Blog do Chico Maia

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E lá se foi o Ronaldo Drumond, campeão pelo Galo, Cruzeiro e Palmeiras

Força à família e amigos do Ronaldo, uma grande figura humana, excelente jogador, que brilhou no Atlético, Cruzeiro e Palmeiras. Entre 1995 e 1997 foi diretor de futebol do Galo, quando o presidente era Paulo Curi.

Ronaldo tinha 73 anos e estava internado há 20 dias no Hospital Vera Cruz, enfrentando uma hemorragia no estômago. O sepultamento será no Cemitério do Bonfim, em horário não informado, sem velório, por causa da Covid-19.

O Alexandre Simões, conta no Hoje em Dia, detalhes importantes da vida e da carreira dele, que era primo do Tostão:

* “Morre Ronaldo Drummond, campeão brasileiro pelo Atlético e da Libertadores pelo Cruzeiro”

O futebol mineiro perdeu nesta terça-feira (9) um dos grandes nomes da sua história. Morreu, às 4h, Ronaldo Gonçalves Drummond, ex-atacante que brilhou com as camisas de Atlético e Cruzeiro e que viveu ainda grandes momentos com a camisa do Palmeiras.

O currículo fala por ele. Revelado no Galo, após passagem pelo juvenil cruzeirense, de onde saiu numa troca entre os rivais, ele estreou no time principal ainda com 17 anos. O Gonçalves que carrega no nome é o mesmo de Tostão, seu primo de primeiro grau, e ele mostrou em campo que a família tem dois craques. (mais…)


A juíza do caso Bruno/Elisa Samúdio. Tom Jobim é que está certo: “o Brasil não é para principiantes”

Foto: jornal O Tempo

Durante toda a minha vida ouço falar da necessidade de reformas estruturais “urgentes” das instituições do Brasil: política, administrativa, previdenciária, tributária e etecetera e tal. Porém, com a experiência de cidadão e graduado em Direito, não tenho a menor dúvida de que sem uma reforma do sistema judiciário e seus meios de controle, nada se resolve. Exemplos não faltam. Vejam esta situação da primeira juíza do caso Bruno/Elisa Samúdio. Afastada do cargo, continuou, continua e deverá continuar recebendo o salário/punição de R$ 30 mil.

Notícia do G1:

* “Justiça de MG acata denúncia contra juíza suspeita de ter negociado sentenças para beneficiar goleiro Bruno Fernandes”

“Como se refere a agente público, o processos prescrevem junto com o prazo para aplicação da penalidade administrativa, que, no caso, é de cinco anos contados da ciência pela corregedoria. Então, em tese, a prescrição teria ocorrido em 2016 e 2017”

Maria José Starling foi a primeira juíza do caso.

A juíza Maria José Starling foi afastada do caso em junho de 2011, suspeita de pedir R$ 1,5 milhão para soltar o goleiro acusado de matar a modelo Elisa Samúdio. Na época, ele estava preso na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. A denúncia foi feita por Ingrid Calheiros, que era noiva de Bruno.

Em 2018, sete anos após a denúncia, a juíza foi condenada em processo administrativo a aposentadoria compulsória, em que o servidor público não perde o direito ao salário, mesmo tendo cometido falta grave. Hoje, ela recebe R$ 30 mil por mês.

Foi também em 2018 que o Ministério Público entrou com uma Ação Civil Pública, por improbidade administrativa, contra a juíza Maria José Starling. Porém, só na semana passada, o Tribunal de Justiça de MG aceitou a denúncia.

A juíza poderá responder a processo judicial e, se for condenada, pode até perder a aposentadoria. Mas, de acordo com Daniel Medrado de Castro, especialista em direito público, a demora foi tanta que o processo pode estar prescrito.

Enquanto o processo da juíza corre ainda sem prazo pra terminar, Bruno já foi condenado, cumpriu parte da pena e já teve o benefício do regime domiciliar.

A defesa da juíza afirmou que vai contestar a ação por prescrição e que se trata de uma montagem contra Maria José Starling.

