Cazares é capaz de lances fantásticos como este drible no Egídio, da mesma forma que comete irresponsabilidades fora de campo. Esta foto, do Denis Dias, virou quadro, que está na sala do apartamento do jogador.
Uns cabeças cozidas, como milhões de brasileiros por aí afora e estrangeiros espalhados pelo mundo. Mas, num país em que o presidente da república não dá a devida importância para assunto tão grave, é difícil crucificar jogadores de futebol. Ainda mais no caso de um Cazares, que apronta coisas bem piores para prejudicar a si próprio e a milhões de atleticanos em toda parte.
O jornalista Henrique André, do Hoje em Dia, fez uma ótima reportagem com o Dr. Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, e integrante do grupo de gestão da Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, sobre o assunto. Além da situação dos jogadores, eles aprofundaram a conversa para as perspectivas de retorno dos jogos de futebol no país, sequência dos estaduais e início do Brasileiro. Confira:
* “Infectologista vê ‘peladas clandestinas’ como inadequadas e teme ‘efeito dominó’; entenda”
Muito além de uma simples “escapada” durante a quarentena. Assim pode ser classificada a atitude dos meias Otero e Cazares, ambos do Atlético, que nesta terça-feira (5) foram flagrados jogando futebol numa quadra de Santa Luzia, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Por meio de nota, o clube afirmou que a recomendação passada pelo Departamento Médico foi para que todos os atletas ficassem em casa. Além disso, o alvinegro afirma que o equatoriano e o venezuelano serão orientados novamente e se submeterão aos testes antes da volta aos treinos, que continuam sem data estabelecida.
Contudo, o assunto é bem mais sério do que se imagina. Em contato com o doutor Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, o Hoje em Dia teve acesso a informações importantes. Segundo ele, inclusive, a atitude dos atletas foi, no mínimo, inadequada.
“Não estamos ainda no momento de aglomerações. O futebol, a pelada, e o encontro de pessoas, em qualquer objetivo, aumenta a chance de transmissão e também de aquisição da Covid-19. É mais do que claro que, o futebol, pela proximidade das pessoas, é um terreno fértil para esta transmissão”, destaca o infectologista.
“No mínimo, existe uma possibilidade pequena de alguém (presente na pelada) ter adquirido o vírus, estar numa fase assintomática, tendo a imensa capacidade de transmiti-lo, como num ‘efeito dominó’. Temos que lembrar que este vírus apresenta rápida passagem de uma pessoa a outra. Se houve momento de contato, cria-se o terreno”, acrescenta.
Ainda de acordo com Estevão Urbano, isso pode ocorrer na pelada, no ônibus, numa corrida de rua ou em outros ambientes. (mais…)