retrucou:

@castellarneto: “Dr. Lásaro deve ter sido federado em outro estado. Na Mineira, nunca achei registros!”

Thiago Reis (Itatiaia), que foi um grande atacante e chegou a jogar mesmo na base do Galo, reagiu. Victor Martins, do Yahoo Esportes, outro atacante de “peso”, engoliu seco, e eu prometi a mim mesmo que encontraria documentos para mostrar ao Dr. Lásaro.

Aí me enviaram o link da página Retalhos do Passado, do facebook, que mostra pessoas e cenas antigas de Sete Lagoas, com a foto do alto deste post, que se encontra na sede do Ideal Sport Clube, tradicional clube amador da minha cidade, um grande “papa-títulos” regional. Estou lá, goleiro, campeão infanto-juvenil em 1975, com um time inesquecível. Companheiro de Ideal, também nesta foto, o ponta direita Catatau, também sete-lagoano, o único que fez sucesso no profissionalismo. Do Ideal ele foi para o Guarani de Divinópolis e de lá para o Atlético. Ficou conhecido como o “Secretário do Nelinho”, pois além de atacar, voltava para cobrir as avançadas do maior lateral direito que vi jogar. Coisa do Procópio Cardozo, o treinador que conseguia extrair tudo do potencial de um jogador em prol dos times que dirigia.

Depois o Catatau foi para o Guarani de Campinas e por lá se casou, se tornou um empresário do ramo de tintas e caixas de papelão, bem sucedido e vive lá com a família. Só aparece nos fins de ano em Sete Lagoas para rever os parentes e amigos.

Depois do Ideal, goleiro “chama-gol”, 1,76m de altura, fui levado ao Galo para um teste, pelo então vereador Paulinho Maciel, que era amigo de pescarias do Toninho Cerezo, o grande nome do Atlético na época. O diretor era o Wolnei Andrade; o técnico, Dawson Laviola. Ao fim do treino, no campo B da Vila Olímpica, me chamaram, junto com os meus “padrinhos” e o Wolnei, disse, gentil e polidamente, que eu tinha “potencial”, mas que deveria voltar no “ano que vem”, pois era “muito novo” e etecetera e tal. Na verdade, só fui aceito para o teste, porque ninguém recusaria um pedido desses do Cerezo. Naquele tempo, já nem aceitavam goleiros com menos de 1,80m, para teste. Captei a mensagem, foquei na oportunidade que tive na Rádio Cultura de Sete Lagoas e quatro anos depois estava de volta à Vila Olímpica, aí, como repórter, da Rádio Capital, que acabava de se instalar em Belo Horizonte. Comecei cobrindo o América e três meses depois o chefe de esportes da rádio, Flávio Anselmo, me escalara para cobrir o Galo. Foi como jogar o sapo n’água.

Dois anos depois o Atlético buscava o Catatau, no Guarani de Divinópolis e passamos a conviver nos treinos, jogos e viagens, como nessa foto, junto com o Éder, no aeroporto de Barcelona, em 1982, a caminho da França, onde o Galo seria campeão do Torneio de Paris.

Procópio era o técnico e o time era este, porém, com o Palhinha (ex-Cruzeiro e Corinthians) no lugar do Renato Dramático:

João Leite, Nelinho, Osmar Guarneli, Luizinho, Cerezo e Jorge Valença; Catatau, Heleno, Reinaldo, Renato e Éder.

Que prazer e honra cobrir este time e conviver com estas grandes figuras humanas.