O Ministério Público Estadual afirmou que aguarda que a justiça julgue procedentes os pedidos feitos na ação.

O Tribunal de Justiça, por sua vez, informou que a juíza foi aposentada compulsoriamente, em agosto de 2018, conforme prevê a lei, e que não se pronuncia sobre casos específicos.

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/06/08/justica-de-mg-acata-denuncia-contra-juiza-suspeita-de-ter-negociado-sentencas-para-beneficiar-goleiro-bruno-fernandes.ghtml


Três anos sem Eduardo Maluf

Perto da conclusão das obras do Independência, que estava sendo preparado para servir às seleções que jogariam em Belo Horizonte pela Copa de 2014, a diretoria e comissão técnica do Atlético visitaram o estádio, no início de março de 2012. Da esquerda para a direita, Eduardo Maluf, Thiago Reis (Seu Nome Seu Bairro), da Itatiaia, Cuca, Lásaro Cândido da Cunha, Rodolfo Gropen e o “locutor que vos fala”.

Grande figura humana e grande executivo do futebol. No dia 8 de junho de 2017 ele nos deixava, depois de intensa luta contra um câncer de estômago, aos 61 anos de idade.

Tive o prazer de conhecê-lo ainda nos meus tempos de repórter da Rádio Cultura de Sete Lagoas. Num dia de gloria dele como goleiro do júnior do Valeriodoce de Itabira, fechou o gol contra o Democrata, no saudoso Estádio José Duarte de Paiva. Alguns anos depois voltei a entrevistá-lo, aí como presidente do Valério.

Jornalista Vitor Martins (ex- Lance!, Superesportes, TV Alterosa, iG, O Tempo e Uol, atualmente no Yahoo Esportes), Maluf, Cuca e Lásaro Cândido da Cunha.

Em 2009 Alexandre Kalil firmou parceria do Atlético com o nosso Democrata de Sete Lagoas e incumbiu a Maluf a missão de montar um bom time para disputar a terceira divisão estadual, de onde surgiu Bernard. Esta foto, feita por mim, registra o primeiro encontro de trabalho na Cidade do Galo: Maluf, André Figueiredo (então diretor da base do Galo), o presidente do Jacaré, Flávio Reis e Geraldo Magela (diretor do Democrata).


Cena inédita, por uma grande causa: atleticanos, cruzeirenses e americanos caminhando juntos e unidos contra o racismo

O assassinato de George Floyd está se tornando um marco na luta contra o racismo, de forma semelhante ao de Martin Luther King em 1968. Há tempos não se via um movimento pela causa tão forte e espalhado por tantos países do mundo. E pela primeira vez este tipo de protesto tem adesão forte no Brasil, unindo até adversários que costumam se tratar como inimigos, como torcedores de futebol. Essa foto do Fred Magno, hoje, no portal O Tempo, é altamente representativa. Mostra atleticanos, cruzeirenses e americanos pelas ruas de Belo Horizonte na manhã de hoje, contra o racismo e contra qualquer retrocesso político/democrático.

A foto em Belo Horizonte é uma das consequências dessa, do assassinato do cidadão negro George Floyd pelo policial branco Derek Chauvin, em Minneapolis, no noroeste dos Estados Unidos. Em plena luz do dia, o assassino nem aí, mesmo sendo filmado e ouvindo os apelos das pessoas que passavam, tendo com cúmplices, três outros companheiros de farda. Se no chamado “primeiro mundo” ainda se vê este tipo de coisa, imagine por aqui, num dos países mais violentos do mundo.


Assassinato de Floyd provoca mudança de postura de Michael Jordan, que doa 100 milhões de dólares à luta contra o racismo

Michael Jordan em foto de Frank Fife/AFP, no portal Surto Olímpico

Estou assistindo a série “Arremesso Final”, a trajetória de Michael Jordan, o Pelé do basquete mundial. Sensacional, imperdível e voltarei ao blog, breve, para falar sobre ele e de tantos atletas, do futebol principalmente, que poderiam ter tido mais sucesso que tiveram em suas carreiras, mas que não persistiram e não foram 100% profissionais, como foi Jordan.

Como ser humano, ele foi e continua sendo como qualquer mortal, cheio de virtudes e defeitos. Uma das críticas que mais recebia era quanto à sua falta de engajamento em relação às lutas dos negros nos Estados Unidos. Recusou o pedido da própria mãe para apoiar publicamente a candidatura de um candidato negro ao senado norte-americano. Apoiou financeiramente, mas a candidatura foi derrotada por um branco, racista radical.

Agora, neste assassinato de George Floyd ele entrou com tudo na luta contra o racismo. Além de dar declarações fortes, anunciou que vai doar 100 milhões de dólares à instituições que trabalham pela causa.

* “Michael Jordan anuncia doação de 100 milhões de dólares para combate ao racismo”

A lenda Michael Jordan e a Jordan Brand, marca esportiva relacionada ao ex-jogador de basquete, prometeram doar U$ 100 milhões de dólares (cerca de R$ 496 milhões) às instituições dedicadas ao combate da discriminação racial pelos próximos 10 anos. (mais…)


Cruzeiro se reforça com as dispensas de Edilson e Robinho

Em foto do Vinnicius Silva/Cruzeiro, Robinho (esq.) e Edilson, em fim de linha na Toca da Raposa 

O lateral já demonstrou não conseguir jogar mais em alto rendimento, numa posição fundamental para defender, atacar e participar da armação de jogadas. O meia tem fôlego, mas, foi uma das principais lideranças, muito contestada, na fracassada campanha do Brasileiro 2019 que levou o time ao rebaixamento.

Condição física 100% e bom ambiente no grupo, são fundamentais para times competitivos no futebol e qualquer esporte coletivo.


A Era “SSR” e as perspectivas de recuperação do Cruzeiro

Sérgio Santos Rodrigues, em foto do Igor Sales/Cruzeiro

Com as iniciais do Sérgio Santos Rodrigues, é assim que muitos cruzeirenses estão chamando o atual momento do clube, com a posse da nova diretoria, dia 1º. Advogado, 38 anos, o presidente foi eleito para um mandato tampão, que será cumprido até dezembro deste ano, concluindo o trágico período que seria de Wagner Pires de Sá. Diferentemente do antecessor, Sérgio não é um paraquedista no Cruzeiro, muito pelo contrário. Já ocupou cargos de relevância em gestões passadas e é ligado ao Zezé Perrella, de quem é advogado. Contou com o apoio fundamental de Pedrinho Lourenço (Supermercado BH) e continua contando, de forma mais fundamental ainda, para a injeção de recursos nestes primeiros momentos de absoluto sufoco para pagar contas urgentes.

O discurso é otimista, com razão, para que assume um grande clube, detentor de uma das maiores torcidas do país. Como disse Alexandre Kalil quando assumiu o Atlético, em fins de 2008, tão quebrado quanto: “em time grande, se o presidente não roubar e não deixar roubar, o dinheiro rende e dá pra fazer tudo que precisa ser feito…”. As fontes de arrecadação são muitas e fartas.

Neste contexto de crença na recuperação do Cruzeiro, transcrevo coluna de uma das pessoas mais bem * informadas sobre o clube que conheço, que é o João Chiabi Duarte, do site Debatezeiros:

* “O Cruzeiro vai renascer das cinzas”

O momento exige apoio total ao Sérgio Santos Rodrigues Mundo Azul,

A situação é difícil, mas, acredito muito no arrojo do Presidente e na reversão da situação – Não bastassem os problemas decorrentes da queda absurda de receita com o rebaixamento à série B, o processo de endividamento do clube agora apontado no balanço de R$ 394 milhões apenas no ano de 2019, algo realmente inexplicável, tornou ainda mais complicada a situação do nosso clube do coração.

Com R$ 803 milhões de dívidas, excluída a parte do PROFUT praticamente sem juros, só de custos financeiros o Cruzeiro desembolsou em 2019 o valor de R$ 127 milhões. Os custos administrativos DOBRARAM sem nenhuma explicação plausível (23 à 47 milhões). E na parte das receitas o Cruzeiro perdeu em todas as rubricas (vendas de jogadores, arrecadação de bilheteria, sócios do futebol, cotas de TV, patrocínios, etc).

O desafio do nosso novo presidente Sérgio Santos Rodrigues é enorme, mas, é importante se ressaltar que parte importante e fundamental das ações de ajuste já foram feitas pelo Conselho Gestor, reduzindo a folha salarial dos atletas de R$ 16 milhões mensais x 13.3 = R$ 212.8 milhões / ano para algo em torno de R$ 3 milhões mensais = R$ 39.9 milhões anuais. Ajuste positivo de R$ 172.9 milhões.

Na parte administrativa ainda estão em estudos outras medidas relevantes, mas, até aqui se estimam R$ 25 milhões anuais de redução nos gastos.

Cumpre destacar ainda outras ações relevantes do Conselho Gestor que foram:

  • Negociação das dívidas e retomada da relação com a Minas Arena, permitindo além da redução do valor a ser pago, uma carência importante para aliviar o caixa do clube neste período muito difícil da vida do clube.
  • Volta do Cruzeiro ao PROFUT
  • Redução das perdas de mando de campo, decorrentes de processos de 2019
  • Cancelamento de cartão de crédito corporativo, venda dos veículos e suspensão das linhas telefônicas usadas pelo presidente e diretoria do clube.
  • Nova aproximação com a gestão das equipes de vôlei SADA -Cruzeiro e busca de patrocínio para recriar a vitoriosa equipe de atletismo do Cruzeiro que sob o comando de Alexandre Minardi fez o nome do Cruzeiro brilhar no esporte.
  • Análise Geral de todos os contratos de atletas do clube
  • Envio de proposta de reforma estatutária ao Conselho Deliberativo
  • Criação do Portal da Transparência
  • Relatórios de auditorias da Moore (Auditoria contábil) e da Kroll (investigação corporativa) para dar visibilidade a todo o processo de endividamento do clube.

Porém, a única falha do Conselho Gestor foi não cumprir o pagamento de dívida de R$ 5 milhões em função da contratação de Denílson (Al Wahda – Arábia Saudita), o que resultou na perda de 6 pontos, tornando nossa tarefa de acesso muito mais complicada.

Antes de virar a página é importante lembrar onde começaram estas dívidas da FIFA. Todas se iniciaram por volta do 2º semestre de 2016 e até hoje não consigo entender porque o Cruzeiro contratou e deixou de pagar todo mundo (Riascos, Arrascaeta, Denílson, Ábila, Sóbis, Caicedo, Latorre, Pizano, Careca, Ezequiel, Halef Pitbull, Paulo Bento, entre outros,  isto apenas na gestão do 2º mandato do Dr. Gilvan). (mais…)


Cazares se comporta como quem quer sair do Atlético pela porta dos fundos

Em foto do Bruno Cantini, a elegância em campo do Cazares, que constantemente mostra o seu descompromisso profissional com o Atlético.

No dia 18 de maio Levir Culpi, em entrevista ao Afonso Alberto, falou algumas verdades sobre o Cazares: “Ele tem que resolver o que quer fazer. Se ele acha que é bom sair na zona e chegar bêbado para treinar, ele vai fazer isso. Agora, tem um preço. Tudo tem um preço”. Falou com a autoridade de quem dirigiu o jogador no Atlético e passou muita raiva por causa do comportamento extra-campo dele.

Esta semana, no primeiro dia do mês, o equatoriano estava nas manchetes negativas de novo, por teste positivo de coronavirus e multa de R$ 130 mil, a ser paga à prefeitura de Lagoa Santa, onde mora, depois de três festas consecutivas, denunciadas por vizinhos, contrariando o decreto municipal de prevenção à doença.

Atualmente com 28 anos de idade, Cazares está no Atlético desde 2016. Já faltou a treinos, chegou atrasado, enfrenta acusação de agressão à mulheres, afastado da seleção do Equador pelo técnico Hernán Dario Gómez, disse que deseja jogar no Corinthians e outras coisas mais, Não conquistou nenhum título relevante com o Atlético, porém, marcou alguns belos gols, deu umas belas assistências e deixou marcadores deitados ou “catando cavaco”, depois de dribles desconcertantes. Isso ainda mantém seu prestígio com torcedores mais apaixonados do Galo. Quando alguém o critica ou põe o dedo nessas feridas, enfrenta a ira de muitos ou comentários como, “podem falar o quê quiser ,mas eu penso que o Cazares bêbado ainda é melhor jogador do Atlético. Pode colocar pinga na garrafinha de água dele e deixá-lo em campo. Vai jogar mais.”

Critiquei-o recentemente, lembrando que é craque, mas cuja irresponsabilidade só prejudica o clube que lhe paga um alto salário. Tomei porrada de torcedores em meu próprio blog. Quem o defende com unhas e dentes se esquece que em momentos decisivos, quando o time mais precisou dele, negou fogo, por causa de uma dessas indisciplinas. Certa vez foi retirado da concentração antes de um jogo importante, sem explicações públicas convincentes. Depois saiu a informação de que ele foi a uma festa antes de se concentrar e por via das dúvidas, melhor deixá-lo de fora da partida.

Nunca demonstrou preocupação de verdade em dar retorno ao Atlético. Nestes últimos meses de contrato, dá a impressão de que quer sair fora logo. Tipo de comportamento inaceitável para Jorge Sampaoli, que conhece muito bem todos os jogadores dos principais clubes da América do Sul.

Foi-se o tempo em que jogador tomava todas e na hora agá arrebentava em campo. Cada dia mais o profissionalismo, condição física principalmente, é exigido de um atleta. Quem tem mais fôlego, normalmente vence. Sem falar em outros detalhes dos regulamentos, que prevêem exame antidoping e essas coisas. Maradona estava fazendo uma ótima Copa nos Estados Unidos em 1994 e depois de uma grande partida contra a Nigéria teve a carreira na seleção encerrada, flagrado que foi no antidoping.


O dilema do Campeonato Mineiro: fim, fora ou dentro de campo? Com ou sem rebaixamento? Com ou sem acesso?

A situação é complicada para todo mundo. E incerta para os estados e para a CBF. O presidente da Federação Mineira de Futebol, Adriano Aro (foto), quer terminar o Campeonato Mineiro dentro de campo, o que seria a medida mais justa, caso haja datas ainda este ano. Se não der, o América poderia ser declarado campeão, já que liderava a disputa quando houve a paralisação.

O maior problema seria quanto ao rebaixamento, já que o Villa Nova e o Tupynambás, que estão nas últimas posições, ainda teriam chances matemáticas de escapar. Outra opção seria o não rebaixamento em 2020, com previsão de se rebaixar quatro em 2021 e 2022, para o retorno da quantidade de 12 participantes em 2023, já que a segunda divisão (Módulo II) prevê o acesso de dois e o campeonato também está paralisado.

A classificação:

    P J V E D GP GC SG  
1 América 21 9 6 3 0 15 6 +9 a
2 Tombense 20 9 6 2 1 15 5 +10 a
3 Atlético 18 9 5 3 1 15 6 +9 a
4 Caldense 17 9 5 2 2 14 8 +6 a
5 Cruzeiro 14 9 4 2 3 12 10 +2 a
6 Patrocinense 12 9 3 3 3 10 7 +3 a
7 Uberlândia 11 9 3 2 4 9 11 -2 a
8 URT 11 9 3 2 4 5 12 -7 a
9 Boa Esporte 8 9 1 5 3 8 10 -2 a
10 Coimbra 7 9 1 4 4 3 8 -5 a
11 Villa Nova 4 9 1 1 7 9 17 -8 a
12 Tupynambás 3 9 0 3 6 6 21 -15 a

Reprises de jogos da seleção e dos clubes mostram que o futebol brasileiro continua parado no tempo

Essa foto do Douglas Magno, no jornal O Tempo, depois de Brasil x Chile, no Mineirão na Copa de 2014, mostra a fragilidade emocional do então capitão da seleção brasileira, sendo acalmado pelo técnico Felipão.

A avaliação é do Fernando Rocha, na coluna dele, no Diário do Aço de Ipatinga, e concordo. Confira:

* “Volta no tempo”

Com as competições paralisadas, o recurso encontrado pelas emissoras de TV aberta ou fechadas tem sido recorrer aos arquivos e reprisar jogos, decisões de campeonatos ou jogos de Copas do Mundo, de boas ou más recordações.

Na ultima sexta-feira, o Sportv reprisou um jogo das oitavas de final da Copa de 2014, disputado no  Mineirão, onde a Seleção da CBF com Neymar empatou 1 x 1 com o Chile, que era dirigido pelo Jorge Sampaoli, atual técnico do Atlético, classificando-se nos pênaltis graças ao “Sobrenatural de Almeida”, personagem fictício criado pelo grande Nelson Rodrigues, para explicar as peças inusitadas que o futebol nos proporciona.

Além de tomar sufoco, a Seleção comandada por Felipão e Parreira teve uma bola chutada no travessão pelo chileno Pinilla, no último minuto da prorrogação, que poderia ter nos deixado pelo caminho, e evitado o vexame dos 7 x 1 na semi-final para a Alemanha, o maior vexame da história do nosso futebol.

Tirar lições  

O que tem sido muito debatido ultimamente pelos colegas da imprensa nacional é se a Globo deveria ou não reprisar o 7 x 1.

Sou totalmente a favor da reprise, por tudo o que aconteceu antes, durante, depois, mas sobretudo porque não se trata de apenas um jogo.

Hoje, as análises seriam menos apaixonadas, mais equilibradas, para aí sim tirar conclusões a respeito da escalação escolhida por Felipão, atuações individuais, esquema tático, adentrar também nas  mazelas que perduram até hoje na estrutura do futebol brasileiro.

Alguém escreveu que “o tempo é o grande senhor da razão”. Embora este episódio do 7 x 1 ainda seja recente, já deu para  esfriar as emoções, permitir um olhar mais específico sobre o que poderia explicar algo tão ou grandemente atípico.

***

·        Na sexta-feira à noite, após assistir no Sportv a reprise do jogo das quartas-de-final contra o Chile, também disputado no Mineirão, recorrí aos arquivos desta coluna e pude constatar que em nenhum momento botei fé naquela Seleção, dirigida pela dupla Felipão-Parreira, que a rigor e não só naquele jogo, dependia exclusivamente do talento de Neymar, sem esquema tático, um verdadeiro amontoado de jogadores em campo.

·        Se houvesse justiça no futebol, a nossa Seleção  deveria ter sido eliminada neste confronto com os chilenos, diga-se de passagem, muito bem dirigidos pelo argentino Sampaoli. O massacre alemão por 7 a 1 na semi-final foi apenas o complemento daquele fracasso retumbante, que já estava previsto por quem enxerga o futebol com os olhos da razão e não apenas da emoção.

·        Triste mesmo é constatar que de 2014 até agora , o futebol brasileiro parou no tempo e no espaço. Neste período pós-7 x 1 tivemos alguns bilharecos  com a chegada do falante e midiático Tite, que agora já parece ser uma “bananeira que deu cacho”, passou da hora de ser substituído. Por isso,  na minha opinião,  rever a partida com os alemães  se torna algo válido e relevante

·        A bem da verdade, só a partir do ano passado, com as chegadas de dois técnicos estrangeiros, Jorge Jesus no Flamengo e Jorge Sampaoli no Santos, vimos algo de novo do ponto de visto tático aqui nos nossos grotões. O momento é propício para refletir, pensar o futuro, pois há tempo de sobra para isso em meio ao isolamento. Não só nas nossas vidas, mas também no futebol que é uma das suas imitações, nada mais atual do que o genial Milton Nascimento no clássico da MPB: “Nada será como antes”.

Por Fernando Rocha